Balancer e o token BAL: liquidez de forma personalizada

Criptomoeda Balancer

Imagine se fosse possível armazenar unidades de criptomoedas em um local que te permita ter rendimentos com essa ação e ainda ter a liberdade de escolher detalhes de como isso acontece. Não precisa imaginar: é nessa direção que o projeto Balancer vai e é sobre esse meio personalizado de gerar liquidez que vamos falar neste artigo.

Uma observação é importante antes de seguirmos. Em primeiro lugar, existem outros projetos que permitem a geração de pools de liquidez, como por exemplo são UniSwap e Curve. O que mudam aqui são os aspectos de como isso se dá na prática e as possibilidades para quem utiliza a plataforma.

A explicação ainda te parece confusa? Então vamos seguir para conhecer absolutamente tudo sobre o Projeto Balancer e o token BAL.

Antes de seguir adiante… O que é pool de liquidez?

De maneira resumida, pool de liquidez é uma possibilidade trazida pelas Finanças Descentralizadas que significa que as pessoas conseguem se unir, cada um com suas criptos, para que missões específicas que envolvam a obtenção de rendimentos com aquele montante.

A analogia com o mundo financeiro tradicional está nos instrumentos financeiros pelos quais você empresta dinheiro aos bancos, tipo o CDB: toda vez que compra um desses significa deixar dinheiro com o banco, que utilizará aquela liquidez para suas atividades (que estão envolvidas diretamente a emprestar dinheiro a outras partes e cobrar por isso).

A grande novidade trazida pelo universo cripto é que essas possibilidades não precisam de uma figura central decidindo as alocações dos recursos depositados, mas sim isso acontecendo de maneira automatizada: são algoritmos que fazem o “encontro” entre liquidez disponível e quem precisa dela, cobram os juros e remuneram quem emprestou. Essa nova figura é conhecida pelo termo Automated Market Maker (AMM).

O que é Balancer? E sua criptomoeda BAL?

Balancer é um AMM lançado em março de 2020 e desenvolvido na rede de blockchain Ethereum. Trata-se de um projeto que, além de permitir a geração de pools de liquidez, também serve para monitoramento de preços e realiza o balanceamento patrimonial automaticamente.

Antes mesmo de virar uma realidade em 2020, teve início como um projeto de pesquisa de uma empresa chamada BlockScience em 2018. Tem como criadores Fernando Martinelli e Mike McDonald: o primeiro deles contribuiu para a comunidade de projetos de fornecimento de liquidez em criptos por muitos anos antes de participar deste projeto e o segundo é engenheiro de segurança em tecnologia e criou o mkr.tools (uma plataforma independente de geração de DAO).

O token BAL

A respeito da criptomoeda, BAL, trata-se de um token de governança que serve para descentralizar o poder de decisão entre as pessoas, permitir a geração personalizada de pools de liquidez, remunerar os trabalhos dentro da plataforma e incentivar o uso e o desenvolvimento de maneira mais amplificada no longo prazo.

No total são pouco mais de 96 milhões de unidades do token BAL, dos quais temos ao final de agosto de 2022 pouco mais da metade das unidades disponíveis em circulação. 

É um token que foi inicialmente distribuído entre partes envolvidas no desenvolvimento e investimentos iniciais: 25 milhões de unidades estão com essa parte, enquanto 5 milhões ficaram no Fundo Balancer para desenvolvimento de projetos futuros e outros 5 milhões ficaram direcionados em um fundo específico para futuros levantamentos de capital para o projeto.

As demais unidades do token são mineradas pelas pessoas que utilizam a rede, basicamente a cada nova atividade realizada dentro dela que demande remuneração de qualquer parte envolvida.

Como funciona o Balancer?

O funcionamento do projeto Balancer leva em conta a utilização de tokens ERC-20 ou que se encaixem nessa formatação para a formação de pools de liquidez. Antes mesmo de apontar os meios pelos quais esse projeto permite uma personalização maior desse processo, desde já te contamos algo no qual ele se diferencia: esses pools podem ter diferentes moedas juntas de uma vez só.

São basicamente três os tipos de pools de liquidez que o Balancer permite que sejam feitos:

  • Pools privados: apenas uma pessoa aloca os recursos em cripto naquele local e é capaz de mudar todos os parâmetros e regras daquele pool quando quiser;
  • Pools compartilhados: esse caso serve para pessoas que querem, de maneira conjunta, se transformarem em provedoras de liquidez; a remuneração pelos tokens deixados ali se dá por meio de outro token, o Balancer Pool Token (BPT), que serve única e exclusivamente a essa missão de remunerar os provedores de liquidez;
  • Smart pools: funcionam de maneira parecida com o primeiro tipo, mas tendo as regras definidas por um contrato inteligente (ou seja, não permitindo alterações a qualquer momento dos parâmetros gerais).

