O padrão BRC-721E é um protocolo que torna mais fácil a transferência de NFTs (tokens não fungíveis) da rede Ethereum para a blockchain do Bitcoin.
Sim! Agora ficou mais simples migrar NFTs baseados na Ethereum para a rede criada por Satoshi Nakamoto.
Na prática, esse novo padrão de token permite que códigos, imagens e textos originados na Ethereum sejam inscritos em um único satoshi, que é a menor fração ou parte de um Bitcoin (BTC).
Por que esse processo é interessante? Bem, porque antes dele, os colecionadores de Bitcoin NFT precisavam percorrer um longo caminho, tendo uma curva de aprendizado bastante acentuada para conectar seus tokens não fungíveis a outra rede.
Agora, com o padrão BRC-721E, esse trajeto foi simplificado. Além disso, gerou uma nova utilidade para o Bitcoin Ordinals, que são satoshis inscritos com dados complexos, tais como imagens ou textos.
Diga se não vale a pena entender mais sobre esse novo padrão de token? Se você acha que sim, então, siga agora mesmo a leitura deste artigo para entender tudo sobre ele!
O que é o padrão BRC-721E?
O padrão BRC-721E é um novo protocolo que permite a vinculação de tokens ERC-721 à blockchain Bitcoin. Em outras palavras, trata-se de um processo de armazenamento descentralizado que possibilita a inclusão de uma arte digital criada na rede Ethereum na rede Bitcoin.
Esse novo padrão de token foi lançado em parceria pelo mercado Ordinals — um marketplace baseado no Bitcoin Ordinals — e a coleção Bitcoin Miladys NFT.
Ao realizar o padrão BRC-721E, acontece a conversão de NFTs ERC-721 verificáveis e imutáveis em tokens de formato Ordinals. Como resultado, gera-se um link completo que torna o NFT visível na plataforma ordinals.market, junto com outros metadados (pontos de referência) correspondentes.
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Como funciona o padrão BRC-721E?
O padrão BRC-721E funciona permitindo e facilitando a transferência do NFT baseado na rede Ethereum para um novo endereço de gravação, tornando esse token não fungível inutilizável na rede de origem. Isso acontece graças à queima do NFT ERC-721 por meio de uma função de chamada de ETH.
A queima marca o início do processo de migração, e é um procedimento irreversível, que funciona como uma forma de inscrição on chain.
Caso ainda não conheça essa dinâmica, on chain é uma técnica de análise de dados que, para ser realizada, usa informações extraídas diretamente da blockchain. No caso da rede Bitcoin, essa forma de análise coleta e interpreta as informações extraídas da sua própria cadeia de blocos, ou seja, do local no qual as informações e as transações são realizadas.
Agora, voltando ao padrão BRC-721E, o passo seguinte consiste em reivindicar a queima do token não fungível lá na rede Bitcoin, por meio da inscrição de dados BRC-721 válidos.
Ao fazer isso, o NFT que está passando por esse processo é efetivamente transferido, tornando-se visível na página de coleta do Ordinals, com metadados completos e personalizados.
Os indexadores da blockchain Bitcoin garantem que o token não fungível que foi queimado não tenha mais inscrição válida na rede Ethereum. Para isso, fazem com que seu endereço de gênese (origem) passe a corresponder aos dados da transação de gravação.
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Por que estão trocando NFTs de blockchain? Vale a pena?
Como dissemos logo na abertura deste artigo, esse novo padrão de token torna mais fácil o envio de NFTs da rede Ethereum para a blockchain Bitcoin. Esse processo pode ser bastante interessante, dependendo da estratégia de compra e venda do detentor do token não fungível.
Todavia, é fundamental que você saiba que a operação garante apenas a preservação de uma versão menos detalhada da imagem na rede de Satoshi Nakamoto. Somado a isso, a proposta inclui o uso de uma combinação entre tokens BRC-721 e BRC-721E, e a incorporação de um link para a rede original, ou seja, a Ethereum.
Tudo isso tem, como objetivo, fornecer informações completas e reais sobre o processo de transferência e queima do NFT.
Por conta desse fluxo, neste primeiro momento, não há o armazenamento dos metadados em on chain diretamente na rede Bitcoin. Porém, os detentores dos tokens não fungíveis podem armazenar uma imagem com qualidade de visualização inferior à da apresentada na nova rede e inserir um link de referência para a Ethereum em seus dados brutos.
Aqui, vale destacar também que o Ordinals Market e a Milady Maker, idealizadores do protocolo, já estão trabalhando para garantir a origem dos NFTs durante o processo de migração entre as blockchains envolvidas.
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Qual o impacto desse novo padrão de token à rede Bitcoin?
O padrão BRC-721E é uma das partes do lançamento do protocolo do Bitcoin Ordinals, responsável por introduzir, pela primeira vez na história dessa rede, casos de uso de arte digital em sua blockchain. Entretanto, como tudo na vida tem dois lados, há quem não seja muito favorável a essa novidade.
A comunidade cripto, de modo geral, com mais evidência para os defensores do Bitcoin, acreditam que esse padrão de token pode gerar desperdício de uso de espaço nos blocos.
Além disso, muitos consideram que a nova prática pode gerar congestionamento na rede, deixando-a mais lenta e impactando em outros processos mais significativos e importantes.
E você, o que acha desse novo padrão de token? Deixe seu comentário no final deste artigo, ou compartilhe o conteúdo nas redes sociais com a sua opinião. E, para não perder nada do que acontece no mundo cripto, continue acompanhando o blog da Bitso!