Cinco tipos de investimentos e a escada da renda

Tipos de investimentos no Brasil

O mundo dos investimentos é muito amplo e cheio de possibilidades. Por um lado, isso pode ser assustador ou muito desafiador. Por outro, procurando conhecimento e meios de entender melhor, você fica por dentro das possibilidades existentes e entende a melhor para você. Neste artigo, vamos falar sobre cinco tipos de investimentos e como você pode subir a escada da renda.

Essa escada seria uma analogia para como na vida é possível mudar sua situação financeira de modo planejado e, ao longo do tempo, entender com critérios razoavelmente objetivos sobre como os avanços aconteceram.

Antes mesmo de começar, uma notícia ruim e uma notícia muito boa. A ruim é que os resultados não costumam acontecer de maneira tão rápida quanto gostaríamos (guarde isso para evitar golpes, está bem?), mas a boa é que, quando eles começam a ser observados de forma consistente, todo o esforço de ir juntando e aplicando mostra a diferença.

Quais os principais tipos de investimentos?

Como dissemos, há uma infinidade de tipos de investimentos, ou seja, de possibilidades existentes para que você coloque o seu dinheiro para trabalhar. Vamos apresentar um grande apanhado dos chamados investimentos financeiros para te ajudar a se situar.

Pra começar, investimentos financeiros são aqueles em que você coloca seu dinheiro em meios financeiros, isto é, aqueles em que existem diferentes possibilidades dentro dos mercados financeiros para que você dê utilidade para seu dinheiro.

Em geral, se espera que o seu investimento mostre um retorno na forma de juros ou de aumento de preço. Para não ficarmos apenas nas ideias, vamos aos tipos de investimentos que vai ficar mais fácil de entender.

Vamos apresentar os cinco tipos a partir das seguintes características: ser renda fixa ou renda variável, liquidez, objetivo de prazo, custos possíveis, como investir e nível de risco/retorno total.

Títulos privados: CDBs, LCIs e LCAs

Esses são os chamados títulos de investimento de crédito privado, ou, de maneira mais direta, é quando você empresta dinheiro para instituições e negócios da iniciativa privada, em troca de uma remuneração ao final. Esses fazem parte da chamada renda fixa.

Liquidez

A liquidez desses títulos é rápida, o que significa que, na maioria dos casos, você poderá resgatar o investimento com rendimentos em um prazo curto de tempo, que pode variar de uma liquidez imediata (que pode acontecer com CDBs) até o prazo de meses ou mesmo anos, mais comum nos casos de LCI e LCA.

Esses são títulos para quem não pode ter o dinheiro “bloqueado” por muito tempo e isso tem tudo a ver com uma liquidez geralmente curta – embora existam casos de prazos bem alongados, então de olho nisso! 

Custos

Estão presentes nesses tipos de investimentos os custos possíveis com taxas da instituição financeira e também os impostos, que são o IOF para o caso de resgates até trinta dias após a aplicação e o Imposto de Renda no caso do CDB.

Como investir

LCI e LCA são isentos de imposto de renda para pessoas físicas. Investimentos deste grupo são facilmente encontrados por quem tem conta em banco ou conta em corretora justamente dentro da área de renda fixa. 

Riscos

A relação entre risco e retorno é baixa, pois basicamente o único risco que existe é o da instituição financeira que está vendendo esses títulos quebrar e ficar sem te pagar, que é o chamado risco de crédito – o que pode ser aliviado pelo fato de que a instituição pode fazer parte do Fundo Garantidor de Crédito, que pode te ressarcir nesse caso pelo investimento feito até determinado limite.

Tesouro Direto

Nesse caso você também está emprestando, só que dessa vez, para o governo. Também podemos incluir esses títulos como sendo de renda fixa, em que você aplica um valor e o recebe corrigido após um tempo.

Liquidez

Aqui, a liquidez é bastante rápida: basta o mercado do Tesouro Direto estar aberto (todo dia útil) que você consegue colocar ordens de compra e venda de títulos.

O ideal desses títulos, em termos de prazo mantendo-os na carteira, seria até o seu vencimento, quando todo o retorno combinado (seja ele o da taxa Selic, a inflação somada a algum ganho real ou mesmo algum valor já fixado no momento da compra) é entregue.

Custos

Em relação aos custos, aqui temos a custódia (cobrança feita pela B3, a bolsa de valores, para guardar os títulos e as movimentações de saldos), as taxas da corretora e também os impostos no momento do resgate, sendo IOF no resgate abaixo de 30 dias e o Imposto de Renda a qualquer momento de resgate.

Como investir

Para ter acesso a esses títulos, é preciso ter conta em uma corretora que disponibilize – praticamente todas as corretoras fazem isso.

