Glossário completo da Web3

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Conhecida como a Internet descentralizada, a Web3 representa a próxima fase da evolução da Web. Ela traz funcionalidades como sistemas baseados em blockchain e destaca a soberania da comunidade usuária sobre os dados. Mesmo sendo construída sobre os princípios da descentralização, a Web3 coexiste com plataformas centralizadas e as complementa para potencializar o ecossistema digital.

Introdução:

Boas-vindas ao início da Web3, uma etapa decisiva na evolução digital que promete transformar a forma como interagimos com o mundo virtual. A expectativa em torno da Web3 é palpável, oferecendo o vislumbre de um futuro em que a descentralização e a inovação são protagonistas. Em meio a uma enxurrada de novos termos e conceitos, navegar nesse cenário pode ser um desafio para quem está começando. Mas não se preocupe: estamos aqui para te ajudar a entender alguns dos termos mais complexos desse novo universo.

Apresentamos um glossário completo que esclarece os termos principais, sem jargão técnico. Assim, você tem a base necessária para explorar esse novo domínio digital com confiança.

O que você vai aprender neste artigo:

  • Elementos básicos da Web3: entenda o que significa a mudança radical trazida pela tecnologia Web3, que promove a descentralização e a autonomia da comunidade usuária.
  • Carteiras de criptomoedas e segurança: compreenda o papel das carteiras de cripto (wallets) na gestão segura de ativos e na proteção reforçada de chaves com a computação multipartidária.
  • Participação no metaverso: descubra o potencial imersivo do metaverso por meio de NFTs e interações em tempo real.
  • DEXs e empoderamento da comunidade usuária: saiba como fazer trades e staking nas exchanges descentralizadas de acordo com os princípios da Web3.
  • NFTs e exclusividade: descubra o valor dos NFTs como formas de representação de obras de arte e ativos usando uma carteira compatível.

Qual é a diferença entre Web3 e Web 3.0?

Antes de chegarmos ao glossário, vamos discutir um pouco sobre a Web3 e como ela se diferencia da Web 3.0. Se você já conhece esse conceito, passe para o glossário.

  • Pequeno glossário da Web3: termos-chave

Os termos Web 3.0 e Web3 muitas vezes são usados indistintamente, mas podem ter significados um pouco diferentes, dependendo do contexto. Em geral, Web 3.0 se refere à próxima geração da Internet, caracterizada por tecnologias descentralizadas, maior soberania da comunidade usuária sobre os dados e maior interatividade. A Web 3.0 pretende superar as limitações da Web 2.0, visto que as preocupações com a centralização e a privacidade de dados se tornaram mais relevantes.

Web3, por sua vez, normalmente indica o conjunto de tecnologias, protocolos e plataformas que facilitam a transição para uma Internet mais descentralizada e focada no usuário. Portanto, a Web3 engloba várias inovações, como as redes blockchain, os aplicativos descentralizados, as carteiras digitais e os protocolos que priorizam a privacidade e a segurança.

Neste glossário, reunimos os termos principais que dão nome e forma às tecnologias da Web3. Vamos apresentar as 12 palavras mais usadas nessa nova Web e explicar um pouco como elas funcionam e a que se referem.

Vamos lá?

Pequeno glossário da Web3: termos-chave

Nesta seção, vamos apresentar os 12 termos mais essenciais no contexto da Web3, ajudando a esclarecer sua linguagem e seus conceitos únicos.

1 Carteiras de criptomoedas

As carteiras de criptomoedas, ou wallets de cripto, são ferramentas digitais seguras que foram desenvolvidas para armazenar e gerenciar diversos criptoativos, como criptomoedas e NFTs. Como se fossem cofres virtuais, essas carteiras podem ter diversos formatos, como software, hardware ou aplicativos móveis. Com elas, é possível fazer transações e monitorar ativos digitais com segurança. As carteiras de criptomoedas são um componente essencial da Web3, oferecendo um meio para a comunidade usuária participar de ecossistemas descentralizados, mantendo os princípios das interações diretas (peer-to-peer) e da propriedade.

2 Chaves públicas e privadas

Sua identidade digital depende da segurança reforçada que as chaves públicas e privadas oferecem. A chave pública funciona como o endereço da transação, enquanto a chave privada representa sua assinatura digital, mantendo as interações protegidas. Nas transações no blockchain, essas chaves desempenham o papel fundamental de assegurar autenticidade e segurança. Por isso, proteger seus ativos digitais é crucial no mundo das criptomoedas.

Uma boa prática para manter suas chaves seguras é usar carteiras que contam com a tecnologia de computação multipartidária, ou MPC (Multi-Party Computation), como um reforço na proteção. Com a MPC, os compartilhamentos de chaves privadas são distribuídos e criptografados entre várias partes. Em outras palavras, a carteira te ajuda a manter suas chaves seguras. Essa técnica reduz sensivelmente os riscos associados aos métodos tradicionais de armazenamento, criando uma enorme barreira contra pessoas mal-intencionadas que tentam comprometer as chaves.

