Bitcoin e Litecoin: o ouro e a prata das criptos

Ring com uma moeda de litecoin e uma de bitcoin.

Existem literalmente milhares de projetos no universo cripto. Porém, em alguns casos, podemos notar certas semelhanças, principalmente relacionadas a aspectos que servem para complementar atuações ou até promover verdadeiras otimizações. Um desses paralelos possíveis acontece entre Bitcoin e Litecoin, e é justamente sobre isso que falaremos neste artigo.

Desde já vale apontarmos uma questão importante: as duas têm como objetivo principal a utilidade de serem utilizadas para transações, ou seja, para que as pessoas possam, com elas, comprar produtos e serviços ou mesmo serem utilizadas como mecanismo de transferência de recursos; assim sendo, fica aqui a informação de que tratam-se de tokens de pagamento.

Feito esse adendo, vamos direto ao assunto!

Bitcoin, o ouro digital

Trata-se da nave mãe de toda a revolução cripto que vemos acontecer desde o pós-crise de 2008 até os dias atuais. Surgiu nas proximidades daquele evento catastrófico nos mercados, no qual bancos faliram, seguradoras ficaram por um fio e governos nacionais tiveram que socorrer instituições financeiras para não gerar uma quebradeira geral. 

Foi esse momento que  promoveu o maior impacto sobre o capitalismo desde a crise de 1929 sob a figura enigmática (e até hoje desconhecida) de Satoshi Nakamoto.

A proposta apresentada é bastante direta: diante de um sistema financeiro fadado a falhas humanas que repetidamente levarão irracionalidade a um patamar tão elevado que trarão momentos de crises evitáveis a cada determinado tempo, seria melhor apresentar uma alternativa que não tivesse dependência justamente dos seres humanos para funcionar, mas de mecanismos automatizados.

O que permitiu que o Bitcoin passasse a virar uma realidade foi a tecnologia da rede de blockchain, na qual vemos informações serem adicionadas em blocos de maneira a manter os registros bem armazenados e imutáveis. Assim sendo, as possibilidades de erros operacionais ou má intenção humanas se reduzem fortemente.

A moeda digital que já chegou a ter cotação tão baixa que dez mil unidades foram capazes de comprar apenas duas pizzas (o que aconteceu em 2010), apresenta no primeiro semestre de 2022 uma cotação na casa de dezenas de milhares de dólares – o que faria desse humilde jantar de 2010, se fosse repetido agora, provavelmente o jantar mais caro da história.

Tanta novidade traz uma certa limitação à tona: a capacidade de transações e o custo delas foi tornando cada vez menos possível o uso para intenções tão simples e diretas quanto… comprar uma pizza. Com isso, ao longo do tempo, o Bitcoin acabou mais se concentrando em uma função de reserva de valor ou de transação em valores mais altos do que para sua ideia original de “substituir o dinheiro em um sistema paralelo”.

Inclusive, vem justamente dessa ideia do Bitcoin ser reserva de valor que vem um de seus apelidos: o ouro digital, que teria a capacidade teórica por exemplo de, tal qual o ouro metálico, servir como proteção aos investidores diante de quedas generalizadas, ou seja, aquele tipo de ativo para o qual as pessoas correm quando tudo está derretendo nos mercados. 

Litecoin, a prata da casa

Na esteira das grandes novidades trazidas pelo universo cripto, este que teve suas portas abertas pelo Bitcoin, tivemos a chegada do Litecoin em 2011. Seu criador, Charlie Lee, foi funcionário do Google e fazia parte do time de apaixonados pelo Bitcoin desde que ficou sabendo de sua existência. Porém, a ideia agora era justamente a de corrigir imperfeições e deficiências daquele projeto inicial.

A inovação começa pelo próprio nome: Litecoin vem da união entre light (“leve” em inglês) e coin (moeda). A leveza trazida por esse projeto se traduz em dois aspectos bastante diretos: o volume dos blocos que compõem sua rede são menores e, com isso, há maior capacidade da rede em número de transações e menor custo para a execução de cada uma delas.

Assim sendo, o efeito prático é que com Litecoin a ideia original do Bitcoin de ser um meio alternativo ao dinheiro volta ao jogo, já que, tendo Litecoin em sua carteira, é bem mais fácil, rápido e barato de transacionar do que se você fosse fazer a mesma coisa com Bitcoin.

Esse projeto conta até com uma fundação, a Litecoin Foundation, que existe para cuidar do futuro de seu desenvolvimento e fomentar seu uso globalmente.

