Se você acompanha de perto o imenso universo que é o mundo dos ativos digitais, já deve ter percebido que existem várias estratégias de negociação diferentes, certo?
Pois hoje falaremos de mais uma, que são os derivativos de criptomoedas. Nunca ouviu falar? Sem problemas! Vem com a gente que vamos explicar em detalhes!
Derivativos de criptomoedas são contratos firmados entre duas ou mais partes que assumem um compromisso futuro de compra e venda de criptoativos. Os valores firmados nesse acordo são baseados em um ativo subjacente, visto que o derivativo em si não tem valor próprio.
Para deixar essa explicação mais clara, imagine que o ativo subjacente que determinará o valor de um determinado contrato seja a laranja, cotada a R$ 10 o quilo. Seu derivativo é um suco de laranja pronto, que custará 200% a cotação da laranja.
Dessa forma, conforme o preço da laranja sobe, o valor do suco pronto sobe também, assim como o inverso também acontece.
Está se perguntando qual a vantagem disso? Bem, o derivativo financeiro é uma forma de “congelar” esse valor, já que os envolvidos concordam em trabalhar com os valores que foram definidos na época da efetivação do contrato. Assim, ainda que o preço suba ou desça, o acordo deve ser seguido como o estabelecido no presente.
É certo que tanto um lado quanto o outro estão assumindo riscos. Por exemplo, quem vende pode perder dinheiro se o ativo subjacente em questão tiver uma alta significativa. Por outro lado, se tiver queda, ele sai ganhando, e vice-versa.
E quanto isso pode ser interessante no mercado de criptoativos? Bastante, afinal, a volatilidade é uma das maiores características desse segmento.
Quer entender mais a fundo como isso funciona? Então siga a leitura deste artigo e confira o que são derivativos de criptomoedas, quais tipos existem e como esse tipo de negociação pode ser feita.
O que são derivativos?
Para explicarmos mais a fundo o que são derivativos de criptomoedas, começaremos detalhando o que engloba o conceito de derivativos, combinado?
Derivativos são contratos financeiros firmados entre duas ou mais partes, cujo valor é definido com base em ativo subjacente, que também é chamado de underlying.
Esses contratos podem ser estabelecidos para firmar negociações de compra e venda dos mais variados produtos financeiros, a exemplo de ações, commodities, taxas de juros e criptomoedas.
A principal proposta do mercado de derivativos é mitigar os riscos de perdas monetárias provenientes de transações de compra e venda, principalmente em decorrência da volatilidade dos ativos, e contribuir para potencializar os lucros que podem ser obtidos futuramente.
Como você já deve estar imaginando, de um lado há uma pessoa ou empresa que enxerga risco de perda se manter em sua posse o ativo financeiro em questão. Por conta disso, busca nos derivativos um meio de usar a cotação atual para não perder dinheiro no futuro.
Do outro lado há também uma pessoa ou empresa que vê justamente o oposto, ou seja, um potencial alto de valorização do ativo que está sendo negociado que, mais para a frente, pode tornar a sua aquisição muito cara. Por conta disso, prefere garantir a compra agora, ainda que só resgate depois, para se beneficiar desse aumento de preço mais adiante.
Quais tipos de derivativos existem?
Existem diferentes tipos de derivativos, que são:
- contrato a termo;
- contratos futuros;
- opções;
- swap.
Contrato a termo
O contrato a termo é um modelo de contrato customizado. Na prática, isso significa que as diretrizes, parâmetros e regras que precisam ser cumpridas são definidas de acordo com as necessidades de compra e venda das partes envolvidas.
Outra importante característica do contrato a termo é que ele não pode ser transferido para terceiros, e sua liquidação é feita na data futura que foi estabelecida.
Contratos futuros
Uma das principais diferenças entre os contratos futuros e o contrato a termo, é que o primeiro pode ser transferido para terceiros.
A outra é que os contratos futuros só podem ser negociados na Bolsa de Valores, enquanto o outro tipo que citamos também pode ser feito no chamado Mercado de Balcão, que são locais de operações que não estão registradas na Bolsa.
Somado a isso, os contratos futuros são avaliados diariamente, tendo como base o valor do ativo subjacente. Dessa forma, seu preço é ajustado conforme as movimentações do mercado.
Opções
No caso das opções, o foco do contrato não é o compromisso de compra e/ou venda futura, mas, sim, o direito de fazer transações desse tipo futuramente.
Em outras palavras, significa que a pessoa que é a compradora — também chamada de titular — tem o direito de comprar ou vender o ativo no preço pré-fixado, mas não a obrigação de fazer isso.
Esse direito, por sua vez, é definido como “opção de call” na compra e como “opção de put” na venda:
- opção de call: o titular adquire o direito, não o dever, de comprar o ativo no preço definido durante a celebração do contrato;
- opção de put: o titular adquire o direito, não o dever, de vender o ativo no preço definido durante a celebração do contrato.
Em ambos os casos o lado oposto tem a obrigação de seguir o contrato caso o titular queira. Aqui, vale destacar que esse titular precisa pagar um prêmio para garantir esses direitos, cujo valor também é uma forma de não gerar prejuízos financeiros para a outra parte, caso o comprador desista da transação por não considerá-la monetariamente viável.
Swap
Esse tipo de contrato de derivativos tem como principal característica a troca de rentabilidade entre as partes envolvidas. Ou seja, se na data de liquidação o ativo em questão tiver valorização acima da prevista, os participantes dividem essa diferença.
O derivativo swap também conta com valor pré-fixado e data de vencimento, e seu compromisso não pode ser transferido para terceiros.
Como é feita a negociação de derivativos de criptomoedas?
Após todas essas informações só resta explicar como funcionam os derivativos de criptomoedas, certo?
Basicamente, o mecanismo é o mesmo, o que significa que é preciso definir o ativo subjacente e o tipo de contrato derivativo que será firmado.
Uma das vantagens dessa estratégia é que, como as criptos são muito voláteis, os derivativos, a exemplo dos contratos futuros, ajudam a proteger seus detentores de perdas financeiras mais adiante. Ou seja, é uma forma de atenuar os riscos característicos desse mercado.
Uma das abordagens usadas por traders nesse contexto é usar os derivativos para “travar” o valor de negociação de determinada moeda digital. Dessa forma, ainda que ela esteja em queda na data de liquidação do contrato, a rentabilidade é garantida.
No entanto, a desvantagem vem justamente do oposto dessa abordagem, ou seja, se ela se valorizar, o trader perde lucratividade.
Em resumo, é uma estratégia bem interessante, desde que se tenha bom conhecimento do funcionamento do mercado de ativos digitais, a exemplo de saber como analisar gráficos de criptomoedas para identificar tendências que podem pautar as tomadas de decisão.
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