A mineração hidrelétrica tem se mostrado uma das melhores maneiras de resolver um grande problema de criação e de verificação de novas criptos, que é o alto consumo de energia elétrica vinda de fontes não renováveis.
Trata-se de um processo que gera energia por meio da força e do movimento das águas dos rios. Visto que a água é considerada um recurso natural renovável, esse método é tido como o que menos impacto ambiental causa.
E quanto isso pode melhorar o mundo dos ativos digitais? Para responder essa pergunta é importante relembrarmos que a mineração de criptomoedas exige o uso de um poder computacional potente, que, por sua vez, resulta em um gasto bastante elevado de energia elétrica.
Para muitos entusiastas dos criptoativos isso é um ponto bastante negativo, já que para gerar novas unidades e validar as transações o meio ambiente acaba sendo prejudicado.
Apenas para você ter uma ideia do quanto essa questão é importante e pode mudar a percepção que as pessoas têm sobre as moedas digitais, Elon Musk — sim, o bilionário — retrocedeu da sua decisão de aceitar Bitcoin como meio de pagamento na sua empresa Tesla.
O motivo foi justamente o impacto ambiental que a mineração de BTC causa ao utilizar combustíveis fósseis. O resultado desse posicionamento? Queda considerável do valor da BTC logo em seguida!
Para que as criptos não deixem de ser mineradas, ou que mais pessoas cogitem não entrar nesse mercado por conta do dano causado no meio ambiente, uma das saídas é usar a mineração hidrelétrica nesse processo.
Se você também pensa no futuro do planeta, então confira agora mesmo o que é, como funciona e quais são as vantagens dessa forma de minerar criptomoedas.
O que é mineração hidrelétrica?
Mineração hidrelétrica é um método usado para minerar criptoativos que usa fontes de energia ecológica para alimentar esse processo.
Como dissemos, tanto para a criação dessas moedas digitais quanto para validação das transações que acontecem em uma rede blockchain, é preciso usar computadores potentes que, quanto mais robustos são, mais energia elétrica consomem.
Além disso, conforme o número de mineradores aumenta, mais gasto energético é gerado.
Como exemplo desse aumento de demanda, podemos citar um estudo divulgado na Bloomberg, agência de notícias, o qual revelou que o uso de energia do Bitcoin no ano de 2021 foi maior que no ano anterior.
Em 2020, a rede de Satoshi Nakamoto havia consumido aproximadamente 67 terawatts-hora (TWh). O levantamento foi feito em setembro de 2021 e, pela projeção na época, a tendência era que até o final do ano esse consumo seria de 91 TWh.
Se você está tentando mensurar se isso é muito, sim, é muito! Apenas como comparação, a reportagem também destacou que essa quantia é a mesma consumida pelo Paquistão durante um ano inteiro, que é o quinto país mais populoso do mundo, com mais de 200 milhões de habitantes.
Qual o principal objetivo com o uso desse tipo de mineração?
O principal objetivo da mineração hidrelétrica é garantir a continuidade dos processos de validação e de criação de criptomoedas, mas, ao mesmo tempo, promover o cuidado com o meio ambiente.
Por essa razão, a meta é substituir o uso de combustíveis fósseis esgotáveis, os quais causam danos à natureza decorrente de gases de efeito estufa e poluição vindos da sua queima, por fontes de energia ecoamigáveis — no caso, a água.
Considerando que o mercado de criptomoedas cresce mais a cada dia, o número de entusiastas e interessados cresce na mesma proporção. Isso, por sua vez, resulta em mais processos de mineração e de validação que, consequentemente, abre a porta para a entrada de mais mineradores.
Como reflexo, há também o aumento competitivo entre esses profissionais, que precisam de computadores realmente potentes para saírem na frente na hora de minerar criptos e, com isso, garantir a recompensa.
Percebe que, basicamente, isso é uma bola de neve, já que uma coisa puxa a outra que, no fim, resulta no aumento do consumo de energia.
Mas se há uma crescente nessa história toda, e as fontes de energia usadas para minerar criptomoedas está comprometendo o meio ambiente agora e no futuro, nada mais adequado que buscar formas de sanar esse problema, concorda?
Quais são os benefícios da mineração hidrelétrica para o mundo cripto?
Um dos maiores benefícios da mineração hidrelétrica é, sem dúvida, preservar a natureza. O uso dessa nova fonte de energia, por sua vez, pode fomentar o interesse das pessoas no universo das criptomoedas.
Lembra que falamos que Elon Musk desistiu de aceitar Bitcoin como forma de pagamento na sua empresa Tesla? Pois bem, o tweet que ele postou em 12 de maio de 2021 sobre isso dizia o seguinte (traduzido para o português):
“A Tesla suspendeu as compras de veículos usando Bitcoin. Estamos preocupados com o rápido aumento do uso de combustíveis fósseis para mineração e transações de Bitcoin, especialmente carvão, que tem as piores emissões de qualquer combustível.
A criptomoeda é uma boa ideia em muitos níveis e acreditamos que tem um futuro promissor, mas isso não pode ter um grande custo para o meio ambiente.
A Tesla não venderá nenhum Bitcoin e pretendemos usá-lo para transações assim que a mineração passar para uma energia mais sustentável. Também estamos analisando outras criptomoedas que usam < 1% da energia/transação de Bitcoins”
Percebe que ele fala que a BTC é, sim, uma ideia ótima e promissora, no entanto, o fato de impactar o ecossistema afeta seu uso? Se mais pessoas pensarem dessa forma — o que certamente é uma realidade — concorda que mesmo um gigante como o Bitcoin pode sofrer danos seríssimos?
Bom, a prova disso é que bastou Musk divulgar esse posicionamento para muitas pessoas venderem suas unidades de BTC!
A Ethereum já me movimentou para evitar isso, com a criação da Ethereum 2.0, versão da rede que muda o processo de validação do PoW, que requer grande poder computacional e, consequentemente, de energia, para o PoS, que dispensa essa exigência.
Gostou do que descobriu aqui? Quer saber mais sobre esse tema e outros que realmente movimentam o mundo das criptomoedas? Então continue conferindo os outros artigos do blog da Bitso!