Quem nunca se perguntou o que fazer para sair do cheque especial, hein? Podemos quase afirmar que, pelo menos uma vez na vida, você ou alguém que você conheça já passou por isso, não é verdade?
Se isso nunca aconteceu, ou porventura tenha ocorrido poucas vezes, ótimo! O problema é quando esse tipo de situação é recorrente, pois essa prática leva à perda de dinheiro — que pode ser significativa — decorrente do pagamento de juros às instituições financeiras.
O cheque especial nada mais é que um empréstimo pré-aprovado oferecido automaticamente pelas instituições bancárias no momento em que o cliente abre a sua conta corrente.
Isso quer dizer que, assim como as demais linhas de crédito, é preciso pagar juros por sua utilização, os quais, comumente, tendem a ser bem maiores que os praticados em outras opções de empréstimo.
O que difere o cheque especial das demais soluções é que, para a entrega desse produto, não é feita uma análise tão profunda do perfil do cliente. Em geral, os bancos avaliam apenas pontos como renda média mensal movimentada na conta, histórico de pagamento e tempo de relacionamento bancário.
Por conta disso, sua oferta costuma ser automática, mas justamente essa característica costuma levar as pessoas a usarem essa forma de crédito regularmente e sem muitas preocupações.
No entanto, é desse (mau) hábito que surge a pergunta que tira o sono de muita gente: “O que fazer para sair do cheque especial?”
Vamos ser sinceros: o ideal seria nem utilizar essa linha de crédito. Mas se, por algum motivo, você precisou entrar no cheque especial, não se desespere!
Neste artigo, trouxemos quatro dicas de como se livrar desse tipo de empréstimo. Continue a leitura e confira agora mesmo como colocar novamente a sua saúde financeira em dia!
O que é limite cheque especial?
Antes de falarmos o que fazer para sair do cheque especial é bem importante explicarmos no que consiste esse produto financeiro e as suas principais características, concorda?
Assim como dissemos inicialmente, o cheque especial é uma linha de crédito pré-aprovada liberada pelo banco no momento em que a conta corrente é aberta, ainda que a pessoa não tenha solicitado.
Isso quer dizer que, ainda que seja automático, esse serviço não deixa de ser um tipo de empréstimo, com o diferencial que não é necessário passar por análises complexas para conseguir liberação da instituição bancária.
Para que serve o cheque especial?
O cheque especial serve como uma quantia financeira a ser utilizada em situações de emergência e, idealmente, por poucos dias.
Esse limite extra da sua conta pode ser útil, por exemplo, quando uma das suas contas de consumo é debitada antes do recebimento do seu pagamento. Dessa forma, ao invés de ficar inadimplente com a operadora e correr o risco de ter o fornecimento do serviço interrompido, a cobrança é feita normalmente e você fica em débito apenas com o banco.
No caso, assim que você receber seu salário, esse valor, acrescido dos juros cobrados pelo período de uso do cheque especial, são debitados automaticamente da sua conta.
De forma prática, funciona mais ou menos assim: imagine que estamos no dia 8 do mês e a sua conta está zerada. Porém, você tem um limite de cheque especial de R$ 400 liberado por sua instituição financeira.
A sua conta de luz do mês tem vencimento dia 9 e veio no valor de R$ 200. Ao ser cobrada pela concessionária, ainda que você não tenha saldo disponível, ela não “volta”, pois é usado o valor do cheque especial para quitá-la.
Considerando que seu salário cai dia 10, ao ser creditado, os R$ 200 usados para pagar a conta de luz são automaticamente debitados, mais os juros, que são calculados de acordo com o tempo que você usou essa linha de crédito — vamos considerar R$ 5 neste exemplo.
Assim, se recebeu R$ 2 mil de pagamento, terá livre para uso R$ 1.795, visto que o banco já cobrou o que você estava devendo a ele.
Como funciona a taxa do cheque especial?
A fim de evitar a prática de cobranças abusivas por parte das instituições bancárias, o Banco Central determinou, por meio da Resolução nº 4.765, que as taxas de juros desse produto não podem ultrapassar 8% ao mês — essa definição está em vigor desde 6 de janeiro de 2020 para contas novas, e 1º de junho de 2020 para contratos em vigor.
Esse é um bom limitador, visto que a taxa média cobrada girava em torno de 305,9% ao ano (ou quase 13% ao mês), conforme dados divulgados no site UOL Economia. Por outro lado, a mesma definição autorizou os bancos a cobrarem tarifas extras para cheques especiais acima de R$ 500 (percentual de 0,25% ao mês sobre o montante acima desse valor).
Por isso, você também precisa se atentar sobre quanto a sua instituição financeira liberou para essa sua linha de crédito.
E no que se refere ao cálculo do cheque especial, pontualmente falando, é muito importante saber que ele é feito baseado em juros compostos, com atualização diária e taxas de cobrança acumulativas. Ou seja, quanto mais tempo você demorar para pagar, mais alta fica a sua dívida.
O banco faz esse cálculo de forma automática, mas para saber como ele funciona, antes de descobrir o que fazer para sair do cheque especial, a fórmula aplicada pode ser esta:
Parte 1: taxa de juros mensal (% a.m.) ÷ dias úteis do mês = taxa de juros diária (% a.d.)
Parte 2: taxa de juros diária (% a.d.) x tempo de uso (dias) x saldo utilizado (R$) = juros acumulados (R$).
O que fazer para sair do cheque especial?
Agora sim, com tudo isso em mente, fica muito mais fácil entender o que fazer para sair do cheque especial. Para isso, nossas sugestões são:
- revise o seu planejamento financeiro;
- renegocie a sua dívida;
- escolha modalidades de crédito a juros menores;
- reduza ou peça para cancelar esse serviço.
Revise o seu planejamento financeiro
Se você entrou no cheque especial, é bem provável que o seu planejamento financeiro não esteja devidamente alinhado com a sua realidade.
Por isso, revise suas contas, verificando o que entra e o que sai, e encontre pontos de perdas financeiras que precisam ser ajustados.
Renegocie a sua dívida
Em seguida, entre em contato com o seu banco e analise a possibilidade de renegociar a sua dívida com o cheque especial, tendo com base a quantia que pode dispor para essa finalidade, a qual pode ser encontrada com o passo anterior.
A ideia aqui é conseguir se comprometer com uma renegociação, sem ser preciso entrar em novas dívidas.
Escolha modalidades de crédito a juros menores
No entanto, caso não seja possível sair do cheque especial usando apenas os valores que recebe mensalmente, você pode “trocar” de empréstimo, optando por uma linha de crédito com juros mais baixos e melhores opções de pagamento.
Reduza ou peça para cancelar esse serviço
Após colocar as dicas anteriores em prática, é bastante válido solicitar a redução do valor do seu cheque especial, ou mesmo o cancelamento desse serviço, a fim de “não cair em tentação novamente”.
E fica a dica: se você não usar o cheque especial, as taxas de juros serão menores — na verdade, inexistentes!
Como evitar entrar no cheque especial?
E lembra que falamos que, mais importante que saber o que fazer para sair do cheque especial, seria não entrar nele? Pois bem, existem diversas maneiras de evitar esse tipo de empréstimo, um deles é ter uma reserva de emergência, o outro é fazer um bom controle financeiro pessoal.
Para conhecer mais sobre essas e outras estratégias que ajudam a manter a sua saúde financeira em dia, confira agora mesmo os outros artigos do blog da Bitso que abordam esses temas!