O Bitcoin em El Salvador passou a ser considerado uma moeda oficial desse país em 7 de setembro de 2021.
O então presidente, Nayib Bukele, acredita que essa medida ajudará a gerar uma economia de, aproximadamente, US$ 400 milhões, decorrentes dos gastos anuais com comissões para remessas, segundo informado em uma reportagem do site CNN Brasil.
Se, por um lado, há quem acredita que o Bitcoin em El Salvador seja uma forma de reduzir custos provenientes de valores enviados para outros países, há também quem considera que a utilização dessa criptomoeda pode facilitar crimes, especificamente o de lavagem de dinheiro.
Seja qual for o resultado de tornar a BTC a segunda moeda oficial do país, ao lado do dólar dos Estados Unidos, o fato é que todas as empresas e comércios devem, obrigatoriamente, aceitar essa cripto como forma de pagamento em todas as transações comerciais.
Mas será que a população está realmente utilizando essa moeda digital na hora de pagar por seus produtos e serviços? Como forma de incentivo, na época da oficialização da moeda, o presidente de El Salvador havia anunciado em seu Twitter que quem baixasse a carteira oficial do país, denominada Chivo, ganharia o equivalente a US$ 30 em BTC.
Aqui, vale destacar dois pontos bem importantes: o primeiro é que o uso de Bitcoin em El Salvador é opcional para a população, mas obrigatório de ser aceito pelos varejistas e companhias, independentemente do segmento ou porte.
O segundo é que, também segundo uma matéria da CNN Brasil, o país havia comprado 200 unidades de Bitcoin antes do seu lançamento, possivelmente para fomentar o seu uso, o que fez o preço da cripto subir.
Passados alguns meses, como está o uso da moeda digital criada por Satoshi Nakamoto pelos salvadorenhos? O que mudou na economia do país? Será que outros países seguirão essa tendência? Confira essas e outras respostas sobre o tema agora!
Como está a economia do país com a chegada do Bitcoin em El Salvador?
O presidente Nayib Bukele, que também é o idealizador dessa medida, passou a comprar unidades de BTC para compor o tesouro nacional do país. Uma dessas compras aconteceu em janeiro de 2022 e, de acordo com uma reportagem do site Valor Investe, foram adquiridos o equivalente a US$ 15 milhões em Bitcoin (410 unidades).
Um dos objetivos por trás de ações como essa é atrair investidores internacionais e, ao mesmo tempo, colaborar para que a população tenha acesso a recursos monetários diferentes dos tradicionais.
No entanto, parece que isso não agradou nem os salvadorenhos, nem o mercado internacional.
Para se ter uma ideia, os títulos do país que têm vencimento para 2023 perderam 23% de seu valor desde o dia em que o Bitcoin em El Salvador se tornou sua segunda moeda oficial.
Isso pode resultar em uma verdadeira “bola de neve”: quem tem títulos pode sofrer inadimplência e, paralelo a isso, a dívida externa do país pode chegar a 96% de toda a sua riqueza até o ano de 2026, de acordo com análise apresentada no site InfoMoney.
Está se perguntando o que isso quer dizer, na prática? Quer dizer que, se continuar a usar o Bitcoin como moeda oficial, El Salvador corre um grande risco de afetar a sua estabilidade financeira.
Um dos principais motivos para isso acontecer é que a BTC, assim como as demais criptomoedas, é extremamente volátil. Como resultado, em períodos de queda, o país pode se tornar “mais pobre”, afetando toda a sua economia e população.
Quais são os pontos positivos do Bitcoin em El Salvador?
“Então quer dizer que usar o Bitcoin como dinheiro digital de um país não é um bom negócio?”
Para responder essa pergunta é preciso considerar que é a primeira vez, desde a criação dessa criptomoeda, que um país a adota como moeda oficial. Por esse motivo, ainda não há parâmetros para afirmar se essa estratégia dará certo ou não no futuro.
Por outro lado, é bem importante ter em mente que a característica de descentralização do Bitcoin, e por ser um ativo 100% digital, pode ser de grande valia para as pessoas. Tanto que, hoje em dia, ele já é aceito como meio de pagamentos por diversas empresas, dos mais variados segmentos, no Brasil e no mundo.
Além desse fato, é certo que as moedas digitais resultam em menos gastos governamentais, tanto para emissão quanto para segurança. No entanto, é essencial que fique claro que moedas digitais e criptomoedas não são, necessariamente, a mesma coisa.
Resumidamente, toda cripto é uma moeda digital, mas nem toda moeda digital é uma cripto. A principal diferença é que as criptos não respondem a nenhum banco ou órgão centralizador. Já as moedas digitais, sim.
Essas últimas, na verdade, consistem em versões virtuais da moeda fiduciária de um país, com o mesmo valor e utilidade, mas são emitidas e controladas por seus bancos centrais.
A fim de se beneficiar com a redução de custos e seguir a tendência de digitalização do dinheiro, China, Suécia, Japão, entre outros locais, já estão trabalhando para o lançamento da versão digital do seu dinheiro nativo.
O Brasil também entra nessa lista com o Real Digital, que tem previsão de lançamento até 2024.
E os pontos negativos do Bitcoin em El Salvador?
Quanto aos pontos negativos do Bitcoin como uma das moedas oficiais de El Salvador, podemos citar a ainda baixa adesão da população.
Segundo apontado pela CNN Brasil, 74% das pessoas que moram nesse país ainda não usaram a cripto BTC como meio de pagamento.
Somado a isso, o FMI, Fundo Monetário Internacional, logo no início de 2022, exigiu que a criptomoeda deixasse de ser tratada dessa forma em El Salvador.
Entre as principais razões dessa exigência estão o risco apontado para a estabilidade financeira, conforme já citamos, e também a proteção e a integridade financeira dos consumidores.
Após tudo isso, será que outro país também transformará a primeira criptomoeda do mundo em seu dinheiro digital oficial? Isso não temos como responder, mas podemos dizer a você por quais motivos vale a pena ter Bitcoin na sua carteira.
Assista a este vídeo e descubra, agora, quais são!