Mas, como tudo na vida, nesse projeto não há perfeição: a volatilidade nas cotações pode dificultar o uso como moeda (pode ser fácil, rápido e barato, mas o valor variar muito é fator complicante), a redução de capacidade da rede que ocorre a cada quatro anos (que permite que um grupo menor de participantes da rede possa controlar mais blocos) e a dependência desta fundação para que o projeto siga adiante.

A ideia de chamar Litecoin de prata vem da ideia de que ocuparia o segundo lugar, frente ao Bitcoin, para as funções que aquela moeda que abriu as portas se propõe a fazer. Seria uma medalha de prata que não desagrada de jeito nenhum nem quem usa nem quem desenvolve o Litecoin, porque representa a importância do projeto dentro do universo cripto.

Quais são as semelhanças e diferenças entre Bitcoin e Litecoin?

Tendo apresentado um pouco da história das duas criptomoedas, vale agora então falar sobre os pontos de convergência e o que as faz diferentes. Começando pelas proximidades, temos que:

  • Os dois projetos tem a intenção de servirem como tokens de pagamento;
  • A oferta das duas criptomoedas é limitada: no caso do Bitcoin são 21 milhões de unidades e do Litecoin 84 milhões delas;
  • O meio de conseguir novas moedas é o mesmo para os dois casos: a mineração; e, fato curioso: a previsão para os dois projetos é de que todas as moedas sejam mineradas apenas após o ano de 2100, dada a capacidade computacional existente hoje;
  • A presença dos dois em termos de possibilidades de transações é mais notável do que muitos outros projetos, sendo que o Bitcoin aparece com foco em valores maiores (por exemplo para comprar uma casa) do que Litecoin (usar como dinheiro em transações comuns e cotidianas).

Já quando olhamos para as diferenças entre as duas criptomoedas, podemos posicionar as seguintes questões:

  • A capacidade de transações é muito diferente: enquanto no Bitcoin fazer uma transação pode levar até dez minutos no blockchain, com Litecoin esse tempo é cerca de quatro vezes menor;
  • Em função da necessidade de blocos menores no processamento da rede, as taxas para se operar com Litecoin são consideravelmente menores do que quando você usa Bitcoin em uma transação;
  • O desenvolvimento futuro da rede do Bitcoin é mais autônomo do que o Litecoin, que tem dependência direta da Litecoin Foundation para seguir adiante;
  • O valor de mercado – multiplicação da cotação de cada moeda pela quantidade de moedas disponíveis –  do Bitcoin é, ao final de maio de 2022, mais de 100 vezes maior do que o que encontramos no Litecoin.

Qual serve mais para mim, afinal?

Tudo vai depender exatamente de qual a utilização que você mais deseja fazer com criptomoedas. Sim, você pode ter um pouco de cada em sua carteira, mas se seu objetivo majoritário for o de usar no dia a dia, principalmente se estabelecimentos próximos à você aceitarem criptos, Litecoin parece ser melhor pedida. 

Mas se sua ideia for a de buscar criar uma reserva de valor comprando e aguardando (o que também é conhecido como HODL), sem o foco no uso cotidiano, Bitcoin terá maior utilidade. A moeda pioneira é a que todo mundo lembra, não é mesmo?

Independente de qual for o seu caso, vale sempre lembrar que os dois projetos são moedas digitais e têm como objetivo servirem para a função de pagamento, de forma totalmente descentralizada. Pode até soar repetitivo que essa informação seja mais uma vez apresentada, mas isso é relevante de ser dito para que não gere confusão em relação aos motivos que deveriam fazer com que você compre ou não essas criptomoedas.

Saber mais sobre projetos do universo cripto, como você fica sabendo aqui no Blog da Bitso, é relevante para que as melhores decisões possíveis sejam tomadas. Criptomoedas são ativos financeiros bastante voláteis e associados a aspectos tecnológicos pouco triviais, mas certamente você está um passo adiante se antes mesmo de ter acesso a determinado projeto já sabe mais o que o move.

A partir do momento em que você se informa melhor sobre cada projeto, passa a ser de sua responsabilidade de maneira muito mais consciente o que serão feitas dessas informações todas, tudo de acordo inclusive com o seu perfil pessoal e suas intenções com as compras que pretende realizar. 

Conte conosco aqui no Blog para te informar da maneira mais detalhada e traduzida (falando de modo que você de fato entenda o que escrevemos) sobre diversos aspectos do universo cripto – e não se esqueça de, tendo tido interesse suficiente, dar uma olhada lá na prateleira de criptos da Bitso para botar a mão na massa em relação ao que você aprende aqui com a gente, combinado?

O Time Bitso é formado por especialistas em criptomoedas, garantindo informações seguras e precisas sobre o mundo cripto.