O que é DEX? Entenda a função das exchanges descentralizadas

DEX Exchange Descentralizada scaled

Para comprar e vender ativos, seja no mundo fiduciário ou mercado cripto, você sempre vai precisar de uma figura de intermediação, uma corretora. Mas será que é possível fazer a mesma coisa sem o intermediador? Depois de entender o que é DEX, o assunto desse artigo, você vai ver que a resposta é sim!

A revolução das finanças descentralizadas (ou DeFi) traz possibilidades que tornam as transações com criptomoedas ainda mais privadas e discretas. Quando falamos das corretoras descentralizadas, isso fica ainda mais evidente. 

Continue no artigo até o final para entender a função das corretoras descentralizadas. Boa leitura!

O que é DEX?

Exchange descentralizada, ou DEX, é uma plataforma de negociações de criptomoedas que não envolve intermediação e, por isso, acontece de um ponto a outro, processo chamado de peer-to-peer (P2P). Dessa maneira, tanto quem oferece a liquidez ao mercado quanto quem participa da governança são os próprios usuários da exchange.

No caso das DEX, existem possibilidades que vão além de apenas comprar e vender criptomoedas. Com as plataformas, passa a ser possível, por exemplo, colocar criptomoedas que estariam “paradas” para obter rendimentos ou mesmo pegar empréstimos. Projetos como Aave e UniSwap deixam mais claro como isso tudo funciona.

Um detalhe importante para entender o que é DEX é o pool de liquidez, ou seja, o montante de recursos em criptomoedas que fica disponível para ser acessado e utilizado ao custo de alguns rendimentos em criptomoedas para quem topa deixar seus tokens disponíveis no pool.

Apesar de ser um meio mais discreto de comprar e vender criptomoedas (pois não demanda que você crie cadastro em uma plataforma, apenas entre nela e negocie), é algo que atrai poucos usuários em relação aos meios centralizados e, ainda, envolve negociações em montantes bem menores do que nas exchanges tradicionais.

O que é DEX e CEX?

A principal diferença entre exchanges centralizadas (CEX) e corretoras descentralizadas (DEX) é que, na primeira, temos uma empresa que faz a intermediação entre partes identificadas (e cadastradas) que ali têm suas contas. No segundo caso, as pessoas não colocam seus dados de registro, apenas entram para negociar umas com as outras.

O gerenciamento de uma corretora centralizada leva em conta as diretrizes de uma empresa que, para fazer isso, cobra taxas por cada transação e, assim, financia sua operação.

Além disso, há uma série de passos de segurança, como receber documentos legais do cliente, verificar movimentações de recursos etc. Como explicamos no significado de DEX, toda a gestão acontece de maneira automatizada ou com pouco poder de decisão e confirmação por parte das pessoas que participam.

A responsabilidade principal de uma exchange centralizada está em manter não apenas os recursos financeiros dos clientes em segurança, como também seus dados. Quando falamos de uma DEX, a situação é totalmente diferente: as pessoas se encontram na plataforma apenas para efetuar as transações, não deixando recursos ali.

Na verdade, existe a possibilidade dos recursos ficarem “retidos” com a formação do pool de liquidez. Mas há um detalhe importante: esses recursos ficarão ligados a quem os deixou (para que a pessoa receba rendimentos), mas não será de responsabilidade da plataforma tomar conta desse montante. Será a automatização do pool que lidará com isso.

Um meio interessante de se entender a diferença entre as duas – DEX e CEX – vem do mundo digital da música: lembra dos tempos do KazaA e do LimeWire? 

Nesses casos, acontecia a “troca” de arquivos de música e vídeo com outras pessoas em diferentes lugares. Já na era do streaming, as plataformas colocam todas as músicas que você pode baixar em uma central de informações tocada pela empresa.

5 vantagens de uma exchange descentralizada

Até aqui, explicamos o que é DEX e diversos aspectos podem ter chamado sua atenção, certo? Porém, quais são as principais vantagens de utilizar uma exchange descentralizada? Apresentamos alguns dos fatores principais a seguir!

  • Segurança e não rastreabilidade: para usar uma DEX, você não precisa se identificar, apenas entrar e negociar, o que pode deixar menos rastros das operações.
  • Custo de operação menor: como não existe uma empresa que faz a intermediação (e te cobra uma taxa por isso), a negociação entre partes cobra apenas o uso da rede, o que costuma ser mais barato.
  • Participação de novos projetos e remuneração por isso: enquanto nas exchanges centralizadas você pode apenas transacionar criptomoedas já existentes, nas DEXs existe a possibilidade não só de contribuir com novos projetos (nem que seja apenas fornecendo liquidez), como também de ganhar com isso.
  • Independência de regulação: a centralização faz com que órgãos reguladores consigam acompanhar melhor as atividades e, dessa forma, solicitar informações de maneira mais apurada, mas quando há uma verdadeira pulverização dos agentes e não há “responsáveis diretos” pela plataforma, isso não acontece.
  • Direcionamento e manipulação com chances baixas: como não há uma empresa tomando as decisões (e buscando obter ganhos com isso), dificilmente teremos pessoas querendo distorcer as transações “a troco de nada”.

Em relação a esse último ponto, temos a clássica faca de dois gumes. Mas vamos deixar para a apresentação das desvantagens, porque assim vai ficar mais fácil de explicar.

