Existem quatro principais tipos de blockchain, que são: público, privado, híbrido e de consórcio. Cada um tem suas particularidades, vantagens e desvantagens, assim como possibilidade de aplicações distintas.
Isso mesmo que você leu: diferentes possibilidades de uso! Ou seja, se você ainda faz parte do grupo de pessoas que acredita que a tecnologia blockchain começa e termina nas criptomoedas, chegou a hora de trocar de turma!
O uso de uma rede blockchain pode beneficiar diversos setores, e não apenas o financeiro ou o mercado de moedas digitais, como é comum pensar.
Segmentos como saúde, educação, agronegócio, imóveis, logística, alimentício, entretenimento e muitos outros, conseguem aprimorar os seus serviços e atribuir mais segurança aos seus processos e registro de dados graças aos recursos e à descentralização oferecidos por essa tecnologia.
Só para dar um breve exemplo a você, olhe que interessante: a eProvenance é uma empresa voltada para o monitoramento e análise de condições de embarque de vinhos.
Em parceria com a IBM, a companhia desenvolveu uma solução blockchain para preservar a qualidade e a integridade desse produto, chamada VinAssure™. A ferramenta deu origem ao primeiro ecossistema com essa tecnologia voltada para o mercado de vinhos.
Se até essa bebida pode ser melhorada com a ajuda dessa rede, o que mais ela tem a oferecer para as demais indústrias?
Para saber essa resposta, continue a leitura deste artigo e confira os tipos de blockchain existentes e suas possíveis aplicações.
Quais são os 4 tipos de blockchain existentes?
Como dissemos logo no início, há quatro tipos de blockchain:
- público;
- privado;
- híbrido;
- de consórcio.
Mas antes de detalharmos cada um deles, é bem interessante relembrar rapidamente no que consiste essa rede, concorda? Então, vamos lá!
Para quem não sabe o que é blockchain, ou como funciona, trata-se de uma cadeia formada por conjuntos de dados, os quais costumam ser chamados de blocos.
Esses blocos são conectados uns aos outros e cada um deles carrega a sua informação e a impressão digital do seu antecessor. Por esse motivo, essa rede é considerada tão segura.
Para acessar os registros armazenados nas cadeias é preciso desvendar o código numérico dos blocos, ou seja, quebrar a criptografia. No entanto, não basta resolver apenas um, é preciso solucionar todos que estão conectados para conseguir acessar algo.
Com isso em mente, fica mais fácil entender os principais tipos de blockchain.
Blockchain Público
Como o próprio nome sugere, o blockchain público não tem restrições e não requer permissões para acesso. Isso quer dizer que essa rede pode ser acessada por qualquer pessoa que queira verificar as transações contidas nela.
No entanto, é preciso deixar claro que essa característica não compromete a sua segurança, visto que existem meios próprios de verificação de autenticidade dos dados, bem como métodos de consenso a serem seguidos por sua comunidade, como o proof-of-work (Pow) e proof-of-stake (PoS).
Vantagens
O blockchain público tem como vantagem o fato de ser descentralizado, ou seja, independente de qualquer instituição, organização ou órgão regulamentador.
Além disso, é uma estrutura bastante transparente, visto que possibilita que qualquer pessoa faça verificações em seus registros.
Desvantagens
Como desvantagens, é preciso citar que uma rede blockchain pública pode sofrer picos de lentidão. Somado a isso, é preciso considerar que não é possível restringir seu uso, o que pode não ser interessante para alguns projetos e/ou modelos de negócios.
Aplicações
O uso mais comum das blockchains públicas é para a mineração e negociação de criptomoedas. Também tende a ser interessante para organizações não governamentais e empresas públicas.
Blockchain Privado
No caminho contrário do tipo anterior, o blockchain privado é desenvolvido e gerenciado em uma rede privativa, ou seja, fechada.
Seu princípio e base de funcionamento é o mesmo da rede blockchain pública, especialmente no que se refere à descentralização. A maior diferença fica por conta de ter uma escala menor e de operar em estruturas restritas.
Vantagens
Uma das grandes vantagens de uma rede blockchain pública é que ela permite definir níveis de permissão, bem como de acesso e segurança. Na prática, isso quer dizer que é possível determinar, por exemplo, quais nós (computadores) podem acessar, visualizar e adicionar informações.
Desvantagens
O número reduzido de nós pode comprometer a segurança, considerando que há uma limitação na validação das informações. Também existe o risco de algum nó falhar e comprometer o processo.
Aplicações
Tendem a ser interessantes para gerenciamento de cadeia de suprimentos, realização de votações internas, gestão de informações comerciais e processo de auditoria.
Blockchain híbrido
Dos tipos de blockchain, o híbrido é que mescla as características do público com o privado. Ele possibilita, por exemplo, que as companhias que optam por essa rede mantenham tanto dados restritos quanto dados abertos publicamente.
Outra possibilidade é a permissão de acesso a algumas informações por meio da criação de contratos inteligentes. Desse modo, elas continuam confidenciais, mas podem ser acessadas por pessoas autorizadas.
Vantagens
Dos benefícios de usar uma rede blockchain híbrida, o que mais se destaca é a chance de manter a segurança dos registros, definindo quais podem ser públicos ou não.
Desvantagens
Considerando a alternativa de privar informações, esse tipo de rede pode ser vista como não tão transparente.
Aplicações
Setores que podem se beneficiar com o blockchain híbrido são o de imóveis, o varejo, de saúde, e órgãos governamentais.
Blockchain de consórcio
O blockchain de consórcio pode ser definido com uma rede privada, cujo acesso é limitado a um grupo específico de pessoas. No caso, são definidos quais nós são responsáveis pelos processos de consenso.
Nesse tipo de rede, costuma existir apenas um validador que executa todo o processo, ou seja, inicia, recebe e valida as operações.
Vantagens
O blockchain de consórcio pode ser mais eficiente que o público, por não apresentar lentidão. Além disso, tem a vantagem de permitir controles de acesso, assim como acontece nas redes privadas e híbridas.
Desvantagens
Por ter apenas um nó de validação, se esse tiver algum problema, toda a rede pode ser comprometida.
Aplicações
Alguns exemplos de aplicação de blockchain de consórcio são cadeias de suprimentos, organizações de pesquisas, indústria de alimentos e setor de medicamentos.
Outros exemplos de aplicação de blockchain
E para fecharmos este artigo com chave de ouro, trouxemos mais dois exemplos de blockchain que provam que essa tecnologia vai muito além das criptomoedas.
Um deles é da Mastercard, que com a sua solução de providência baseada em blockchain, passou a alimentar o Wholechain, sistema da empresa Envisible que gera mais visibilidade para a cadeia de suprimentos alimentares.
O segundo exemplo de utilização dessa rede é da IBM, cuja parceria com a Sonoco, fornecedora internacional de embalagens de proteção e produtos industriais, tem aumentado a proteção de medicamentos, contribuindo para manter a eficácia de variados remédios.
Gostou deste tema? Então aproveite que está aqui, no blog da Bitso, e continue aprendendo sobre o mundo do blockchain e das criptomoedas!