A digitalização do mercado financeiro está permitindo que instituições e clientes ganhem com as inovações das novas soluções, entre elas o open banking ou open finance. Afinal, o compartilhamento de dados é um ponto de atenção na área e, desde 2021, já é possível ver as fases do open banking em andamento.
Se o Pix foi um recurso revolucionário para a experiência dos usuários, eliminando as taxas altas para fazer transferências entre bancos, o open banking vai dar a mesma liberdade, mas em relação a forma como os dados são compartilhados entre instituições financeiras.
Por isso, é importante entender o que é e ficar por dentro das fases do open banking para aproveitar as soluções quando estiverem disponíveis.
Continue lendo e entenda mais sobre essa funcionalidade e também como ela vai favorecer o mercado cripto e a operação das exchanges.
Boa leitura!
O que é open banking?
O termo open banking pode ser traduzido como ‘banco aberto’. Na prática, open banking é um sistema baseado em um conjunto de regras que permite o compartilhamento de dados de clientes entre instituições financeiras de forma digital.
Ou seja, bancos e fintechs do mercado nacional poderão se comunicar via API (Application Programming Interface ou Interface de Programação de Aplicação), um mecanismo que permite que haja interação entre dois softwares a partir de um conjunto de definições e protocolos.
O objetivo do open banking é trazer o cliente para o centro da tomada de decisão, autorizando, apenas quando desejar, que uma instituição tenha acesso às suas informações pessoais e financeiras.
Essa mudança vem impulsionada pela aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), aprovada em 2018 e em vigor desde 2020, que deu autonomia para as pessoas decidirem por quem e quando seus dados serão acessados.
Como funciona o open banking?
Para entender como o open banking funciona, primeiro, é importante contextualizar o que acontecia antes da chegada desse sistema.
Na era pré-open banking, um cliente com conta bancária no banco X que quisesse fazer um empréstimo em um banco Y enfrentaria dificuldades na aprovação do pedido.
O motivo? O banco Y não tem acesso aos dados do histórico de crédito do cliente no seu banco de origem, ou seja, não sabe se ele é uma pessoa (física ou jurídica) confiável e boa pagadora.
A falta de acesso às informações faz com que o banco Y considere a operação muito arriscada e, muitas vezes, o empréstimo é negado. Dessa forma, o cliente é obrigado a fazer transações com seu banco, mesmo que outros ofereçam taxas mais vantajosas.
Com a chegada do open banking, esse cenário mudou. Os clientes podem solicitar na segunda instituição financeira o compartilhamento de dados. Em seguida, as instituições vão se comunicar, o banco de origem vai entrar em contato com o cliente para validar o pedido e assim liberar os dados.
As instituições financeiras das categorias S1 (porte igual ou superior a 10% do PIB e atuação internacional) e S2 (porte de 1% a 10% do PIB) são obrigadas a aderir ao open banking. Exemplo: Banco do Brasil, Itaú, Santander, Caixa Econômica, entre outros.
Já para empresas de pagamentos e fintechs como Nubank, Mercado Pago e Pic Pay, a adesão é voluntária.
Tudo isso vai funcionar baseado nas regras estabelecidas pelo Banco Central para que os clientes tenham uma experiência positiva e segura.
Quais dados serão compartilhados?
A previsão é de que o open banking, a partir da aprovação do usuário, permita o acesso a:
- dados pessoais (nome, endereço, telefone, CPF/CNPJ);
- dados financeiros (renda, faturamento da empresa, perfil de consumo, poder compra, conta corrente, etc.);
- dados de produtos e serviços adquiridos (empréstimos, financiamentos, etc.).
Vale destacar que as instituições financeiras não têm acesso vitalício aos dados. De acordo com o Banco Central, as informações ficam disponíveis por 12 meses. Depois desse prazo, o cliente precisa fazer um novo pedido e validá-lo.
Quais são as fases do open banking?
As fases de implementação do open banking aconteceram ao longo do ano de 2021 e consistiram em 4 etapas. São elas:
Fase 1 – Dados sobre produtos e serviços das instituições
Com a supervisão da comissão do Banco Central, em fevereiro de 2021, as informações detalhadas sobre produtos e serviços oferecidos foram compartilhadas entre as instituições financeiras participantes.
Fase 2 – Dados cadastrais de clientes
Em agosto de 2021, as instituições compartilham dados cadastrais dos seus bancos de informações internos para fazer a identificação e qualificação de clientes. Essa fase foi realizada com o consentimento dos clientes.
Fase 3 – Dados transacionais de clientes
Na fase 3 do open banking, que aconteceu em outubro de 2021, foram compartilhados os históricos de informações financeiras dos clientes como pagamentos realizados, Pix, créditos adquiridos, etc.
Fase 4 – Serviços
Fechando as fases do open banking, na etapa 4, as instituições financeiras compartilharam sobre a aquisição de serviços como investimentos, seguros, câmbio, etc. O trabalho foi realizado em dezembro de 2021.
O open banking já está disponível para os clientes solicitarem quando precisam compartilhar informações.
Open banking vale a pena?
O sistema de open banking vale a pena porque traz novas oportunidades e vantagens para as relações financeiras como:
- novos modelos de negócio;
- consumidor no centro das decisões;
- maior transparência;
- portabilidade de relacionamento entre instituições;
- controle sobre as próprias finanças.
Mercado cripto e open banking
Não são apenas as instituições tradicionais que se beneficiam do open banking. Com a regulamentação das criptomoedas no Brasil, a expectativa é de que a comunicação e o compartilhamento das instituições tradicionais com as exchanges fique mais dinâmica.
Leia também: Entenda a regulação das criptomoedas e seus impactos.
Um dos exemplos de open banking nesse sentido é que as contas correntes e as contas das exchanges de criptomoedas possam realizar transações entre si, permitindo pagamento com criptomoedas e transferências de dinheiro para as exchanges com agilidade.
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