Já reparou que a maioria das coisas que geram mudanças demoram certo tempo para serem adotadas de forma realmente ampla? Pois no mundo das criptomoedas isso não tem se mostrado diferente.
Apesar de ter sido lançada em 23 agosto de 2017, ainda há novidades do SegWit Bitcoin,
e uma das mais significativas é o nível de adoção dessa tecnologia.
O SegWit é uma atualização criada com o objetivo de resolver o problema de maleabilidade das transações realizadas nessa rede. Ainda que extremamente importante para o avanço e aprimoramento do Bitcoin, demorou um bom tempo para as carteiras e exchanges de criptomoedas aderissem a ela.
Somente quatro anos após a sua implementação, em 2021, foi que 80% das transações passaram a ser feitas dessa forma. Mas antes disso, em 2018, um ataque de urso — ou melhor, um bear market — tinha feito sua adoção esfriar significativamente logo depois do seu lançamento.
Você deve estar se perguntando por quais motivos isso aconteceu e por quais razões, depois de tantos anos e outras atualizações, ainda há novidades do SegWit do Bitcoin, certo? Para respondermos essas dúvidas precisamos, primeiro, relembrar o que contempla essa atualização, vantagens e desvantagens.
Então, siga a leitura deste artigo e confira tudo sobre a adoção da SegWit no código base do Bitcoin!
O que é SegWit Bitcoin?
Como acabamos de mencionar, não tem como falarmos sobre as novidades do SegWit Bitcoin sem antes destacarmos o que contempla essa atualização.
SegWit é a abreviação para Segregated Witness, que na tradução para o português significa Testemunha Segregada.
Parece até nome de filme de suspense, mas, na verdade, é uma atualização que propôs separar as assinaturas digitais (dados de testemunho) das transações dos blocos que formam a rede Bitcoin, com o objetivo de resolver o problema de maleabilidade presente nas operações.
Basicamente, o SegWit permite que esses dados sejam retirados dos blocos, abrindo espaço para que novas transações sejam inseridas no lugar, chegando até a capacidade limite de 1 megabyte. Dessa forma, essa nova tecnologia acaba contribuindo para também melhorar a escalabilidade da rede Bitcoin.
Isso se foi necessário porque, conforme o interesse pela BTC foi crescendo, a rede não estava mais conseguindo dar conta de tantas transações, o que fez com que muitas ficassem pendentes de validação, resultando no aumento dos valores das taxas cobradas para a realização das operações.
No que se refere à maleabilidade, especificamente, o SegWit retira os dados de testemunho do bloco e os inclui na chamada árvore Merkle, que é uma estrutura que agrupa informações relacionadas. Com isso, esses dados ficam protegidos e livres de ataques ou alterações, ao mesmo tempo em que abre espaço nos blocos.
Quais são as novidades do SegWit Bitcoin?
Essa atualização foi bastante significativa e importante para a rede criada por Satoshi Nakamoto. Mas, como dissemos logo no início deste artigo, mesmo que tenha sido ativada oficialmente em 2017, ainda há novidades do SegWit Bitcoin sendo comentadas.
A tecnologia e a proposta inicial não mudaram, no caso, a novidade fica por conta do nível de adoção do SegWit que, para aumentar, depende que as carteiras e as exchanges implementem essa melhoria.
Segundo dados do site Transactionfee.info, a porcentagem de transações feitas com SegWit no momento é de 81% (dados referentes ao mês de junho de 2022). No entanto, vale destacar que um ano antes, em junho de 2021, esse percentual chegou a cair para 53%.
Há também uma característica dessa atualização que pode ser vista como uma das novidades do SegWit Bitcoin, especialmente se comparadas com outras, que é o padrão de endereço das transações.
O formato de endereço do SegWit é o Bech32, que também é conhecido como “bc1”, visto que é assim que começam suas sequências numéricas. O ponto positivo é que esse formato é suportado pela maioria das carteiras, dos diferentes tipos.
SegWit2x
Mas fora a adoção que, mesmo cinco anos depois, segue em crescimento, existe outra questão que (quase) entrou na lista de novidades do SegWit Bitcoin, que é o SegWit2x.
O SegWit2x foi pensado para aumentar o bloco do Bitcoin de 1 MB para 2 MB. A ideia era aumentar a escalabilidade da rede e, ao mesmo tempo, reduzir os valores das taxas que estavam sendo cobradas para as transações.
Mas para implementar o SegWit2x era necessária uma grande mudança nas regras de governança do Bitcoin, o que geraria uma hard fork, que é a bifurcação de uma rede blockchain. No entanto, essa não era a ideia inicial.
Como não houve consenso da comunidade sobre a implementação dessa melhoria do SegWit, em 8 de novembro de 2017 a proposta foi suspensa.
Quais são as vantagens do SegWit Bitcoin?
A adoção da SegWit no código base do Bitcoin traz diversas vantagens. Além de solucionar a questão da maleabilidade e de ajudar a promover a escalabilidade da rede, essa atualização também torna as transações mais baratas.
Isso acontece porque, como a parte do bloco que contém os dados de testemunho não precisa ser acessada (já que não está mais inserida nele), há um aumento da eficiência da criação desses blocos. Com isso, os mineradores conseguem atender demandas maiores, resultando na redução do valor das taxas de transações em comparação às cobradas em endereços tradicionais de Bitcoin.
Quais foram as outras atualizações do Bitcoin?
Desde a sua criação, o Bitcoin passou por uma série de atualizações, todas elas com o propósito de melhorar a funcionalidade da rede e de resolver os problemas que foram identificados com o passar do tempo e com o aumento da demanda.
Uma delas, por exemplo, foi uma hard fork que deu origem ao Bitcoin Cash. Decorrente da necessidade de resolver a falta de escalabilidade da rede, o resultado foi a criação de uma nova cripto, a BCH, com blocos com capacidade aumentada de 1 MB para 8 MB.
Outra bem importante e impactante foi a atualização Taproot, que teve por objetivo aumentar a privacidade, elevar a eficiência das transações e facilitar a criação de contratos inteligentes.
Todas elas afetam o funcionamento e as operações feitas com essa criptomoeda. Por isso, é tão importante ficar de olho nessas mudanças. Uma das formas de não perder nenhuma dessas novidades é acompanhando os artigos do blog da Bitso.
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