O que é DeFi? Entenda como funciona e exemplos de protocolos

Finanças Descentralizadas: o que é DeFi?

Se você acompanha e lê nossos artigos — caso ainda não, convidamos a fazer isso a partir de agora! —, já deve ter notado que o mundo das criptos é cheio de siglas e nomes bem particulares. É um universo vasto e super interessante.

Sobre isso, há uma abreviação que não é exclusiva, porém, totalmente relacionada a esse campo que você precisa conhecer. Então, vamos lá! Você sabe o que é DeFi?

DeFi é a abreviatura do termo em inglês “decentralized finance” que, em português, significa finanças descentralizadas. Trata-se da oferta de produtos e serviços financeiros livres da regulamentação e do intermédio de órgãos centralizadores, como os bancos centrais. 

Um dos principais pontos em comum entre DeFi e criptomoedas é que ambas funcionam com base em redes blockchain, que são blocos de informações invioláveis, conectados uns aos outros.

O termo “finanças descentralizadas” ganhou evidência em 2018. Porém, é bem importante considerar que a criação do Bitcoin, em 2009, possibilitou que esse conceito se tornasse possível, visto que foi a moeda digital de Satoshi Nakamoto que deu visibilidade à oferta de ativos digitais descentralizados.

Ok! Na prática, o que tudo isso quer dizer e qual a relação real das finanças descentralizadas com as criptomoedas? 

Para saber essa e outras respostas, continue a leitura deste artigo e entenda o que é DeFi, como funciona, qual a importância em um cenário de transformação digital e muito mais!

O que é DeFi?

As DeFi, ou finanças descentralizadas, são soluções do mercado de produtos e serviços financeiros criados e oferecidos sem que haja a necessidade de um órgão regulamentador. Um exemplo bem simples e prático do que é DeFi é a concessão direta de empréstimo entre duas pessoas, o chamado peer to peer, ou P2P.

A capitalização total de mercado DeFi é de mais de US$ 46 bilhões, de acordo com o site TradingView. Atualmente, existem mais de 1.750 protocolos de finanças descentralizadas ativos, em mais de 130 blockchains.

Para você saber ainda mais, assista ao vídeo exclusivo, direto do canal da Bitso, explicando o que é DeFi. Confira:

“Mas e a segurança desse tipo de transação!?” Pode relaxar! Os processos que envolvem as finanças descentralizadas costumam ser tão seguros quanto os realizados nos moldes tradicionais.

Como funciona o protocolo DeFi?

O funcionamento de protocolos DeFi acontece por meio de uma rede blockchain, como a plataforma Ethereum, atualmente a rede mais utilizada para essa finalidade. Porém, isso também ocorre em outras, por exemplo, a Solana, a Cardano, a Polkadot e afins.

Uma rede blockchain é formada por diversos blocos conectados uns aos outros, sendo que, em intervalos periódicos, novos blocos são criados trazendo as informações dos anteriores, para garantir a solidez.

Em cada um deles, há um conjunto de dados e informações sobre a transação que está sendo realizada e, apesar de ser um ecossistema formado por códigos abertos, isso não quer dizer que é facilmente modificado e/ou violado — bem ao contrário disso!

Ainda que um ou mais blocos sejam alvo de ações fraudulentas, é preciso desvendar todos que estão conectados para conseguir acessar as informações que eles guardam. Afinal, blocos novos trazem as informações de todos os anteriores, certo?

Como surgiu essa solução?

O conceito de finanças descentralizadas surgiu logo após o anúncio da rede Ethereum com  a criação do primeiro projeto a rodar na blockchain de Vitalik Buterin, o MakerDAO (MKR), ativo até hoje. 

Criado em 2014, o MakerDAO é uma plataforma de empréstimo descentralizada de código aberto e uma Organização Autônoma Descentralizada. O projeto é gerenciado por pessoas ao redor do mundo que possuem seu token de governança, o MKR.

Apesar do Bitcoin ter aberto os caminhos para o mundo das DeFi, só com a chegada da Ethereum foi possível ter acesso a uma rede de código aberto, onde os desenvolvedores podem criar aplicativos e soluções descentralizadas.

Porém, existiram desafios no início das DeFi, como acontece em qualquer novidade. Um dos mais comentados foi o ataque hacker sofrido pela The DAO, outro projeto pioneiro, em 2016, quando uma falha permitiu o acesso ao sistema e o invasor roubou US$ 50 milhões em moeda Ether (ETH).

