Os 9 principais indicadores para análise fundamentalista que vale a pena considerar

indicadores para análise fundamentalista

Para quem investe, ou tem a intenção de investir em ações, uma das etapas que ajuda a mitigar os riscos desse tipo de aplicação é conhecer quais são os indicadores que podem ser utilizados para a realização da análise fundamentalistas.

Aqui, vale a pena relembrar o que é uma análise fundamentalista: uma ferramenta que permite a verificação da situação financeira, econômica e setorial de uma empresa na qual se pretende comprar esses papéis.

Em outras palavras, podemos dizer que é um processo que possibilita a você verificar a saúde e a solidez financeira de uma companhia, seu potencial de crescimento, e outros pontos relacionados que são importantes de saber antes de investir o seu suado dinheirinho.

Esse recurso é usado por investidores que buscam tipos de investimento de renda variável como estratégia para ajudar nas suas tomadas de decisão.

No que se refere aos indicadores para a realização da análise fundamentalista, especificamente, existem vários que podem ser utilizados. Neste artigo, trouxemos os nove mais importantes.

Se a compra e venda de ações interessa a você, então continue a leitura deste artigo para conferir quais são esses indicadores. 

Os pontos básicos para análise fundamentalista

Dentre os pontos básicos para aplicar a análise fundamentalista em seus investimentos, o principal é o levantamento de informações e dados que permitem examinar de maneira profunda a saúde financeira de uma companhia que está na bolsa de valores.

O propósito desse tipo de análise é fazer uma identificação mais realista do potencial de crescimento e de lucratividade da empresa da qual se pretende comprar ações, de modo que isso indique se vale a pena ou não investir nela, e se isso realmente trará a rentabilidade esperada.

Para isso, são considerados levantamentos fiscais e tributários, sendo os três mais importantes:

  • Balanço Patrimonial: é um documento que pode ser emitido trimestralmente, anualmente, ou em outro período que seja relevante para o negócio. Nele consta a demonstração contábil da situação econômica e financeira da companhia, relacionando os seus ativos, passivos e patrimônio líquido.
  • Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE): consiste em um relatório contábil que avalia se o negócio está gerando lucros ou prejuízos em um determinado período, que pode ser no trimestre, semestre ou ano.
  • Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC): esse documento relaciona todas as entradas e saídas financeiras da empresa, o que permite analisar com precisão sua saúde financeira. No caso, o DFC tem como base para sua execução os dois relatórios que citamos anteriormente.

É a partir dos dados presentes nesses documentos que podemos avaliar os principais indicadores da análise fundamentalista:

  • Preço sobre Lucro (P/L);
  • Preço/Valor Patrimonial (P/VPA);
  • Return on Equity (ROE);
  • EBITDA;
  • Índice de Preço sobre as Vendas (PSR);
  • Enterprise Value (EV); 
  • Dividend Yield;
  • Dividend Payout;
  • Dívida Bruta / Patrimônio Líquido. 


Vamos analisar detalhadamente cada um deles a seguir.

9 indicadores para análise fundamentalista

Preço sobre Lucro (P/L)

A ideia desse indicador é verificar quão interessante está o preço das ações de uma empresa quando comparado aos de outras do mesmo segmento. De forma prática, consiste em verificar quanto o mercado está pagando por cada ação de uma determinada companhia comparado ao seu lucro recorrente.

Resultados baixos do P/L indicam que as ações estão sendo vendidas a preços também baixos. Se por um lado isso pode ser interessante para uma estratégia de investimento (adquirir esses papéis em momentos assim), por outro pode ser o indicativo que o potencial de lucro segue a mesma proporção (está em queda) nesse mercado.

Mas também pode ser apenas resultado de uma situação temporária do mercado. Por esse motivo, o P/L deve ser analisado com outros indicadores para análise fundamentalista.

Fórmula: P/L = preço atual da ação / lucro por ação referente aos últimos 12 meses

Preço/Valor Patrimonial (P/VPA)

O objetivo do P/VPA é estabelecer uma relação entre o preço atual de uma ação e valor patrimonial ao qual ela corresponde. Explicando de uma maneira mais simples, indica quanto potenciais investidores estão inclinados a pagarem pelo patrimônio líquido de uma companhia.

Quando o resultado desse indicador é alto, podemos dizer que o mercado está disposto a pagar mais para participar dos resultados daquela empresa.

Fórmula: P/VPA = preço atual da ação / patrimônio líquido por ação nos últimos 12 meses

Return on Equity (ROE)

Return on Equity significa Retorno sobre Patrimônio Líquido, e ele configura como um dos indicadores fundamentalistas mais importantes, visto que com ele é possível reconhecer o potencial de resultados de uma companhia, considerando o seu patrimônio líquido.