Riscos

A relação entre risco e retorno é um pouco mais elevada do que no caso do crédito privado, porque envolve o chamado risco de mercado. Funciona assim: embora você possa aplicar e resgatar em todos os dias úteis, isso estará sujeito a disponibilidade e taxas do dia. Isso significa que, resgatando antes do prazo final, há chances de receber um valor maior ou menor do que o aplicado inicialmente, devido a essa marcação a mercado dos títulos. Mantendo até o vencimento, a taxa combinada é entregue.

Ações e seus derivativos

Diferentemente dos dois casos anteriores, o que acontece aqui não é um empréstimo, mas a compra de um pedaço de uma empresa ou direito que tenha a ver justamente com esse pedaço. Aqui entramos na renda variável, em que o dinheiro aplicado inicialmente pode oscilar ao longo do tempo e ser resgatado depois maior ou menor. Muito similar ao que acontece com as criptomoedas, não há garantias aqui.

Liquidez

A liquidez nesse caso tem relação direta com o funcionamento dos mercados em que esses investimentos são negociados. Tanto as ações quanto os derivativos podem ser comprados ou vendidos nas bolsas de valores ou nos mercados de balcão, específicos a esses outros investimentos.

Investidores que olham para esse tipo de investimento com seriedade estão interessados em prazos maiores, porque grandes mudanças dentro desse campo costumam ocorrer de modo mais esticado ao longo do tempo. É o famoso longo prazo.

Custos

Os custos presentes aqui são relativos a essas negociações, como por exemplo na corretagem (a execução do processo de compra e venda) e o Imposto de Renda sobre os ganhos quando existirem. 

Como investir

Para ter acesso a esse tipo de investimento financeiro, você precisa ter conta em corretora ou na instituição financeira que faz esse tipo específico de negociação.

Riscos

Risco e retorno aqui começam a ficar mais complexos e subjetivos, porque envolvem uma análise mais aprofundada a respeito de como os retornos ocorrem.

Se falamos de ações, por exemplo, os ganhos podem vir por meio do crescimento da cotação ou na distribuição de dividendos; já sobre os derivativos, dependerá da “aposta” feita sobre o preço da ação (subir ou cair) funcionar ou não. Isso coloca um nível adicional de risco.

Fundos de investimento

Nos primeiros três casos, o investimento é feito por você, diretamente. No caso de um Fundo de Investimento, você deixa o seu dinheiro nas mãos de um grupo de pessoas que irão gerir os recursos e, de acordo com estratégias combinadas, buscarão retornos consistentes.

Essas estratégias podem ser as mais diversas: esses fundos podem ser de renda fixa, variável, imobiliários, multimercados e muitos outros. O objetivo aqui é o de, com essa gestão, superar determinados índices que são referência.

Liquidez

É possível encontrar fundos com todo tipo de liquidez, desde a imediata até a que permite resgates apenas após alguns meses. Geralmente, os fundos não têm liquidez tão curta porque, como aqui há a atuação de gestores sobre esses recursos, permitir que eles tenham um tempo de atuação pelo caminho é algo fundamental para que buscar ganhos.

Não é difícil encontrar quem use a analogia de “escolher poucos fundos de investimento para a vida”, porque geralmente o objetivo de ganho nesses casos tem um prazo bem maior. Fundos podem sim ter ganhos consideráveis em curtos espaços de tempo, mas a gestão tem o objetivo de gerar esses ganhos de maneira consistente e não apenas pontual.

Custos

Aqui, além de impostos e eventual custódia, também existem os custos relacionados a essa gestão profissional que é realizada, o que geralmente está ligado aos valores aplicados – a taxa de administração -, mas também pode ter relação com o desempenho que o fundo alcança.

Em um fundo de ações, por exemplo, muito provavelmente, quando o fundo supera o Ibovespa, parte desse ganho vira remuneração adicional ao grupo gestor, a chamada taxa de performance.

Como investir

Estes investimentos estão disponíveis para quem tem conta em corretora e, por envolverem aspectos mais específicos, em muitos casos, estão disponíveis apenas a níveis superiores de entrada inicial. Um CDB pode ser adquirido por até R$1 a depender da instituição, enquanto existem fundos de investimento cujo valor inicial de entrada é de R$1 milhão, por exemplo.

Risco

A relação risco-retorno neste caso se relaciona com a gestão que está sendo executada (e a confiança nela), com o mercado em que se está presente e nos resultados entregues. Em muitos casos, tudo costuma se centrar bastante nas figuras que executam a gestão do fundo.

Ativos alternativos

Este é o grupo mais diverso de todos e renderia, sozinho, uma quantidade imensa de conteúdos. Mas podemos resumir esse grupo ao seguinte aspecto: aqueles investimentos financeiros que vão além de depósitos, ações e títulos do tipo (sendo geridos diretamente pelo investidor ou via fundos de investimento). Aqui entram precatórios, startups e até criptomoedas: ativos que saem do tradicional.

