Renda passiva: entenda como o dinheiro trabalha para você

Um astronauta aguardando o rendimento da sua renda passiva.

Todos os dias você acorda e corre atrás de pagar suas contas e realizar os sonhos possíveis. Tudo isso com a profissão que tem, no local onde trabalha e com seus próprios recursos. Porém, será possível ter retorno financeiro até durante o sono? Sim, se você tiver fontes de renda passiva.

Antes de começar, vamos deixar as coisas bem claras: nada apresentado aqui será milagroso, nem possível da noite para o dia. 

O “ganhar dinheiro dormindo” não significa que vão te pagar para dormir, mas que renda passiva é quando você tem retornos mesmo enquanto não estiver trabalhando por eles.

Outra questão importante antes de prosseguir: a disciplina que você precisa ter parece impossível no curto prazo, mas conforme for melhorando a situação do dinheiro que trabalha para você, as coisas farão mais sentido e, provavelmente, o hábito criado não irá mais se desfazer. 

Vamos então tratar desse assunto que pode ser o alívio que você precisava para sua vida financeira futura.

Como gerar renda passiva?

A geração de uma renda passiva leva em consideração que você vai juntar esse dinheiro em algum lugar, deixando-o separado dos recursos que você utiliza para o consumo do dia a dia. Um nome legal para esse dinheiro pode ser “responsabilidade com meu eu do futuro”.

Em qualquer conteúdo que você pesquisar sobre finanças pessoais, os primeiros passos são sempre na direção de diagnosticar a situação financeira antes de tomar uma decisão. 

Verificar exatamente quanto você ganha e quais são os gastos (entre obrigatórios e aqueles que podem ser repensados e até excluídos) é o que abre a possibilidade para começar a guardar dinheiro.

Vamos supor que após ter analisado suas contas e despesas ainda sobre algum recurso todos os meses. Foque nesse dinheiro que sobrar: esse valor será o início da formação da sua renda passiva. 

Possivelmente, esse primeiro montante é pequeno e desanimador, mas ele representa o primeiro passo da jornada, então não desista. Uma dica valiosa é seguir uma frase conhecida de Warren Buffet, que é um dos maiores investidores do mundo: 

“Não é o que você investe depois de gastar, mas o que você gasta depois de investir”. 

Coloque o seu “eu do futuro” dentro do orçamento – por exemplo, dando destinação àquele dinheiro que você já viu que vai sobrar.

Qual a importância da renda passiva em cada fase da vida?

Todo mundo quer ter uma renda quando parar de trabalhar no futuro. Por isso, é importante ter em mente que quanto mais jovem você começar, menos esforço financeiro terá que fazer para compor esse montante de renda passiva. Então por que não aproveitar o tempo que você tem para começar e acelerar esse processo?

Uma das forças mais desprezadas – mesmo sendo uma das mais poderosas – é a do tempo. Quanto mais tempo imaginamos ter quando somos jovens, mais poderíamos aproveitar para permitir que o futuro seja mais tranquilo. Quando o assunto é finanças pessoais, isso fica ainda mais claro.

O filósofo Mario Sergio Cortella divide a vida em três partes: 

  1. a que construímos (fisicamente e em termos mentais); 
  2. a que estamos em alto desempenho (produzindo em diversos campos) e; 
  3. aquela em que consumimos tudo que veio antes (quando já não conseguimos trabalhar muito). 

Quanto antes você estiver nessa escala, maior é sua responsabilidade com seu eu do futuro.

Não se preocupe se você já está na terceira fase, ou como é conhecida, a melhor idade. Renda passiva continua sendo uma possibilidade para você, só demandando um pouco mais de disciplina em relação ao esforço colocado nessa trajetória.

Como o tempo influencia na renda passiva?

O tempo (ou fase da vida em que você está) entra da seguinte forma na equação de renda passiva: quanto mais tempo houver, menor será o esforço nesse período. Por outro lado, estando em alta produtividade, pode ser que você obtenha resultados ainda melhores durante o caminho. 

Aproveitando essa possibilidade, faça isso e acelere o trajeto – seu “eu do futuro” agradecerá imensamente.

Outro ponto importante sobre o tempo: ao longo dos anos, o dinheiro vai perdendo poder de compra (é a chamada inflação). Os R$ 5 mil que você gostaria de ter enquanto trabalha hoje não são os mesmos de amanhã. Isso sem falar que, a cada ano, o custo do dinheiro (os juros) também precisa ser considerado.

Fórmula para cálculo do montante

Um exemplo para entender como a inflação e os juros afetam essa trajetória é o seguinte: suponha que o seu objetivo é ter R$ 3.500 por mês no futuro e que o retorno conseguido por ano é de, em média, 8% e a inflação em torno de 5%. 

O retorno real aqui será de 3% (retorno de 8% menos a inflação de 5%) e o cálculo do montante segue a fórmula abaixo:

Montante a juntar pela vida = valor que se quer por ano no futuro ÷ juros reais do período

Aplicando a situação que acabamos de descrever a fórmula, temos:

Montante a juntar pela vida =  R$ 42 mil anual (R$ 3.500 mensal) ÷ 0,03 = R$ 1.400.000.