Em linhas gerais, um ROE alto é um indício que o negócio tem capacidade para gerar um bom retorno em relação ao equity, ou seja, ao valor investido pelos sócios. Porém, vale considerar o tamanho do patrimônio líquido da companhia antes de fechar essa conclusão, beleza? 

Isso é importante dependendo do segmento que está sendo analisado: bancos e mineradoras têm ROEs completamente diferentes por causa da estrutura de capital (passivos e patrimônio líquido) distintas entre elas, podendo ser maiores ou não.

Fórmula: ROE = lucro líquido no período / patrimônio líquido no período

EBITDA

EBITDA é a sigla para Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization, termo que na tradução para o português significa “lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização”.

Em resumo, esse indicador aponta o valor do lucro obtido antes de todos esses critérios, o que permite a avaliação da capacidade de uma empresa de dar lucratividade operacional em relação à receita gerada em determinado período. 

Comumente, seu resultado sempre será inferior a 100%. No entanto, quanto mais próximo estiver desse percentual, maior tende a ser o lucro operacional concebido pela companhia.

Fórmula: EBITDA = (EBITDA no período / Receita operacional no período) x 100%

Índice de Preço sobre as Vendas (PSR)

O acrônimo PSR se refere ao termo em inglês Price to Sales Ratio, em português, Índice de Preço sobre as Vendas.

Esse indicador é usado para a identificação de quanto o mercado está disposto a pagar pelas ações de uma empresa, tendo como base os seus resultados líquidos gerados.

Um PSR elevado aponta para preços altos de ações, ou receita muito baixa. É um indicador que carrega algumas semelhanças com o P/L, mas é mais focado para a visão do gestor da empresa, e não do acionista.

Fórmula: PSR = preço da ação / receita líquida por ação nos últimos 12 meses

Enterprise Value (EV) 

O Valor da Empresa é também um dos indicadores mais importantes para análise fundamentalista na tomada de decisão. O motivo é que ele aponta quanto a companhia vale no mercado no qual está inserida.

Esse indicador considera os ativos e passivos de um negócio, e pode ser calculado de diferentes formas. Dois bons exemplos são:

Fórmula 1: EV = valor de mercado da empresa + dívida líquida – valor do caixa da empresa

Fórmula 2: EV = cotação atual da ação x número total de ações, que corresponde ao market cap da companhia.

Dividend Yield

A função do indicador Dividend Yield, ou Rendimento de Dividendos, é apontar para a pessoa interessada na compra de ações de uma determinada companhia qual o seu potencial de retorno financeiro comparado ao investimento feito.

Resultados altos são indícios de que a empresa costuma distribuir bons dividendos aos acionistas. Porém, também podem sugerir o reflexo de um comportamento pontual do mercado, que pode não ser recorrente. 

Vale destacar que empresas em estágio inicial não costumam distribuir dividendos, pois preferem reinvestir os lucros no negócio pois então crescendo de forma acelerada. Portanto, um Dividend Yield baixo não necessariamente indica que a empresa esteja ‘mal das pernas’.

Fórmula: Dividend Yield = proventos pagos por ação nos últimos 12 meses / preço por ação

Dividend Payout

Já o Pagamento de Dividendos visa definir qual a relação entre o que é pago para quem comprou ações e o lucro obtido pela empresa em determinado período.

Mais uma vez, resultados elevados tendem a apontar bom retorno financeiro para o investidor, embora empresas nascentes, como comentado, podem não distribuir dividendos nesse momento devido ao reinvestimento dos lucros no negócio. 

Vale destacar que é essencial ponderar sobre o lucro líquido do negócio, o qual pode afetar a aplicação da fórmula, que é:

Fórmula: Dividend Payout = proventos pagos por ação nos últimos 12 meses / lucro por ação nos últimos 12 meses 

Dívida Bruta / Patrimônio líquido 

Fechamos a nossa lista de indicadores para análise fundamentalista com a Dívida Bruta / Patrimônio Líquido, que viabilizam o entendimento sobre o possível nível de endividamento de uma organização e seu patrimônio líquido de determinado período, a fim de analisar a saúde financeira do negócio.

Em suma, resultados altos indicam que há um endividamento grande, um patrimônio líquido pequeno, ou ambas as situações simultaneamente. 

Porém, resultados baixos são sugestões de equilíbrio entre esses dois índices, portanto, boa saúde financeira que pode resultar em boa lucratividade. Esse indicador deve ser olhado em conjunto com os anteriores, pois dívida alta não necessariamente é ruim, caso haja receita ou vendas suficientes que suportam o pagamento futuro dessa dívida.

Fórmula: Posição da Dívida Bruta da companhia (incluindo juros) / Patrimônio Líquido

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