3 Metaverso

A vasta extensão digital conhecida como metaverso conecta as esferas virtuais para que a comunidade usuária possa interagir com o uso de avatares. Graças a tecnologias como realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR), esse universo dinâmico proporciona interações em tempo real, entretenimento, educação, comércio e muito mais.

Navegar no metaverso com uma carteira de criptomoedas abre portas para várias possibilidades. Por exemplo, é possível comprar NFTs, ou seja, ativos digitais exclusivos que representam a propriedade de obras de arte, objetos de coleção e até mesmo terrenos virtuais dentro do metaverso. A tecnologia blockchain facilita essa participação financeira, garantindo a segurança e a autenticidade das transações.

Entre os aplicativos descentralizados (dApps) mais conhecidos para uso no metaverso, estão:

  • Decentraland: um mundo virtual em que as pessoas têm terrenos virtuais e fazem construções neles, monetizando suas criações.
  • The Sandbox: uma plataforma em que é possível criar, ter e monetizar experiências de jogos e ativos virtuais.

4 Exchanges descentralizadas (DEXs)

As exchanges descentralizadas (DEXs) são plataformas baseadas em blockchain que facilitam a negociação direta de criptomoedas, evitando intermediários. Elas usam contratos inteligentes para transações seguras e automatizadas. Vale ressaltar que as DEXs são compatíveis com várias carteiras de criptomoedas, inclusive com as de exchanges centralizadas, facilitando o acesso a negociações descentralizadas.

As DEXs disponibilizam uma série de funcionalidades, como trades e swaps de tokens em tempo real, bem como staking, uma atividade que dá recompensas em cripto para quem participa da manutenção e validação da rede. Além disso, a comunidade usuária pode participar de ofertas iniciais de tokens (ITOs) e fornecer liquidez para ganhar mais recompensas. Essas exchanges contribuem para o ecossistema da Web3 porque incorporam os princípios de descentralização, transparência e empoderamento da comunidade usuária, em perfeita sintonia com as práticas de interações diretas (peer-to-peer) e as características de propriedade da Web3.

5 Swap de tokens

O swap de tokens consiste na troca de uma criptomoeda por outra, normalmente facilitada em carteiras Web3. Essas trocas usam contratos inteligentes, que permitem transações diretas (peer-to-peer), sem intermediários.

Com uma carteira de cripto, qualquer pessoa pode começar a fazer swaps de tokens. Por exemplo, é possível trocar Ethereum (também conhecido como Ether) por outras criptomoedas como Matic, Solana ou Bitcoin. Esse processo é seguro e automatizado, garantindo transparência e eficiência. Com os swaps de tokens, você pode diversificar seu portfólio de criptomoedas e participar de vários projetos no ecossistema blockchain.

6 Staking

Fazer staking significa manter uma certa quantidade de criptomoedas na carteira para apoiar as operações de uma rede blockchain e ganhar recompensas em cripto. Isso contribui para a segurança da rede e a manutenção de suas funções. Quando você faz staking, seus tokens são utilizados para diversos fins, como validar transações ou participar de mecanismos de consenso.

O staking é uma estratégia que oferece benefícios atrativos, como o acúmulo de recompensas em cripto e a participação ativa no crescimento do blockchain. Mas é importante lembrar que os tokens em staking ficam inacessíveis temporariamente. Eles são reservados por um período predeterminado e não podem ser usados livremente para transações ou outras operações durante esse tempo. Surgiram novos conceitos, como o “staking líquido”, que permite trocar tokens em staking, mas ainda existem limitações quanto aos tipos de transações permitidas. Portanto, recomendamos que você estude minuciosamente os mecanismos de staking da plataforma de criptoativos que pretende usar para ter certeza de que ela atende aos seus objetivos e à sua estratégia de gestão de ativos. 

7 Ofertas iniciais de tokens (ITOs)

As ofertas iniciais de tokens (ITOs) são eventos de arrecadação de fundos em que novos tokens de criptomoedas são disponibilizados para investidores. Essas ofertas permitem angariar recursos para o desenvolvimento e a execução dos projetos. Durante a ITO, quem investe adquire os tokens por um preço específico, obtendo a propriedade do projeto.

Participar de ofertas iniciais de tokens (ITOs) é uma excelente oportunidade de apoiar projetos inovadores de criptomoedas e ter a chance de se beneficiar do seu sucesso. Com sua carteira de criptomoedas, você pode participar de ITOs comprando tokens durante o período da oferta. Mas é preciso estudar as ITOs com atenção. Embora elas ofereçam o potencial de ganhos, também trazem riscos, caso o projeto não atinja as metas ou os tokens não gerem valor. Antes de investir, é essencial que você pesquise o projeto minuciosamente, considerando suas metas, os casos de uso e a equipe responsável.

