“Baleia: mamífero marinho, o maior dos animais atuais, podendo medir 30 metros de comprimento e pesar 150 toneladas. Pertencente à ordem dos cetáceos, que são uma infraordem de animais predominantemente marinhos”.
Ok, mas se esses seres vivem no mar, por que esse termo é usado no mundo dos ativos digitais, as tais “baleias de criptomoedas”? Vamos explicar e, já adiantamos, é bem interessante!
Baleias de criptomoedas são detentores de grandes quantidades dessas moedas digitais — na maioria das vezes, Bitcoin, por isso também o uso da terminologia “baleia de Bitcoin”.
O termo é usado como uma analogia ao mercado de criptos ser considerado um enorme oceano, e esses titulares maiores seriam as baleias que habitam nesse ecossistema. Por sua vez, as pessoas que detém menos criptoativos podem ser denominadas sardinhas.
Considerando a cadeia alimentar natural, entende-se que as baleias podem “engolir” os peixes menores, certo?
No mundo dos ativos digitais, o que acontece é mais ou menos isso, visto que a ação das baleias no processo de compra e venda tende a impactar fortemente o valor dos ativos que estão sendo negociados.
Mas o que elas fazem que pode mudar tanto o preço das criptomoedas e afetar esse mercado? Confira agora, neste artigo, o que são as baleias de criptomoedas, quem são, como influenciam as transações, quais são suas estratégias e muito mais!
O que são baleias de criptomoedas?
Baleias de criptomoedas é o termo usado para identificar detentores de um número muito alto de moedas digitais.
A metáfora usando o maior animal do oceano tem como fundamento alguns dos seus comportamentos. Por exemplo, sua força contribui para abrir caminho e passar por onde quiser, somado ao fato de que não há corrente forte o suficiente para desviá-lo do seu destino.
No mercado de criptoativos, a participação das baleias tem um papel semelhante, considerando que sua atuação causa importante impacto na valorização das criptos e, consequentemente, nas decisões de compra e vendas das “sardinhas”.
Quanto à quantidade de criptos que determina quando uma carteira se torna uma baleia, não há um consenso ou um número definido, sendo esse tema constantemente discutido em fóruns de criptomoedas.
Porém, comumente se considera entre 1 mil e 10 mil Bitcoin (BTC) — aqui, vale destacar que o termo pode ser usado para outras criptos também, a exemplo da Ether (ETH).
Quem são as atuais baleias desse oceano?
As baleias de criptomoedas costumam ser fundadores de empresas, bancos, fundos de investimento, entre outros.
É quase impossível apontar, com precisão, quantos donos de grandes quantidades de criptos existem no momento, já que muitos preferem manter o anonimato. Porém, entre os nomes mundialmente conhecidos, alguns exemplos são:
Satoshi Nakamoto
É claro que a pessoa ou grupo de pessoas que criou o Bitcoin não poderia ficar fora desta lista. Estima-se que a carteira de Nakamoto conte com quase 1 milhão de BTC.
Cameron Winklevoss e Tyler Winklevoss
Os gêmeos ex-remadores olímpicos são detentores de mais de 100 mil unidades de BTC, quantia que os posiciona entre as três maiores baleias deste oceano.
Barry Silbert
Visto como o “rei das criptomoedas”, Barry Silbert é o CEO e fundador do Digital Currency Group, empresa que constrói e apoia negócios relacionados ao Bitcoin e a redes blockchain.
Silbert arrematou 40 mil Bitcoins, que tinham sido confiscados da Silk Road, mercado online de drogas ilegais, pela justiça dos Estados Unidos.
Outras baleias de criptomoedas
Além desses grandes detentores de criptos, também navegam por esses mares:
- Tim Draper: arrematou 30 mil BTC também no leilão da Silk Road;
- Michael Saylor: começou nesse mercado somente em 2020, mas já conta com mais de 17 mil BTC na sua carteira;
- Matthew Roszak: começou a adquirir Bitcoin em 2011, aumentando seu patrimônio para US$1,5 bilhão;
- Sam Bankman-Fried: já conta com uma fortuna de mais de US$8 bilhões antes mesmo de completar 30 anos.
Como as baleias influenciam o mercado e os preços dos ativos?
As baleias de criptomoedas influenciam o mercado e o preço dos ativos digitais porque têm grande poder de compra e de venda.
Esse posicionamento causa forte impacto na volatilidade das criptos, pois atinge um dos requisitos que mais influencia na definição dos valores: a oferta e a demanda.
Basicamente, esses detentores conseguem manipular as movimentações do Bitcoin e das altcoins, de modo que se beneficiam com esse tipo de transação.
Uma das características de quem faz parte desse “seleto” grupo é saber respeitar os ciclos, especialmente de médio e longo prazo, para adquirirem novas unidades de moedas digitais. Em outras palavras, as baleias aguardam a baixa dos preços para fazerem suas compras.
Estratégias de compra e venda de criptos usadas pelas baleias
E é óbvio que os maiores donos de criptomoedas costumam adotar algumas estratégias de negociação. Alguns exemplos são:
- colocar diversas ordens em livros de ofertas, passando a impressão de aumento de fluxo para aquela moeda digital. Quando o preço chega ao que eles querem, cancelam as ordens;
- vender criptomoedas por valores bem abaixo dos que estão sendo negociados, gerando baixa na taxa de mercado — técnica chamada de ciclo de enxugamento e repetição;
- colocar uma ordem enorme de compra em uma exchange, ao mesmo tempo em que absorve as ordens de vendas existentes. Com isso, a baleia impede que o preço da cripto em questão suba, tática que é chamada de parede ou barreira de compra e venda.
Por que entender sobre as baleias é importante para nadar nesse oceano?
Entender sobre as baleias é importante para nadar no oceano das criptomoedas por um motivo muito simples: você, enquanto sardinha, não quer fazer parte da cadeia alimentar dela, certo?
Traduzindo isso para uma linguagem mais técnica, é uma forma de entender a volatilidade desse mercado e de acompanhar um dos pontos que impactam na definição dos preços das moedas digitais para começar com criptomoedas de forma mais segura.
Dessa forma, fica mais fácil identificar o momento mais propício para fazer suas negociações e, com isso, montar uma boa carteira, tendo como base o seu objetivo — por exemplo, montar uma possível reserva de valor.
Vale lembrar que, apesar do poder que as baleias têm, nada impede que seja formado um cardume de sardinhas.
Um bom exemplo de um “trabalho em conjunto de peixes menores” é a popularização das memecoins, como a Dogecoin e a Shiba Inu Coin, que ganharam fama e valorização devido ao posicionamento e barulho causado por suas comunidades.
Independente de comprar Bitcoin ou Shiba, de ser baleia ou sardinha, lembre que uma das formas mais seguras de fazer isso é contar com uma exchange como a Bitso.