O universo cripto traz diversas possibilidades de descentralização, mas costuma esbarrar em limitações como o custo das transações ou mesmo a escalabilidade.
Algorand (ou simplesmente ALGO) é um projeto que surge com a intenção de resolver esses dois problemas em uma tacada só.
É sobre isso que falaremos neste artigo, vamos lá!
O que é Algorand? E qual a sua criptomoeda nativa?
Algorand é um projeto que tem como objetivo criar funcionalidades dentro das Finanças Descentralizadas (conhecido como DeFI), oferecendo possibilidades a empresas para que possam criar suas próprias redes de blockchain e, dessa forma, tocarem suas operações por meio dessas redes. Trata-se de uma rede própria que tem seu funcionamento coordenado por meio de contratos inteligentes.
A criptomoeda nativa deste projeto se chama ALGO (ou ALGO coin), apresenta uma disponibilidade máxima de 10 bilhões de unidades, das quais pouco mais de 60% delas já se encontram disponibilizadas desde o ICO (que ocorreu em junho de 2019) e tendo a previsão de distribuição total das unidades para o ano de 2030.
O criador deste projeto é Silvio Micali, professor de ciência da computação do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e vencedor do relevante Turing Award em 2012 por suas contribuições em protocolos blockchain. Esse prêmio é conhecido informalmente como o “Prêmio Nobel da Computação” e, na prática, Micali tê-lo recebido sinaliza que ele é uma das maiores autoridades em criação de criptos do mundo.
Dando suporte a este projeto existe a Algorand Foundation, que fica responsável não apenas pelo desenvolvimento de etapas subsequentes – uma delas que é bastante relevante e vamos falar mais sobre mais adiante neste artigo – como também pela informação do cronograma de distribuição das próximas unidades, aquele que sinaliza que todas serão distribuídas até 2030.
Como funcionam Algorand e sua criptomoeda ALGO?
O projeto roda em uma rede blockchain própria e usa como tecnologia de validação o chamado Pure Proof-of-Stake (ou PPoS). Enquanto no Proof-of-Stake tradicional quanto mais unidades da criptomoeda nativa uma pessoa tiver mais ela participa da validação de transações, em PPoS a diferença é que as chances aumentam com um maior número de unidades, mas ainda assim a escolha de quem vai validar o próximo bloco segue sendo sempre aleatória.
A diferença prática entre PPoS e PoS
Possivelmente você que nos lê pensou “poxa, mas é tudo a mesma coisa, não é?”. Então, para ficar bem claro, vamos a um exemplo, que aqui chamaremos de “sorteio em um programa de auditório”. Imagine a seguinte situação: três pessoas, de nomes João, Maria e Joana, participam de uma competição na televisão no qual disputam pontos e, ao final, concorrem a um sorteio. João terminou a competição com 350 pontos, Maria com 520 pontos e Joana com 470 pontos.
Ao chegar na etapa final, do sorteio, pense que cada um dos pontos conquistados durante a etapa inicial vira uma unidade dentro de um grande baú no qual acontecerá o sorteio. Agora volte ao que você conhece sobre PoS e PPoS: se o sorteio for por PoS, quem tem mais pontos terá prioridade em escolher os papeis dentro do baú; mas se for PPoS, a escolha será aleatória entre os três para escolherem um papel dentro desse mesmo baú.
Assim sendo, o que acontece é que, quando se fala na validação por Pure Proof-of-Stake (PPoS), realmente a pessoa que tiver mais unidades pode ser “sorteada” com mais facilidade (porque terá mais papeis a serem escolhidos dentro do baú do sorteio), mas isso não significa que ela terá prioridade para enfiar a mão no baú e selecionar um papel.
O maior diferencial do PPoS para quem participa da rede é um só: reduz-se consideravelmente a ideia que costuma estar associada a redes com validação PoS de que “apenas quem já tem uma grande quantidade de moedas digitais terá alguma vantagem real na validação”. Quem tiver mais unidades terá mais chances de ser sorteado, mas a escolha é aleatória – e portanto democrática a qualquer pessoa que estiver na rede com qualquer quantidade de unidades.