Na tentativa de recuperar a rede após o ataque, os desenvolvedores da Ethereum fizeram uma atualização na blockchain, mesmo muitas pessoas considerando a atitude contrária às propostas-base do projeto.

Foi assim que a Ethereum acabou dividida em duas: a Ethereum original (ETH), a rede mais utilizada no mundo todo para a criação de soluções DeFi; e a Ethereum Classic (ETC), focada na execução de contratos inteligentes.

Qual a importância de DeFi em um cenário de transformação digital? 

Bem, explicado o que é DeFi, fica mais fácil relacionar esse conceito à transformação digital pela qual os mercados estão passando nos últimos tempos.

Em linhas gerais, essa transformação consiste na adoção de novas tecnologias que permitam o aprimoramento de soluções já existentes, condição que ajuda a acelerar sua evolução e melhorar a experiência dos seus usuários.

No caso das finanças descentralizadas, é possível dizer que elas colaboram para reduzir a burocracia dos processos e possibilitar que mais pessoas tenham acesso a serviços e produtos financeiros que, muitas vezes, não são oferecidos para o grande público, pois os bancos tradicionais não querem correr esse risco.

Uma das características que permitem isso é que o processo de DeFi é concretizado por meio de contratos inteligentes (smart contracts), que são acordos firmados no mundo digital e que se auto executam.

Em outras palavras, eles não dependem de atualizações ou validações “humanas” para ser executados. Ou seja, é tecnologia “de ponta”, facilitando o dia a dia de pessoas e empresas, o que torna os processos mais rápidos, dinâmicos, eficientes e assegurados.

Como as tecnologias descentralizadas podem ser utilizadas?

Muito pode ser feito dentro de uma rede blockchain que resulta em soluções, produtos e serviços descentralizados. Os contratos inteligentes que acabamos de citar já são um bom exemplo dessa aplicação. Além deles, é possível:

  • criar aplicativos descentralizados (DApps) para diferentes setores, incluindo o mercado financeiro;
  • desenvolver criptomoedas, tokens e stablecoins;
  • fazer a gestão de ativos;
  • realizar diversas transações financeiras, como empréstimos entre pessoas.

Conheça três dessas aplicações:

Moedas descentralizadas

As moedas descentralizadas, também chamadas de stablecoins, são ativos que tem seu preço pareado com o de outros do mercado financeiro tradicional, como ouro e moedas fiduciárias (dólar, euro e outras).

Isso significa que cada unidade de uma stablecoin equivale a uma unidade do ativo de referência. O objetivo dessas moedas é garantir a estabilidade da cotação, uma forma de driblar a volatilidade que é uma marca do mercado cripto.  

Alguns exemplos de moedas descentralizadas são:

Sistema para empréstimo 

Já imaginou fazer um empréstimo sem precisar passar por toda burocracia de um banco ou financeira para obter o capital desejado? Essa possibilidade existe graças ao protocolo DeFi.

Nas plataformas de empréstimo descentralizadas, os termos do contrato são definidos pelas partes e autoexecutáveis por meio do sistema de smart contracts. A única exigência feita neste formato de negociação é deixar ativos digitais como garantia para ter acesso ao empréstimo.

Os principais exemplos desse tipo de projeto do mercado cripto são a Compound (COMP) e a MakerDAO.

Exchanges descentralizadas

As exchanges descentralizadas, ou DEX, são plataformas descentralizadas nas quais os usuários negociam criptomoedas entre si, sem nenhum intermediário, usando o esquema peer-to-peer.

Além de dar autonomia às negociações, tudo que é acordado serve como base para a criação dos contratos inteligentes, executados pelo algoritmo da blockchain. Como comparação, nas exchanges descentralizadas, é uma empresa que controla as operações, como a Bitso faz.

As principais DEX do mercado cripto são: Uniswap, PancakeSwap, Curve, SushiSwap e SpookySwap.

Leia mais no artigo: O que é DEX? Entenda a diferença para as exchanges tradicionais.

Quais são os principais protocolos DeFi?