4 desvantagens das exchanges descentralizadas

Aqui no blog da Bitso, você sempre ficará a par das boas e das más notícias quando o assunto são as possibilidades do universo cripto. Como não poderia ser diferente, após mostrar as vantagens, aqui vão as maiores desvantagens das DEX!

  • Acesso pode ser perdido facilmente: se, por um lado, não ter uma empresa por trás significa liberdade, por outro, pode haver problemas, como perda de acesso (porque não terá uma parte adicional para ajudar a recuperá-lo).
  • Baixa liquidez: já citamos que o pool de liquidez é uma figura muito importante para o funcionamento de uma DEX, mas a má notícia é que, como as pessoas preferem exchanges centralizadas, os recursos existentes são baixos e muitas vezes inviabilizam operações maiores.
  • Possibilidades limitadas pela automação: como as DEX geralmente são regidas por contratos inteligentes, operações mais sofisticadas não costumam estar presentes (por não serem abarcadas pelos padrões um pouco mais fechados em si desses contratos).
  • Dificuldade no uso: toda exchange centralizada faz um esforço tremendo para mostrar a quem utiliza seus serviços que ali encontrará praticidade para executar o que quiser; não havendo uma empresa por trás de uma DEX, não há necessariamente um interesse em torná-la amigável ao usuário – na verdade, quase nunca existe essa ideia.

O último ponto das desvantagens tem tudo a ver com o último das vantagens: quando você não tem uma empresa pensando em meios de uso melhores e mais didáticos, fica a cargo do usuário aprender como usar. 

Possivelmente, temos aqui um dos maiores motivos pelos quais as DEX não são tão difundidas: são pouco (ou nada) intuitivas de utilizar.

Afinal, como usar uma DEX?

Quando falamos de exchanges centralizadas, o uso é feito por meio de contas criadas dentro das plataformas. No caso das DEX, o acesso se dá por meio de sites, sendo que o usuário se conecta via hot wallet. Isso acontece porque, lembrando, em uma corretora descentralizada, você não deixa seus recursos (exceto no pool de liquidez), apenas os transaciona.

Diferentemente do que acontece em uma exchange centralizada, em que você compra e vende as criptomoedas existentes, aqui há a necessidade de se atentar a um aspecto adicional: a compatibilidade entre os tokens que você tem e a rede utilizada. 

Por exemplo: se você estiver em uma rede Ethereum, apenas os tokens ERC-20 serão aceitos.

Para utilizar uma DEX, basta verificar quais tokens você possui e a compatibilidade de transações dentro da plataforma descentralizada escolhida, conectar sua hot wallet e entrar no site para transacioná-los.

Quais são os serviços oferecidos por uma DEX?

Existem basicamente quatro possibilidades de serviços que uma exchange descentralizada pode oferecer. São eles:

  • swap: é a troca, literalmente; enquanto uma pessoa entra em uma ponta procurando comprar uma determinada criptomoeda, há alguém em outra ponta querendo vender, logo, as duas se encontram e a negociação acontece;
  • farming: é quando uma pessoa deseja obter rendimentos com suas criptomoedas, deixando-as no pool de liquidez e, por esse esforço, recebe uma remuneração enquanto os fundos estiverem depositados;
  • lending: é a outra ponta em um empréstimo, aquela que pega os recursos emprestados que estão disponíveis naquele pool de liquidez e, depois, devolve-os com rendimentos;
  • formação de pool de liquidez: está muito relacionado aos dois itens anteriores, mas pode servir a propósitos diversos; não podemos esquecer que existem literalmente milhares de projetos de criptomoedas e, no emaranhado de possibilidades das DeFi, muito ainda pode acontecer de inovador.

Lembrando que, em se tratando das DEX, o pool de liquidez é a figura central que permite que as transações aconteçam e tudo acaba sendo efetivado por meio dos contratos inteligentes.

Como negociar criptomoedas em uma DEX?

Apesar de não ter uma plataforma tão intuitiva visualmente, o uso de uma DEX para a negociação de criptomoedas é razoavelmente simples: basta que a pessoa conecte sua carteira cripto no site da corretora descentralizada.

A partir do momento em que essa conexão existe, havendo compatibilidade entre os criptoativos ali presentes e a rede que dá base para as negociações, basta que a pessoa posicione as ordens que deseja, seja de comprar criptomoedas e aumentar as quantidades que já possui ou mesmo de vender para alguém da rede.

E aí, vale a pena usar uma DEX?

As inovações e transformações ocorridas no universo cripto são bastante rápidas, mas, até então, a utilização das DEX ainda segue reduzida e pouco concentrada em relação às exchanges tradicionais. 

Isso pode mudar com desenvolvimentos de projetos em específico? Sim, mas ainda não é a realidade atual.

Se você procura uma possibilidade rápida de transacionar criptomoedas em um volume não tão elevado e conhece o suficiente do uso de uma wallet de criptomoedas, pode ser que usar uma DEX seja uma boa ideia.

Mas se depois de entender o que é DEX, suas principais necessidades são o auxílio de uma parte intermediadora ou o uso contínuo de operações (e não algo tão esporádico), possivelmente é melhor continuar com as exchanges centralizadas, como a Bitso.

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