O conceito de criptomoedas sustentáveis tem relação direta com o modo como elas são mineradas junto com o processo de criação e manutenção de cada blockchain.
Por conta disso, cada vez mais as pessoas e empresas estão exigindo as chamadas moedas digitais verdes, que geram o menor impacto possível na natureza.
Para se ter uma ideia, o não atendimento dessa atual exigência pode levar à desvalorização das criptos, devido à redução da sua procura e do seu uso.
Segundo matéria publicada no site Época Negócios, Elon Musk informou, por meio da sua conta no Twitter, que a Tesla, companhia americana automotiva do qual é fundador, não receberia mais pagamentos em cripto, especificamente em Bitcoin (BTC).
O motivo foi a alta emissão de carbono gerada para que seja possível minerar esses ativos digitais. De acordo com Musk, a sua empresa de veículos elétricos só voltará a aceitar e a usar Bitcoin quando a rede fizer uso de uma energia mais sustentável.
Esse anúncio fez com que o valor do BTC caísse 10% em 24 horas após a publicação do tweet. Ou seja, não buscar meios de criar e gerar criptomoedas sustentáveis pode afetar seriamente esse mercado.
Mas como isso é possível? Quais protocolos precisam ser adotados e/ou modificados para que o mundo das moedas digitais ganhe sustentabilidade e se torne “amigo da natureza”?
É sobre isso que falaremos neste artigo. Por isso, se você também pensa no futuro do planeta, mas não abre mão de usar soluções tecnológicas, continue a leitura e confira o que pode ser feito em benefício de todos!
O que são criptomoedas sustentáveis?
Criptomoedas sustentáveis podem ser definidas com aquelas que não geram, ou geram o mínimo possível, impacto no meio ambiente para serem criadas e mantidas.
Para entender melhor esse conceito de moedas digitais verdes, como também costumam ser chamadas, é preciso falar um pouco sobre o processo de mineração das criptos.
Bitcoin e Ether (Ethereum), por exemplo, usam um método denominado proof of work (PoW), que significa prova de trabalho — aqui, vale um adendo: como boa parte das criptos existentes usam como base de criação os protocolos dessas duas redes, elas acabam seguindo o mesmo meio de mineração.
Na prova de trabalho, os mineradores precisam contribuir com o seu poder computacional para resolver problemas matemáticos e, com isso, conseguir validar as transações existentes em cada bloco do blockchain – o mesmo processo gera novas unidades dessas criptos.
Isso demanda um alto consumo de energia elétrica, visto que os computadores utilizados para isso precisam ser bastante potentes e robustos, e ficam “rodando” o tempo inteiro.
Justamente por essa razão, há tantas críticas de empresas e ambientalistas sobre as etapas necessárias para gerar as moedas digitais.
Já existem criptomoedas sustentáveis?
Como o mundo dos ativos digitais não se limita à moeda criada por Satoshi Nakamoto, muitas delas já nascem verdes — e as que não nascem, estão buscando meios de se tornarem.
Dois bons exemplos de criptomoedas sustentáveis são a Cardano (ADA) e a Ether (ETH).
Pane no sistema! Não havíamos dito que o ativo digital da rede Ethereum segue o mesmo processo de mineração do Bitcoin, ou seja, nada verde? Como agora ela é amiga da natureza? Segue a leitura que você vai entender!
Cardano (ADA)
A Cardano (ADA) é considerada uma cripto sustentável porque a sua mineração é feita pelo consenso proof of stake (PoS), em português, prova de participação.
A ideia é basicamente a mesma, ou seja, validar as informações contidas nos blocos da rede. Mas, para isso, não é necessário dispor de tanto poder computacional, o que acaba não gerando impactos decorrentes de gastos de energia e, por isso, entra no conceito de sustentabilidade.
Resumidamente, em vez de contar com computadores poderosos, os participantes do processo, chamados de validadores, precisam disponibilizar uma quantia mínima de criptomoedas para entrar nesse processo.
Ether (ETH)
A Ethereum 2.0, versão atualizada da rede Ethereum, coloca a Ether no mesmo patamar da Cardano e de tantas outras criptomoedas sustentáveis já disponíveis nesse mercado.
Entre as melhorias previstas com a atualização do seu protocolo está a mudança na forma de mineração da ETH, que também passará a ser feita pelo consenso – proof of stake.
Segundo informações apresentadas em uma matéria do site InfoMoney, essa maneira de minerar na Ethereum tem como data prevista de início junho de 2022.
Por que as criptomoedas verdes são tão importantes?
A resposta para essa pergunta pode ser bem direta: porque as moedas digitais verdes agridem menos o meio ambiente, logo, ajudam a preservar a natureza.
Como dissemos, são os processos de mineração que tendem a gerar impacto negativo no ecossistema mundial, devido ao alto consumo de energia elétrica e tudo o que deriva disso.
Por conta disso, as criptomoedas sustentáveis estão sendo cada vez mais buscadas e exigidas. E, se considerarmos que a expectativa é que os ativos digitais sejam mais e mais utilizados no futuro, é primordial encontrar processos compatíveis com a sustentabilidade que se espera de pessoas e empresas.
Como tornar as criptomoedas sustentáveis?
E agora, como transformar isso em realidade? Bem, sobre isso, é preciso relembrar um ponto que dissemos logo no início deste artigo, que é o fato de boa parte das criptomoedas seguirem o protocolo original de outra rede.
Por exemplo, muitas têm como base os códigos do Bitcoin, assim, se ele segue o consenso de proof of work, todos os ativos derivados dele também seguirão.
Considerando esse princípio, é possível considerar que a Ethereum 2.0 será responsável por mais moedas digitais verdes após a implementação do seu novo modo de mineração.
O que queremos dizer é que, para tornar as criptomoedas sustentáveis, é essencial adotar meios de mineração alternativos, como o proof of stake. Medidas como essa podem mudar a forma como esses ativos são visto, e também afetar sua oferta e procura, influenciando na sua valorização.
Entenda melhor outros fatores que influenciam no preço das criptomoedas neste artigo aqui do blog.