Sim, as condições podem mudar ao longo do caminho. Considerando essa estrutura de retorno anual, a inflação média e quanto se deseja ter mensalmente no futuro, é essa a quantidade de recursos que você precisa juntar antes de dizer “agora tenho a renda passiva que gostaria”.

Outra verdade: sim, esse montante é desafiador. Por isso, vale ter a disciplina que comentamos anteriormente e também o pensamento em longo prazo. Quanto mais tempo você tiver, melhor poderá se preparar.

Uma última coisa que precisa ser lembrada: essa aqui é a renda que vai te ajudar a viver quando você não puder mais trabalhar ou caso queira parar mesmo enquanto puder produzir. 

Então, pense que todo esse esforço feito ao longo do tempo servirá justamente para compensar uma época em que você não poderá trabalhar ou para poder se dar ao luxo de não precisar fazer isso.

Após esse conjunto de reflexões nas quais explicamos o que é renda passiva e por qual motivo ela importa, vamos discutir então aspectos pelos quais você provavelmente abriu este artigo em primeiro lugar: os pontos específicos sobre como é possível caminhar para ter uma renda passiva.

Quais são os dois tipos de renda passiva?

O dinheiro que trabalha para você pode vir de algo comprado para isso ou de alguma coisa que você sabe fazer e aproveita o tempo livre para lucrar com ela. De maneira resumida, existem duas são dois os tipos possíveis:

  • Renda passiva com capital: essa é a renda que você passa a ter conforme comprar algum ativo que te traz retornos futuros. Aqui entram, por exemplo, fundos de investimentos, ações, algum imóvel que você tenha adquirido e te traga recursos. Esse tipo envolve comprar algo que te trará retornos futuros;
  • Renda passiva com habilidade: aqui a ideia não é comprar algo que traga retorno, mas ter alguma coisa de diferente que permita ganhar dinheiro com algo que você faz. Dois exemplos bastante diretos são os royalties musicais e o dinheiro com anúncios que alguma plataforma de vídeos paga quando as pessoas acessam seus conteúdos contidos nela.

O primeiro tipo é mais fácil de entender, mas o segundo é um pouco mais complexo. Com conhecimentos que você adquiriu ao longo da vida (por exemplo, naquela fase de construção que já falamos), é provável que consiga ter retornos mais adiante.

É possível que esse segundo tipo de renda passiva tenha sido encarado por você como uma renda ativa. “Se consigo com alguma habilidade, então é renda ativa, não?”. 

A diferença aqui é que estamos falando do que você ganha mesmo quando não está exercendo aquela atividade, apenas pelo fato de que outras pessoas atribuem valor àquilo. São exemplos de renda passiva:

  • comprar títulos do Tesouro Direto; 
  • fundos de investimentos;
  • ações;
  • imóveis no caso da renda passiva com capital.

O uso de alguma estrutura para ensinar alguém, em suas diversas formas possíveis, é um exemplo de renda passiva com habilidade.

Renda passiva com habilidade: o segredo é o conhecimento

Adquirir algum ativo para ter renda passiva com ele é algo mais comum, mais conhecido e que você pode ter acesso sabendo mais sobre o mercado financeiro e pesquisando sobre renda variável. 

Agora vamos focar nos exemplos que envolvem a renda passiva que você pode ter se souber fazer algo de diferente.

Todos os exemplos que apresentamos têm como origem uma mesma coisa: o conhecimento. Sabe aquela habilidade que você tem, que provavelmente é fácil para você, mas que outras pessoas estão dispostas a pagar (direta ou indiretamente) para saber mais sobre? É exatamente isso!

Seja vendendo cursos na internet, em que uma mesma gravação (que te demanda atividade) pode gerar recursos por um bom tempo (a cada nova venda de curso), ou mesmo a disponibilização de algum conteúdo gratuitamente que acaba trazendo retorno com cliques. Lembre-se sempre que o conhecimento aqui é a grande chave deste tipo de renda passiva.

Ensinar alguém a fazer algo, com essa pessoa pagando diretamente por esse serviço ou de maneiras indiretas, é o grande meio de se ter uma renda passiva com base em habilidades. Venda um curso, disponibilize conteúdo na internet e ganhe com anúncios: coloque este conhecimento na rede e você terá retornos no futuro.

Com a internet, uma pessoa que antigamente poderia apenas ensinar habilidades em sua cidade, talvez apenas em seu bairro, está conectada agora com o mundo. 

Se alguém lá da Índia pode te ensinar programação pelo YouTube, por qual motivo você não pode ensinar algo que sabe bem para outra pessoa em uma região bem diferente do globo?

4 fontes de renda passiva com capital

Entre as opções de renda passiva com capital, as principais são:

1. Ações

As ações de empresas listadas na Bolsa de Valores são uma opção para investir e obter renda passiva com os dividendos — parcela do lucro de empresas valorizadas no mercado. O único cuidado é com a volatilidade no preço desses ativos, que podem variar drasticamente em um curto período de tempo. Invista em conhecimento antes de comprar.