Entre os milhares de protocolos DeFi, os principais destaques da categoria (e que você encontra na Bitso para comprar) são: Aave (AAVE), Compound (COMP), Curve Finance (CRV), MakerDAO (MKR) e Uniswap (UNI). Conheça cada um dos projetos abaixo:

1. Aave (AAVE)

O Aave é um protocolo DeFi em que as pessoas podem emprestar ou pegar emprestado cerca de 20 criptomoedas, como Ether (ETH), MANA e Chainlink (LINK), sem precisar informar dados pessoais, como RG e endereço. 

Lançado em 2017, o protocolo Aave é considerado um dos maiores do mercado e sua criptomoeda AAVE oferece diversos benefícios na plataforma. O token possui uma capitalização de mercado de mais de R$ 7 bilhões.

2. Compound (COMP)

O COMP é o token do projeto Compound, que concede empréstimos de criptoativos. A plataforma recompensa quem oferece seus ativos para concessão desses empréstimos, garantindo a liquidez — processo chamado de cryptoback. 

A quantidade de cryptoback que uma pessoa recebe depende da oferta e demanda de mercado por um determinado ativo. O COMP também é um token de governança desse protocolo, conferindo direito à voto aos seus detentores.

3. Curve Finance (CRV)

O CRV é o token de governança da Curve Finance, uma organização autônoma descentralizada (DAO) que visa facilitar as trocas de stablecoins. A Curve, portanto, também é uma exchange descentralizada (DEX), onde é possível realizar transações com moedas. 

Quem detém CRV pode votar nas decisões de melhorias do projeto, além de fazer stake (bloquear seus tokens na rede para garantir a liquidez) e receber recompensas dentro do ecossistema.

4. MakerDAO (MKR)

O MKR é o token de governança da MakerDAO, um dos maiores protocolos de finanças que opera a stablecoin DAI, que tem seu preço atrelado ao dólar. 

Ambos os projetos estão baseados no blockchain da Ethereum, facilitando o uso dos tokens em aplicativos descentralizados (DApps), contratos inteligentes e todas as outras funcionalidades que a rede oferece. 

Outra função da criptomoeda MKR é como token de governança, o que confere direito de voto a quem possui o ativo em sua carteira.

5. Uniswap (UNI)

A Uniswap é uma exchange descentralizada (DEX) que oferece serviços de facilitação de trocas de tokens do tipo ERC-20. O projeto funciona por meio do trabalho de criadores de mercado automatizados, ou seja, o preço dos ativos é determinado automaticamente pela quantidade de moeda disponível e a demanda.

O UNI é o token da rede e, também, um ativo de governança. Dentro do ecossistema, quanto mais tokens UNI um usuário tiver, mais votos terá nas decisões de melhoria do protocolo.

Qual o impacto das finanças descentralizadas no mundo das criptomoedas?

Quando se responde o que é DeFi, automaticamente, somos remetidos a algo futurista — ok, já nem tanto assim! 

O mesmo princípio vale para as criptomoedas, considerando que muitas pessoas ainda não estão familiarizadas com elas e, por conta disso, deixam de trazer os ativos digitais para suas vidas financeiras.

Sobre isso, vale uma curiosidade: um estudo da Mastercard revelou que 75% dos millennials usariam mais as criptos se entendessem melhor como elas funcionam.

Por outro lado, é preciso considerar que ambos os conceitos estão sendo cada vez mais aplicados e utilizados pelas empresas. 

Um bom exemplo pode ser visto se voltarmos o olhar para os meios de pagamento. Por exemplo, Visa e Mastercard, que acabamos de citar, já anunciaram que seus cartões permitirão transações com criptomoedas da mesma forma que acontece hoje com o real.

É interessante destacar também que um dos potenciais de uso de DeFi são os mercados descentralizados, o que inclui alguns tipos de exchanges, como a DEX. E é justamente neste ponto que as finanças descentralizadas podem impactar o mundo das criptomoedas.

As exchanges permitem a negociação entre quem está interessado em vender e quem está interessado em comprar ativos digitais.

Trades, como o trade de Bitcoin, que é o processo de troca dessa moeda digital, igualmente podem ser feitos dessa forma, com a ajuda dos smart contracts.

O mundo de DeFi é amplo e muito interessante, e as criptomoedas fazem parte dele. Para continuar se aprofundando, fique por aqui com a Bitso. Falar sobre esse mundo cripto e descentralizado é o que mais amamos fazer. 

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O Time Bitso é formado por especialistas em criptomoedas, garantindo informações seguras e precisas sobre o mundo cripto.