Sobre as criptomoedas, a gente sempre diz que não são investimentos e tem algo que já dissemos lá no começo: com elas ou qualquer investimento, não existe dinheiro fácil e rápido.

Com a atenção que as criptos atraem, muitas cotações têm mostrado variações muito positivas. Mas isso não deve ser confundido com a possibilidade de ganhos infinitos (o que não existe), nem se deve esquecer a volatilidade, ou seja, o fato que os preços variam muito em curtos períodos de tempo.

Com criptos ou qualquer outra alternativa a investimentos, tenha em mente que ativos alternativos são aqueles cujos mercados estão longe de serem tradicionais e que tanto o prazo observado quanto os riscos tendem a ser bem mais elevados. Mas, claro, a inovação e o potencial também podem ser maiores.

E a tal escada da renda?

Essa sequência dos cinco tipos de investimentos financeiros não foi colocada em vão: na verdade, ela tem relação direta com a ideia de escada da renda.

Caso a situação seja a de estar em estágio inicial de investimentos, com um montante mais baixo de recursos, podemos chamar esse estágio de reserva de emergência ou mesmo de primeiro degrau, que são os investimentos mais próximos. Aqui, os primeiros dois tipos (títulos de dívida privada e pública) são mais indicados.

Levando em consideração uma situação financeiramente mais confortável, com reserva de emergência feita e com uma situação que permita observar horizontes mais longos, a pessoa estaria no segundo degrau, em que, após ter investimentos dos primeiros dois tipos, entraria no mundo dos itens três e quatro, pensando no longo prazo.

Já no caso de uma situação em que recursos financeiros estão muito bem estabelecidos, seria então possível buscar diversificar em mercados mais amplos, como os de ativos alternativos. Sempre, é claro, levando em consideração os investimentos mais adequados ao seu perfil de investidor e seus objetivos – a melhor pessoa para resolver isso é sempre você, combinado?

Como escolher o melhor investimento para você: dicas para começar a investir

A melhor dica possível é sempre a de verificar seu perfil de investidor para entender melhor quais seriam os investimentos mais adequados em relação ao quanto você suporta de risco.

Encontrando seu perfil e analisando sua situação atual, passe então a buscar os tipos de investimentos (dentro dos grupos que apontamos aqui) que melhor preenchem os seus requisitos tanto de renda disponível para investir quanto de risco que quer encarar.

Em terceiro lugar, talvez o mais importante: colocar a mão na massa. Um dos piores erros de quem investe é passar a maior parte do tempo se planejando para não tomar atitude alguma – e, pior do que isso, não tendo tomado nenhuma atitude, verificar depois os ganhos que poderia ter tido e não teve por ficar ‘confabulando teorias’!

Por último, conselho bastante válido para investidores que vão avançando consistentemente nessa trajetória do mundo dos investimentos: diversifique.

De modo simples, esse é o clássico “não colocar todos os ovos na mesma cesta”. De forma um pouco mais sofisticada, isso significa procurar ativos que se movimentam de maneira diferente entre si (enquanto alguns caem, outros sobem, e a carteira segue avançando).

Resumindo:

  1. Entenda seu momento atual financeiramente (quanto você pode investir sem comprometer suas necessidades do dia a dia ou sua reserva de emergência);
  2. Tenha clareza de suas metas e objetivos para investir (o que dará a você perspectiva no sentido de tempo em que seu dinheiro ficará investido e o tipo de retorno que você busca, para poder analisar melhor suas opções);
  3. Analise sua vontade de se sujeitar a riscos (e tudo bem não querer encarar riscos, tá?);
  4. Escolha o investimento ou ativo que se encaixa nas três análises iniciais e vá adiante! Pare de planejar e comece.

Investir é algo que pode soar como complicado, mas na verdade é algo que, com menos planejamento do que se imagina, é acessível a muitas pessoas que inicialmente nem pensam nessa possibilidade.

Entrando no mundo dos investimentos, uma pessoa pode planejar melhor seu futuro financeiro. E, como você bem acompanha no blog da Bitso com os diversos projetos de criptomoedas, Finanças Descentralizadas e afins, ainda pode ser um caminho bastante enriquecedor em termos de aprendizado e de inovação.

Tenha em mente que essa missão não é das mais fáceis. Tem sempre alguém tentando te convencer a não aprender mais, ficar no básico ou, pior, tentando te apresentar atalhos (lembre que não tem atalho, como aprender inglês ou fazer academia – você precisa investir, acima de tudo, seu tempo).

Mas continue estudando e vá sem medo: sabendo aonde quer chegar e entendendo o que se alinha aos seus objetivos, os resultados ao longo de um período longo de tempo são a maior prova de como todo o esforço vale a pena no fim das contas.

O Time Bitso é formado por especialistas em criptomoedas, garantindo informações seguras e precisas sobre o mundo cripto.