2. Fundos imobiliários

Os fundos imobiliários geram dividendos, assim como as ações da bolsa, para quem investe no mercado imobiliário, comprando fundos de tijolo (patrimônio em imóveis), fundos de papel (títulos recebíveis) e fundos híbridos que mesclam os dois tipos.  

A vantagem desse tipo de fonte de renda passiva é que os fundos são geridos por empresas especializadas do mercado, o que aumenta a confiança no processo.

3. Tesouro Direto

O Tesouro Direto prefixado ou IPCA é um investimento clássico para gerar renda passiva, baseado na compra de títulos públicos que oferecem rendimentos em diferentes períodos de tempo, de acordo com os parâmetros que favorecem mais o retorno.

Leia também: Quais tipos de investimento a longo prazo existem?

4. Aluguel de imóveis próprios

Quem tem um ou mais imóveis próprios no mercado, pode colocá-los para alugar e gerar renda passiva com a locação. Além dos imóveis residenciais, também é possível gerar renda com o aluguel de salas comerciais, espaços para eventos, entre outros. 

O segredo é analisar a demanda do mercado e escolher um imóvel com características atrativas para cobrar um preço que seja vantajoso e alcançar suas metas de vida. 

Como a renda passiva ajuda a ter liberdade financeira?

Falamos aqui que renda passiva é para quem deseja fazer seu dinheiro trabalhar enquanto não está fazendo nenhum esforço. Possivelmente você já ouviu falar sobre isso com o nome de liberdade financeira. 

São coisas bem parecidas, mas com uma diferença apenas no quanto essa renda passiva consegue suprir suas necessidades.

A renda passiva pode, seja por meio de aplicações financeiras ou daquele curso especial que você colocou para vender, te ajudar a pagar as contas do mês e ser parte das suas receitas. 

Mas liberdade financeira é quando esse dinheiro que trabalha por você (e não você por ele) consegue literalmente pagar todas as suas despesas.

Quando isso acontece, você muda de lado naquela situação que começamos esse artigo te apresentando: não é preciso mais necessariamente levantar todos os dias e correr atrás de meios que paguem suas contas, porque os rendimentos passivos resolvem essas questões, com ou sem seu esforço.

A partir do momento em que você alcança esse estágio, a troca não será mais entre seu tempo e o que você recebe de maneira ativa, mas entre o que você quiser de fato fazer e o tempo que passa. 

Quer continuar trabalhando? Pode fazer isso. Quer largar tudo e abrir um bangalô na praia sem esquentar a cabeça se isso vai te trazer retornos ou não? Também pode.

Foco nos rendimentos, não no montante!

Importante frisar aqui que estamos falando do que os rendimentos são capazes de fazer por você, não o montante. Supondo que você tenha um custo mensal total de R$ 3.000 e com os R$ 1,4 milhão que juntou consiga ter retornos superiores a esses R$ 3.000, apenas os rendimentos já estarão suprindo sua necessidade de recursos.

Precisamos frisar que você precisa pensar aqui nos rendimentos e não no montante porque é esse montante que permite que os rendimentos aconteçam. 

Então, caso você decida reduzir esse montante, lembre-se que estará reduzindo, no fim do dia, os próprios rendimentos – e a renda passiva construída. Construiu o montante, trate de mantê-lo!

Outra conta interessante a se fazer é o quanto, em número de pessoas, você trabalha e o quanto o dinheiro trabalha por você. 

Um exemplo numérico facilita: se você trabalha e ganha R$ 5.000 de renda ativa e tem R$ 1.000 de renda passiva, isso significa que para cada uma unidade de “você trabalhando” existe 0,2 trabalhando por você.

Se isso parece desanimador, imagine o caso de você ganhar R$ 5.000 de renda ativa, mas ter rendimentos passivos nas proximidades de R$ 10.000. Para cada você que trabalha, existem dois de você trabalhando enquanto você dorme. Já pensou que interessante?

Renda passiva é mudar o seu amanhã!

São diversas as possibilidades existentes de fazer seu dinheiro trabalhar por você e podemos colocar todas elas em um de dois caminhos: comprar algum ativo ou colocar para o mundo alguma habilidade e ganhar com o interesse das pessoas sobre ela (mesmo quando não estiver fazendo ela).

Independentemente dos meios que você procurar, lembre-se sempre que esse é o tipo de renda que te permite ter liberdade ao longo da vida para fazer coisas que te agradam mais (e não envolvem ganhar dinheiro) ou mesmo um alívio financeiro no futuro, quando você não tiver mais a mesma capacidade de trabalho que tem hoje.

Não se esqueça jamais do compromisso existente entre o você que lê este artigo agora no Blog da Bitso e quem você será no futuro: quanto antes você começar a pensar nesse amanhã, mais agradecerá a si mesmo quando esse breve futuro chegar!

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