Caso você tenha pensado que abrir muitas possibilidades coloca mais riscos sobre a atuação do projeto, saiba de uma coisa importante: Balancer já passou por auditorias de instituições como Trail of Bits, ConsenSys e OpenZeppelin justamente para checar todos esses processos envolvidos. Além do mais, trata-se de uma plataforma que não demanda senhas ou outras permissões, o que faz com que não seja algo sujeito à “confiança no sistema”.

Outro ponto interessante é que as regras podem até ser definidas ao início, mas não é possível realizar atualizações uma vez que o pool de liquidez está ativo. Isso significa que quem utiliza a plataforma sabe desde o começo como as coisas irão acontecer durante aquele uso.

As maiores inovações do Balancer

O que chama a atenção no projeto Balancer e faz com que se diferencie dos demais é o fato de permitir algumas novas possibilidades que, no fim das contas, aumentam as chances de que mais pessoas acabem utilizando a plataforma.

A primeira dessas possibilidades, já comentada aqui anteriormente de maneira breve, é a permissão de que até oito criptos diferentes estejam dentro de um mesmo pool e, no fim das contas, o rebalanceamento desses ativos acontece de maneira automática, é tudo feito pela própria plataforma.

Um segundo ponto que chama a atenção é o fato de permitir que as pessoas tenham a liberdade de escolher o quanto precisam “congelar” de ativos em cripto para que contribuam com a liquidez. Em outros projetos do tipo, é necessário depositar pelo menos 50% de certo criptoativo para participar da geração de liquidez (e consequente remuneração), mas aqui isso é escolhido por quem irá depositar.

A terceira inovação, possivelmente a que mais chama a atenção sobre o Balancer: a plataforma permite que oportunidades de arbitragem sejam colocadas em operação de maneira automática sobre criptoativos que apresentam baixa demanda – e essa oportunidade de arbitragem coloca na mesa a possibilidade de que quem usa a plataforma tenha altos ganhos nela.

De maneira resumida, arbitragem é quando um mesmo ativo é encontrado com preços diferentes em dois mercados e você consegue comprar no local mais barato e vender no mais caro, embolsando a diferença. Com Balancer as pessoas podem fazer isso com criptoativos “pouco movimentados” e justamente embolsar essa diferença.

Vantagens e desvantagens de Balancer

Importa bastante saber sobre a história e os problemas que uma plataforma do universo cripto busca resolver. Mas, para além disso, antes de decidir ter em sua carteira ou não, vale a pena também saber dos pontos positivos e também daqueles que demandam atenção.

Começando com as vantagens:

  • A permissão de escolher diversos aspectos na geração de um pool de liquidez serve como atrativo para que mais pessoas se interessem por esse campo, que ainda é bastante reduzido perante o todo do universo cripto;
  • Ter passado por auditorias importantes que não revelaram grandes pontos de fragilidade e ainda ser um sistema mais focado nas regras do que nas permissões de entrada e saída sinalizam que a plataforma é segura para uso – o que também contribui para o aumento da utilização ao longo do tempo;
  • Oportunidade de arbitragem que se multiplica levando em conta o fato de que várias moedas (até oito por pool formado) ao mesmo tempo conseguem ficar disponíveis; a arbitragem já pode acontecer com um ativo, com mais de um as possibilidades são ainda maiores.

Agora, olhando para os pontos de atenção:

  • Existem projetos no mesmo campo que, mesmo com foco menor na usabilidade da plataforma, podem atrair atenção por serem menos “complexos” em suas funções – e, na prática, podem surgir novos projetos que façam exatamente a mesma coisa do Balancer também;
  • Observamos que, entre os tokens até então disponibilizados, uma grande quantidade está concentrada com a equipe de desenvolvimento e criação, o que faz com que o projeto, apesar de descentralizado, seja muito dependente da empresa que o originou para seguir adiante;
  • A plataforma é segura e auditada, mas isso não zera a possibilidade de que problemas possam acontecer com os contratos inteligentes.

Como comprar BAL na Bitso?

Caso você tenha chegado até aqui e pensado que vale a pena ter este projeto em sua carteira, saiba que você pode fazer isso aqui na Bitso! E é bem rápido, com os passos que vamos te contar agora:

  1. Abra sua conta na Bitso ou se já tiver feito isso, entre na sua conta;
  1. Após o passo 1, envie recursos fiduciários ou mesmo traga criptomoedas de outra carteira cripto;
  1. Assim que eles estiverem disponíveis, procure na aba de criptomoedas por Balancer ou mesmo BAL;
  1. Procure pela aba conversão, na qual você escolhe a quantidade de recursos que deseja converter em BAL.

Com esses simples passos você passa a ter em sua carteira um token que acompanha os caminhos de um dos mais criativos meios de geração de pools de liquidez até então existentes no universo cripto!

Ah, e claro, por falar no universo cripto, não deixe de acompanhar os demais conteúdos que trazemos aqui no Blog da Bitso!

O Time Bitso é formado por especialistas em criptomoedas, garantindo informações seguras e precisas sobre o mundo cripto.