Possível compatibilidade de Algorand com Ethereum: futuro promissor
Lembra do que falamos sobre existir uma fundação (a Algorand Foundation) cuidando do futuro desse projeto? Então: possivelmente uma das mais relevantes ideias existentes e em discussão neste projeto é a criação de compatibilidade com a rede blockchain Ethereum.
A grande sacada disso – e por esse motivo vale prestar atenção nesse ponto – é que, em sendo Ethereum uma das redes com a mais ampla gama de DApps de todo o universo cripto e sendo Algorand um projeto que busca justamente criar soluções nessa direção, uniria-se a capacidade de transações e escalabilidade de Algorand a um conjunto enorme de funcionalidades já existentes e disponíveis em Ethereum.
Levando em conta também que Ethereum passa por uma grande mudança desde setembro de 2022 que encaminha a rede toda para uma mudança do modelo de validação, saindo de Proof-of-Work (PoW) para Proof-of-Stake (PoS) – o chamado evento The Merge, temos que existe uma possibilidade bastante promissora de que, em um futuro próximo, aconteça essa integração.
Caso isso ocorra de maneira bem sucedida, é possível esperar que a utilização da capacidade de Algorand aumente consideravelmente e, como efeito disso, não podemos descartar que a cotação da criptomoeda ALGO passe por uma elevação significativa.
Vantagens e desvantagens de Algorand
Conhecer mais sobre um projeto, sua história e problemas que ele busca resolver são pontos essenciais, mas para além de tudo isso cabe sempre pontuar de maneira direta quais seriam as vantagens e desvantagens antes de tomar a decisão de ter em sua carteira. É isso que faremos agora a respeito de Algorand!
Começando com as vantagens:
- Capacidade da rede: essa rede consegue entregar, com taxas de utilização baixas, milhões de transações por dia, isso sem falar na validação que acontece por PPoS;
- Desenvolvimento acompanhado por uma fundação exclusivamente dedicada ao projeto, o que significa que mudanças pretendidas têm maior chance de saírem do papel;
- Quantidade limitada de unidades de moeda digital, o que aponta para o fato de que em algum momento, quando todas elas estiverem disponíveis, a escassez poderá estar associada a reserva de valor dos tokens;
- Realização de integração entre redes blockchain diferentes já acontece e existe a possibilidade latente de que isso ocorra com a rede Ethereum, o que aumentaria bastante a utilização da rede Algorand e pode impactar positivamente na cotação da criptomoeda ALGO.
Agora, vamos olhar as desvantagens:
- Dependência da Algorand Foundation para os rumos futuros pode significar que as pessoas que utilizam a rede têm pouco poder de decisão sobre o que acontece ao longo do tempo;
- Ainda é preciso que exista maior integração com redes mais amplas (como Ethereum) para que Algorand ganhe mais destaque, apesar das baixas taxas de utilização e alta capacidade de transações;
- A rede Algorand não tem tanta liquidez sozinha e, mesmo com a possibilidade mais democrática de validação trazida pelo PPoS, ainda tem pouca utilização por parte das pessoas no geral.
Como comprar a criptomoeda ALGO na Bitso?
Caso você tenha lido todo esse artigo e pensado “quero ter a criptomoeda ALGO em minha carteira”, a boa notícia é que você pode fazer isso aqui na Bitso! Basta seguir os simples passos que te apresentaremos agora:
- Abra sua conta na Bitso. Se já tiver feito isso, é só ir para o próximo passo;
- Com a conta aberta, envie recursos fiduciários para ela ou mesmo saldo de criptomoedas que tiver em outra wallet;
- Procure na aba de criptomoedas por ALGO ou Algorand;
- Assim que encontrar, coloque a quantidade de recursos fiduciários ou criptomoedas que deseja converter em ALGO;
- Faça a conversão!
Dessa maneira você passa a ter em sua carteira a criptomoeda ALGO e poderá colher os frutos dos próximos avanços tecnológicos (e de associação com outras redes) que apresentamos aqui!
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