8 Tokens não fungíveis (NFTs)

Os NFTs são ativos digitais únicos, criados por intermédio da tecnologia blockchain, que representam a propriedade de obras de arte, criações e objetos exclusivos. Mais do que meros itens digitais, os NFTs têm a capacidade de simbolizar ativos do mundo real, reformulando o conceito de propriedade e abrindo novos caminhos para a criatividade digital e a geração de valor. Artistas, criadores e colecionadores estão abraçando os NFTs com entusiasmo, pois esses criptoativos redefinem os conceitos de propriedade na era digital e lançam as bases para formas inovadoras de autoexpressão e representação de ativos.

Com uma carteira compatível com a Web3, você pode interagir com NFTs comprando, guardando, trocando e até mesmo vendendo suas criações. Essa abordagem inovadora permite que qualquer pessoa participe do ecossistema vibrante dos NFTs, redefinindo a maneira como nos envolvemos com a propriedade digital e abrindo novas possibilidades de expressão artística e gestão de ativos.

9 Contratos inteligentes: confiança e automação

Embora não sejam voltados para o usuário, os contratos inteligentes (smart contracts) são a base que sustenta as inovações da Web3. Esses mecanismos digitais atuam com autonomia, realizando ações quando determinadas condições são cumpridas. É como se fossem assistentes confiáveis que administram contratos por conta própria.

Os contratos inteligentes são a estrutura fundamental para inúmeras inovações da Web3. Eles impulsionam as exchanges descentralizadas (DEXs), possibilitando fazer transações diretas (peer-to-peer), sem intermediários. Também potencializam o metaverso e os aplicativos descentralizados (dApps) para a criação de paisagens digitais imersivas e experiências interativas. Esses contratos sustentam transações seguras, procedimentos automatizados e interações transparentes que redefinem nosso relacionamento com a tecnologia e entre nós mesmos. 

10 Aplicativos descentralizados (dApps)

Conhecidos como dApps, os aplicativos descentralizados são soluções de software que operam em redes blockchain. Eles oferecem funcionalidades transparentes, seguras e focadas no usuário. Devido à sua natureza descentralizada, esses aplicativos não são controlados por uma única entidade, sendo, assim, menos suscetíveis à censura ou ao controle.

Esses aplicativos rodam em várias plataformas de blockchain, como Ethereum, Binance Smart Chain e Solana. Eles se aplicam a vários fins: de plataformas de finanças descentralizadas (DeFi) que redefinem as transações financeiras até redes sociais que facilitam a interação entre as pessoas, sem intermediários.

Os dApps oferecem muitas vantagens à comunidade usuária. Eles permitem maior controle sobre dados pessoais e transações devido à sua característica descentralizada. As pessoas podem se envolver diretamente em atividades financeiras, como empréstimos, financiamentos ou trades, sem depender de instituições tradicionais. Além disso, os dApps proporcionam maior segurança devido ao uso da tecnologia blockchain.

11 Finanças descentralizadas (DeFi)

As finanças descentralizadas, também conhecidas como DeFi, são um conceito inovador no ecossistema blockchain. Seu objetivo é recriar os serviços financeiros tradicionais de maneira descentralizada. As plataformas DeFi atuam em redes blockchain, como a Ethereum, utilizando contratos inteligentes para oferecer uma série de serviços financeiros sem a necessidade de intermediários, como bancos ou corretoras.

As plataformas DeFi englobam atividades como empréstimos, captação de recursos, trades e yield farming, realizadas diretamente entre seus participantes por meio de protocolos automatizados. Ao eliminar intermediários, a DeFi pretende aumentar a inclusão financeira, reduzir as taxas e facilitar a acessibilidade para o público global. As pessoas podem interagir com as plataformas DeFi usando seus criptoativos, ganhando rendimentos ou participando do fornecimento de liquidez, sem nunca perder controle de seus fundos e transações. Essa perspectiva inovadora em relação às finanças tem o potencial de reestruturar os sistemas financeiros tradicionais e capacitar as pessoas para terem maior soberania financeira.

12 DAOs (Organizações Autônomas Descentralizadas): uma evolução da governança

As Organizações Autônomas Descentralizadas, ou DAOs, estão revolucionando a governança. Elas utilizam códigos e contratos inteligentes para facilitar a tomada de decisões de modo colaborativo e descentralizado. Essas entidades denominadas “autônomas” atuam de acordo com regras predefinidas que são codificadas em software.

Executadas em plataformas de blockchain como Ethereum e Binance Smart Chain, as DAOs podem atuar em diversas áreas, desde supervisão de fundos de investimento até orientação de iniciativas voltadas para a comunidade. Quem faz parte das DAOs tem um papel ativo na definição dos rumos da plataforma, propondo mudanças e participando de enquetes.

As DAOs promovem maior inclusão e transparência. Ao participar dos processos de tomada de decisão, a comunidade tem influência direta sobre as trajetórias do projeto. Isso gera envolvimento e sentimento de posse. Além disso, as DAOs simplificam as operações, reduzindo a dependência de intermediários e impulsionando estruturas de governança eficientes.

Desbravando a Web3 e além

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