No mundo dos negócios, empresas se fundem, dando origem a novos empreendimentos, ou se unem no mesmo grupo, mas as mudanças não mudam o foco principal de cada negócio. O movimento também acontece no universo cripto com o nome de bifurcação.
Se você não sabe o que é bifurcação em criptomoedas, continue a leitura do artigo e entenda o conceito e exemplos de forks importantes no mercado.
Boa leitura!
O que é bifurcação em criptomoedas?
A bifurcação em criptomoedas, ou fork, é a modificação ou divisão de um ativo digital após uma atualização, ou alteração no código-fonte do projeto cripto. As principais moedas do mercado, Bitcoin (BTC) e Ether (ETH), já passaram por forks que originaram redes similares, mas com operações diferentes.
Geralmente, a mudança acontece quando os membros da comunidade não chegam a um consenso sobre uma proposta para a rede, discordando sobre a condução da mesma ou enxergando possibilidades de melhorias no protocolo original.
A divergência pode resultar em uma mudança drástica, dividindo a base de usuários. A adesão à nova versão é um movimento independente, e cada pessoa tem a liberdade de decidir se fará ou não parte.
Assim como uma empresa se fragmenta após a separação de uma sociedade e ambas as partes passam a atuar separadamente, com a bifurcação acontece o mesmo.
A alteração do código-fonte do novo projeto não inviabiliza a existência da rede principal da qual a nova versão é derivada.
Um fork pode acontecer de forma não intencional quando os “nós” da rede replicam informações divergentes. Nesse caso, a bifurcação é identificada, corrigida e a rede volta ao padrão.
Como um fork acontece?
O fork acontece porque as redes blockchain (cadeias de blocos nas quais as transações são registradas) são redes de código aberto. Na prática, significa que a programação pode ser alterada para criar uma nova versão.
Porém, nem sempre o objetivo é modificar o projeto e criar uma rede com um código modificado. Um fork pode ser feito para atualizar e melhorar a rede atual. Entenda a diferença entre os dois tipos de bifurcação:
Hard fork
O hard fork é uma alteração mais complexa no protocolo de uma criptomoeda. Como resultado da modificação, a nova versão se torna incompatível com a original. Dessa forma, os dois projetos continuam existindo, mas cada um segue as próprias regras.
Para o processo acontecer, todos os nós da rede precisam ser atualizados. Os nós que não fazem a modificação são impedidos de adicionar novos blocos e transações na rede.
A criação do Bitcoin Cash (BCH), em 2017, é um exemplo de bifurcação em criptomoedas que nasceu de uma discordância entre a comunidade do Bitcoin sobre a alteração do tamanho dos blocos da rede. Como não houve acordo, aconteceu o fork.
Outro exemplo de hard fork é o Ethereum Classic (ETC). Depois do ataque a blockchain Ethereum, em que um hacker desviou US$ 50 milhões em ETH, os desenvolvedores da rede propuseram restaurá-la para a condição pré-ataque e recuperar as moedas roubadas.
A comunidade não chegou a um acordo e aconteceu a bifurcação, em 2016: a rede ETC manteve a ocorrência do roubo e a rede ETH foi restaurada e eliminou o registro do ataque.
Saiba mais sobre a história da rede Ethereum e da criptomoeda Ether no vídeo abaixo:
Soft fork
O soft fork é parecido com a atualização de um software, como realizamos frequentemente no celular ou no computador. As melhorias são acrescentadas ao sistema para otimizar o desempenho ou corrigir bugs, mas nenhuma modificação profunda acontece.
No soft fork, as alterações feitas no protocolo da criptomoeda são compatíveis com a versão anterior.
Diferente do hard fork, que cria uma nova rede e, portanto, uma nova moeda digital, o soft fork adiciona apenas melhorias e correções, mantendo o ativo principal em operação.
Quais são os forks do Bitcoin?
O Bitcoin já passou pelo processo de bifurcação em criptomoedas várias vezes, gerando novas moedas digitais a partir do seu código original. Ou seja, as mudanças são do tipo hard fork. Conheça as três principais bifurcações:
1. Bitcoin Cash (BCH)
Como explicamos acima, a razão para esse fork do Bitcoin (BTC) acontecer foi a proposta de membros da comunidade para aumentar o limite do bloco da rede de 1 MB para 8 MB.
A sugestão não foi aceita por todos, mas o grupo seguiu com a ideia da alteração, criando a Bitcoin Cash (BCH). O protocolo é semelhante ao BTC, mas tem tamanhos de blocos maiores e mais facilidade na mineração.
2. Bitcoin Gold (BTG)
A Bitcoin Gold (BTG) foi um hard fork ainda mais complexo, que aconteceu em 2018, e alterou completamente o algoritmo original do Bitcoin.
O objetivo era desenvolver um processo de mineração mais acessível, afinal, apenas mineradores com grande poder de investimento conseguem minerar BTC.
As exigências de equipamentos aumentam bastante o custo, concentrando a atividade em exchanges e pools de mineração.
3. Bitcoin Diamond (BCD)
A Bitcoin Diamond (BCD) é mais uma bifurcação em criptomoedas motivada pela divergência em relação ao tamanho dos blocos da blockchain do Bitcoin.
Além de blocos maiores, o objetivo foi otimizar a velocidade de transação e a capacidade de armazenamento de dados. Segundo os criadores da BCD, sua proposta é ter uma capacidade de operação 5 vezes mais ágil, com custo reduzido e mais privacidade.
O que é um fork git?
Um fork git é um tipo de bifurcação feito em projetos digitais, no qual o desenvolvedor pode duplicar código original e propor alterações (ação chamada de push). No entanto, ao invés de executar o fork, as mudanças são enviadas como sugestões ao repositório original (pull request).
Dessa forma, não é criado um novo projeto, dividindo a base de contribuidores. O que acontece é a contribuição pública de novos desenvolvedores por meio desse processo.
Tal tipo de bifurcação em criptomoedas é permitido para projetos criados na plataforma Git, um sistema de controle de versão gratuito e de código aberto, projetado para gerenciar projetos pequenos a grandes com velocidade e eficiência.
Fique atento às bifurcações
Entender o que é bifurcação em criptomoedas ajuda a avaliar os ativos do mercado cripto com mais critério, analisando se as mudanças realmente são vantajosas e se os ativos têm uma posição consistente.
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