Em 2022, o Tribunal de Contas da União (TCU) e o BNDES lançaram, em parceria, a Rede Blockchain Brasil. Trata-se de um sistema cujo objetivo é usar a tecnologia para aumentar a segurança dos dados armazenados pelo governo e, de quebra, garantir a hiperconexão do órgão oficial.
Se você quer saber se a Rede Blockchain Brasil já está em operação ou qual a previsão para que isso ocorra, continue a leitura. Vamos te atualizar sobre o tema!
Contextualizando: o que é blockchain
Blockchain, traduzido ao pé da letra, significa algo como “cadeia de blocos”. Na prática, funciona mais ou menos assim. Transações realizadas no sistema são registradas em um bloco de dados (criptografado), que carrega consigo todos os registros dos blocos antigos, tornando qualquer adulteração impossível.
Mas, afinal, como isso é possível?
O blockchain opera como um banco de dados de emissões e transações com moedas digitais. Cada operação é armazenada em um bloco codificado por um hash (conjunto de letras e números aleatórios). A existência do hash permite que os dados sejam acessíveis e auditáveis, mas não possibilita sua alteração e nem a visualização de dados privados.
Para te ajudar a entender a movimentação de uma transação em blockchain, aqui está um resumo visual. Basicamente, o que você precisa saber para entender como a tecnologia funciona está aqui:
O que é a Rede Blockchain Brasil?
A Rede Blockchain Brasil é um projeto do Governo brasileiro (encabeçado pelo TCU — Tribunal de Contas da União e o BNDES — Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A proposta é que ele opere como uma base de dados pública, com o armazenamento de informações em blocos encadeados de forma sequencial (a lógica do blockchain explicada anteriormente).
A seguir, você conhece alguns pontos-chave da estrutura, apresentados no Portal TCU.
Objetivos
O objetivo do projeto é estimular o uso de tecnologia na administração pública e abrir caminho para ampliar o uso do blockchain em ações de controle externo. A ideia é que o recurso gere mais segurança para atos e contratos da administração pública.
Além disso, a Rede Blockchain Brasil tem a chance de tornar o governo federal hiperconectado, funcionando como uma camada confiável e acessível para o compartilhamento de informações no poder público.
Antes de seguir em frente, leia mais sobre o potencial de uso do blockchain nos governos.
Estrutura
No evento de lançamento da Rede, o superintendente da área de Tecnologia da Informação do BNDES, Fernando Lavrado, explicou como se organiza a estrutura do projeto.
A princípio, ele contará com três tipos de participantes:
- patronos: TCU e o BNDES, com poder de voto e veto;
- participantes associados: participarão da governança com voto e serão responsáveis pelos nós, com validação e registro das transações na cadeia blockchain;
- parceiros: podem usar a rede e fazer transações, mas não participam no núcleo de validação e consenso.
Como foi o lançamento da Rede Blockchain Brasil?
O lançamento aconteceu em 30 de maio de 2022, em um evento que contou com a participação de agentes públicos e demais profissionais relacionados ao projeto.
Veja a seguir quais foram os pontos destacados pelos presentes a respeito do novo projeto pela matéria veiculada no Portal do TCU.
Aperfeiçoamento da administração pública
Na ocasião, a presidente do TCU , ministra Ana Arraes, observou que o lançamento da Rede Blockchain Brasil está alinhado à missão da Corte de Contas de sempre contribuir para o aperfeiçoamento da administração pública em benefício de toda a sociedade.
“Com a criação da rede, iniciamos a preparação para o uso futuro dessa tecnologia em ações de controle externo. Esperamos, com a assinatura deste termo, incentivar o uso da tecnologia no setor público, o que proporcionará mais segurança e confiabilidade aos atos e contratos da administração pública”, disse.
Benefícios ao governo e à sociedade
O ministro do TCU, Aroldo Cedraz, disse que o Tribunal tem buscado oferecer ferramentas para assegurar o uso responsável de novas tecnologias, de forma que possam trazer benefícios ao governo e à sociedade e evitando gastos indevidos na aquisição de soluções desnecessárias.
“A criação da Rede Blockchain Brasil, (…) promove apoio técnico e conhecimento para o fortalecimento do ecossistema de inovação tecnológica, além de uma infraestrutura robusta e confiável (…)”
O potencial da Rede em mudar a forma como o Estado brasileiro funciona e como a máquina pública traz eficiência para o cidadão brasileiro foi destaque na fala do presidente do BNDES, Gustavo Montezano.
“O blockchain tem a possibilidade de melhorar substancialmente o serviço não só para o nosso cliente final, que é o cidadão brasileiro, mas trazer mais segurança para todos os servidores públicos envolvidos em qualquer processo de contratação e registro de operações do estado brasileiro em todos os níveis. Falamos de inovação, eficiência, transparência e integridade”, completou Montezano.
Parceria com parceiros e trocas de experiências
A secretária de Soluções de Tecnologia e Informação do TCU, Fabiana Ruas, conduziu um debate com potenciais parceiros, que apresentaram experiências em andamento e ideias de uso da plataforma.
Próximos passos
Neste momento, a Rede Blockchain Brasil funciona em caráter experimental. Entretanto, a previsão é de que a primeira aplicação descentralizada ocorra ainda em 2023.
Rede Blockchain Brasil: o que muda para você?
É importante termos em mente que qualquer informação armazenada nos blocos sequenciais do blockchain deve ser previamente aprovada por todas as partes envolvidas.
A partir desta validação e de sua consequente publicação, os dados inseridos na rede não podem ser modificados ou deletados, passando a integrar a base de dados pública.
E aí? Quer acompanhar os desdobramentos da implementação da Rede Blockchain Brasil e, de quebra, não perder nenhuma atualização sobre o mercado financeiro e de moedas digitais? Então continue de olho no blog da Bitso!