Um banco descentralizado é aquele que opera sem intermédio de órgãos governamentais e/ou bancos centrais como reguladores.
Isso quer dizer que, na prática, as transações realizadas em instituições desse tipo são definidas, coordenadas e direcionadas pelas pessoas que fazem parte da sua comunidade.
Essa estrutura está alinhada ao conceito de economia descentralizada, que é um ecossistema financeiro totalmente independente que funciona exatamente dessa mesma forma.
Isso soa estranho para você? Então pense em como funcionam as criptomoedas, que nada mais são que moedas descentralizadas. Por conta da tecnologia blockchain, as transações e movimentações podem ser realizadas sem aprovação de terceiros, dando aos seus participantes mais autonomia e livrando-os de regras que, por vezes, podem limitar ou burocratizar vários processos.
E quais as vantagens de tudo isso? Bem, o fato de dispensar intermediários, como acabamos de citar, já é um dos seus maiores benefícios.
Quer saber quais são os outros que podem afetar o seu dia a dia? Basta continuar a leitura deste artigo e conferir o que é um banco descentralizado, como funciona, conceito e muito mais!
O que é um banco descentralizado?
Um banco descentralizado é uma instituição financeira que opera sem a necessidade de supervisão ou atendimento às determinações governamentais e/ou direcionamentos de bancos centrais.
Ao ter essa informação, a primeira impressão que se tem é que não há regras a serem cumpridas, certo? Mas, na verdade, não é bem assim que funciona.
Como funciona um banco descentralizado
Um banco desse formato segue o princípio da economia descentralizada, como dissemos logo na abertura deste artigo. E o que é economia descentralizada? Trata-se de um regime monetário totalmente independente, no qual sua existência e tomadas de decisões seguem os critérios definidos pela comunidade que o compõe.
Tudo isso é baseado na tecnologia, mais especificamente, na blockchain. Esse ecossistema é como um grande banco de dados descentralizado. Nele, todas as informações registradas podem ser visualizadas (o que garante transparência), mas não podem ser modificadas (o que confere confiabilidade e imutabilidade).
Concorda que em um sistema financeiro essas duas características são essenciais? Somado a isso, todos os dados registrados passam por um processo de validação que constata a sua autenticidade.
Eles também recebem a informação da data e hora que foram inseridos na rede e, por serem incorporados em ordem cronológica, esse é mais um impedimento de que haja qualquer alteração.
E no que se refere à segurança, é essencial destacarmos que todas as informações e dados inseridos em uma rede blockchain são criptografadas, ou seja, é necessário a chave certa para conseguir quebrar esse código e, assim, modificar o que já foi registrado.
Mas podem haver ataques de hackers? Poder até pode, pois essas ações são impossíveis de serem evitadas. Entretanto, uma rede blockchain não armazena as informações em um único lugar, o que dificulta muito esse processo.
Lembra que falamos que a tecnologia blockchain é como um banco de dados descentralizado? Pois então, esses registros são armazenados em computadores espalhados por todo o mundo, os quais são chamados de nós, e não apenas em um único lugar.
Ainda que um deles sofra algum tipo de ataque cibernético, os demais mantêm o armazenamento das informações intacto, garantindo que nada seja violado, apagado ou modificado.
Quais as vantagens de utilizar um banco descentralizado?
São muitas as vantagens de poder utilizar os serviços de um banco descentralizado. Entre as que mais se destacam estão:
- custos operacionais reduzidos;
- mais transparência nas transações;
- autonomia e autoridade para os participantes;
- menos burocracia;
- regras mais direcionadas.
Custos operacionais reduzidos
Considerando que as transações podem ser realizadas diretamente entre os interessados, a tendência desse ecossistema financeiro descentralizado é que os custos das operações sejam menores, especialmente em comparação aos que são praticados em um sistema de economia centralizada.
Mais transparência nas transações
E como dissemos, a tecnologia blockchain permite que as informações e dados registrados nessa rede sejam facilmente visualizados, ainda que não possam ser modificados. Em caso de necessidade de auditorias, por exemplo, essa possibilidade faz toda a diferença.
Autonomia e autoridade para os participantes
Para explicar essa vantagem, mais uma vez precisamos citar a questão da dispensa de intermediários para a realização das transações.
Essa característica dá aos envolvidos nas operações uma autonomia verdadeira, bem como autoridade para definirem as regras das suas negociações.
Aqui, vale destacar uma possibilidade bem importante dentro da rede blockchain, que é a elaboração de contratos inteligentes.
Também chamados de smart contracts, esses documentos podem ser firmados apenas entre os envolvidos em determinado processo. O ponto de vantagem dessa solução é que, com base nas regras criadas, esses contratos se executam automaticamente.
Por exemplo, imagine um empréstimo que para ser liberada a segunda parte do valor, o devedor precisa ter pago 20% do valor total da dívida. Ao invés de fazer essa liberação manualmente tão logo essa quantia seja paga, o contrato inteligente realiza essa tarefa de maneira automática.
Menos burocracia
Todas as vantagens anteriores levam a essa, que é a realização de transações menos burocráticas.
Novamente, por não haver intermediários e por não seguir definições e limitações de órgãos reguladores, várias etapas podem ser eliminadas, tornando as operações mais rápidas e desburocratizadas.
Regras mais direcionadas
E como as regras são definidas pela comunidade que compõe um sistema financeiro descentralizado, essas tendem a ser mais pontuais e de acordo com as necessidades, objetivos e expectativas desses participantes.
É o fim dos bancos tradicionais?
Para que os bancos descentralizados ganhem mais espaço, existem algumas barreiras que ainda precisam ser quebradas. Por essa razão, ainda é cedo para afirmar que eles irão “desbancar” os bancos tradicionais.
Por exemplo, por não haver influência, nem fiscalização de um órgão regulador, é comum as pessoas terem certa resistência a esse novo ecossistema, principalmente por considerarem que essa falta de supervisão resulta em processos com pouca segurança.
Somado a isso, é necessário um entendimento maior, por parte dos usuários dos serviços bancários, quanto ao funcionamento da tecnologia blockchain — entendimento esse que, inclusive, sanaria o receio anterior.
Apesar desses pontos, não há como negar que um sistema financeiro descentralizado já está “batendo à porta”, e as criptomoedas estão aí para provar isso!
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