Vale a pena antecipar parcelas de financiamento? Se sim, em que momento?

Imagem de casa chaveada

Seja imobiliário, de veículo, ou outro tipo, quem contrata esse serviço comumente fica na dúvida se vale a pena antecipar parcelas de financiamento ou não.

Quanto a essa estratégia já podemos adiantar: desde que você tenha um dinheiro livre para essa finalidade, sim, pode ser bem interessante pagar as parcelas antecipadamente.

O motivo é que quanto mais longo for o financiamento, mais taxas e juros incidem sobre as prestações. Partindo desse princípio, se você conseguir pagar antes as parcelas, a tendência é que essas cobranças não sejam feitas, ou podem ser feitas em porcentagens bem menores, a depender do prazo.

Sobre esse serviço financeiro, é preciso ter em mente que um financiamento nada mais é que um empréstimo — por isso, incide juros — com a diferença que o valor tem um destino certo e que o bem adquirido fica alienado à instituição financeira como forma de garantia do pagamento.

Um imóvel, por exemplo, só é efetivamente passado para o nome dos proprietários quando o valor total do financiamento é quitado. Até lá, esse bem pertence ao banco ou construtora, que pode, inclusive, entrar com a solicitação de posse caso haja inadimplência. 

Dito isso, vamos à pergunta que não quer calar: vale a pena antecipar parcelas de financiamento? Em quais situações essa abordagem é benéfica e de que modo ela pode ser feita? Continue a leitura deste artigo e confira!

Como calcular a antecipação de parcelas de financiamento?

O primeiro passo para você verificar se vale a pena antecipar parcelas de financiamento, ou não, é entender como calcular essa antecipação. Então, vamos lá!

Começaremos descrevendo como a prestação de um financiamento é formada. Em linhas gerais, as parcelas são compostas por três partes:

  • juros: valor cobrados pela instituição financeira, revendedora, banco ou outro tipo de organização sobre a quantia total emprestada. Na prática, é essa porcentagem que o credor ganha por “emprestar” o dinheiro a você;
  • taxas administrativas: é a cobrança decorrente dos serviços prestados pela empresa credora, por exemplo, envio de boleto, emissão de contratos, acessos online, entre outros de acordo com cada instituição;
  • seguros obrigatórios: a depender do bem que está sendo adquirido via financiamento, podem ser diluídos nas parcelas valores referentes ao pagamento de alguns seguros, tais como morte ou invalidez.

Além dessas partes, é preciso considerar também o chamado sistema de amortização, que é a forma como os valores pagos são abatidos do saldo devedor total com o passar do tempo.

Há dois tipos de amortização que costumam ser mais usados (lembrando que isso também depende do bem que está sendo financiado):

  • Tabela Price: o valor da prestação não muda conforme os pagamentos são feitos, ou seja, a quantia a ser paga mensalmente continua a mesma do início ao fim do contrato. Essa modalidade tende a ser usada em financiamentos de curto e médio prazo.
  • Sistema de Amortização Constante (SAC): com o decorrer dos meses as prestações sofrem leve queda de valor, isso quer dizer que vão diminuindo conforme os pagamentos são feitos. Esse modelo costuma ser utilizado em financiamentos de longo prazo, como os imobiliários.

Calculando o valor de cada prestação

Com tudo isso em mente, vamos supor que o seu financiamento seja de R$ 100 mil a serem pagos em 36 meses, o que daria R$ 2.777,77 por mês. Porém, sobre essa quantia ainda incidem esses valores (fictícios):

  • 8% de juros ao ano, o que corresponde a 0,67% ao mês;
  • R$ 50 de taxa administrativa;
  • R$ 50 de seguros.

Isso quer dizer que a sua prestação mensal é de R$ 2.896,38 e o total do seu empréstimo de R$ 104.269,68.

Agora, pense com a gente: se você antecipar as suas parcelas, concorda que os valores correspondentes a juros, taxa administrativa e seguros não precisam ser cobrados, visto que esses meses não existirão mais no seu contrato? 

Ou outras palavras, é como se você pagasse a sua prestação “crua”, arcando apenas a quantia correspondente ao total do financiamento dividido pelo número de meses — no caso, R$ 100 mil por 36.

Por isso é que vale a pena antecipar parcelas de financiamento, pois todos os valores além do empréstimo em si tendem a não ser cobrados. 

Como antecipar as parcelas do financiamento?

Precisamos deixar bem claro aqui que os números que utilizamos anteriormente são apenas exemplos. Tudo isso que comentamos certamente varia de credor para credor.

Por essa razão, antes de realizar a sua antecipação, entre em contato com o banco ou financeira para confirmar quais taxas e juros eles deixam de cobrar caso você pague suas prestações antecipadamente, combinado?

Mas também é interessante que você saiba mais um detalhe sobre essa estratégia, que são as maneiras como as parcelas de um financiamento podem ser antecipadas. Quanto a isso, geralmente são aplicados dois formatos: ordem direta e ordem inversa. 

Na ordem direta as prestações a serem pagas antes estão próximas do vencimento atual — por exemplo, você está no mês de janeiro e aproveita para pagar também as parcelas de fevereiro e março. 

Já na ordem inversa é como se você pagasse “de trás para a frente”. Isso quer dizer que além da prestação do mês, será paga também a última, a penúltima e quantas conseguir, sempre de forma decrescente.

Quando isso é feito todos os meses, a tendência é que o financiamento seja quitado na metade do tempo previsto, visto que as parcelas atuais e futuras “se encontram” na metade do caminho.

Em que momento vale a pena antecipar parcelas de financiamento? 

Precisamos destacar também que vale a pena antecipar parcelas de financiamento, sim, mas em alguns momentos específicos da sua vida financeira. E um dos mais propícios é quando você tem algum dinheiro disponível para isso.

A ideia é que essa antecipação seja feita sem comprometer o seu orçamento e compromissos financeiros mensais — ou seja, nada de “cobrir um santo para descobrir o outro”.

Aqui estamos falando de valores provenientes, por exemplo, da venda de um veículo, do recebimento do 13º salário, de uma herança, de uma fonte de renda extra, entre outras possibilidades semelhantes que não tinham um destino certo.

Assim, ao invés de deixar esse dinheiro parado e seguir mês a mês pagando juros do financiamento, é possível usá-lo de uma forma que ajudará você a se livrar mais rápido dessa despesa — e pagando menos por ela no final!

Achou interessante? Quer outras dicas de como cuidar melhor da sua saúde financeira? Então aproveite que está aqui e acesse agora mesmo os outros artigos do blog da Bitso que abordam esse tema.

O Time Bitso é formado por especialistas em criptomoedas, garantindo informações seguras e precisas sobre o mundo cripto.