Retrospectiva cripto 2022: o que aconteceu de mais importante?

retrospectiva cripto 2022

“Mais um ano vai, outro ano vem…” E isso nos leva a falar sobre o que? Retrospectiva cripto 2022!

Exatamente! Chegou a hora de listarmos o que de mais importante aconteceu no mundo das criptomoedas neste último ano, e também arriscarmos algumas “previsões” sobre o que este universo está guardando para seus entusiastas viverem, e usufruírem, em 2023.

Um ponto que podemos adiantar é que, apesar dos altos e baixos, 2022 foi um ano bom para o mercado cripto brasileiro. 

Para você ter uma ideia, nosso país entrou no TOP 10 dos que mais utilizam moedas digitais. Fundos de investimento, startups de criptoativos e a maior aceitação das criptos como meio de pagamento no varejo têm grande peso nisso.

Segundo o relatório anual “Geography of Cryptocurrency”, da Chainalysis, empresa americana de análise de blockchain, divulgado em matéria do site Future of Money — Exame, os brasileiros movimentaram cerca de US$ 140 bilhões, algo em torno de R$ 731 bilhões, em criptoativos entre os meses de julho de 2021 e junho de 2022.

Aqui, vale destacar que esses números nos colocam à frente da Argentina, da Colômbia e do México!

Mas é certo que a retrospectiva cripto 2022 não se resume a apenas esse fato. Várias outras situações tão importantes quanto aconteceram nos últimos 12 meses, e vale muito a pena relembrarmos com você.

Por isso, siga a leitura deste artigo, confira o que aconteceu em 2022 no mundo cripto e prepare-se para entrar com o pé direito nesse universo em 2023!

Retrospectiva cripto 2022: os 7 principais acontecimentos

Mais um ano que passou muito rápido, concorda? Então, nada de perder mais tempo. Por isso, vamos direto ao assunto!

Os sete principais acontecimentos que compõem a nossa retrospectiva cripto 2022 são:

  • The Merge, da Ethereum;
  • crescimento do mercado de criptos no Brasil;
  • colapso da Terra e de sua cripto LUNA;
  • conflito Rússia-Ucrânia;
  • inverno cripto;
  • quebra da FTX;
  • regulamentação das criptomoedas no Brasil. 

The Merge, da Ethereum

The Merge foi a fusão que aconteceu na rede Ethereum em setembro de 2022. Unindo a própria rede à rede Beacon Chain, o principal objetivo foi mudar a forma de mineração da Ether, moeda digital nativa de Ethereum. 

Passando do Proof-of-Work (PoW) para o Proof-of-Stake (PoS), o The Merge resultou em uma redução de uso de energia elétrica de 99,95% para a realização desse processo.

Sobre isso, é fundamental destacarmos que o consumo energético para minerar criptomoedas sempre foi um ponto de grande debate nesse mercado. 

Inclusive, pelo impacto que causa na natureza, muitas pessoas que entendem a relevância das criptos deixam de obtê-las como forma de protestar contra esse método de mineração e de proteger o meio ambiente.

Por conta disso, uma das respostas positivas esperadas com a realização do The Merge era aumentar o nível de interesse das pessoas pela Ether. Com isso, a moeda digital se torna mais procurada e, consequentemente, mais valorizada.

O que mais muda com a chegada do The Merge?

Somado a isso, essa fusão da rede Ethereum elevou, consideravelmente, o número de transações que podem ser realizadas por segundo, passando de 20 para 1.000 a 1.500.

Dependendo do resultado de outras atualizações que serão feitas, a expectativa é que seja possível realizar 100 mil operações por segundo nessa rede! Incrível, não?

Confira no artigo “The Merge do Ethereum” o posicionamento oficial da Bitso sobre essa importante fusão que movimentou o universo das criptomoedas em 2022, e aproveite para também assistir a este vídeo:

Crescimento do mercado de criptos no Brasil

Como dissemos brevemente no início deste artigo, houve um importante crescimento do mercado de moedas digitais no Brasil nos últimos meses. E é claro que esse acontecimento não poderia faltar na nossa retrospectiva cripto 2022, não é mesmo?

Ainda de acordo com o estudo feito pela Chainalysis que já citamos aqui, nosso país está na 5° posição no ranking dos países com maior movimentação de recursos envolvendo criptoativos

Considerando apenas esse critério, o Brasil está atrás apenas da China (1° lugar); Índia (2° lugar); EUA (3° lugar) e Vietnã (4° lugar).

Esse posicionamento leva a entender que os brasileiros enxergam as moedas digitais como um tipo de investimento, ao contrário do que acontece em outras nações, que usam esse recurso financeiro mais como meio de pagamentos, tanto em comércios quanto entre pessoas.

A maneira como as criptos são vistas e usadas no Brasil é tão diferente em comparação a outros países que estamos na posição número 113, de 154, quando o critério de avaliação é o volume de negociações P2P (peer to peer, ou entre pessoas) com criptomoedas.

Por outro lado, voltamos ao TOP 10, na sétima posição, na análise dos maiores mercados cripto do mundo!

Por que o uso das criptos está crescendo no Brasil?

Está se perguntando por que os brasileiros estão aderindo, cada dia mais, às criptomoedas? Existem alguns motivos para esse comportamento. Entre os mais relevantes são:

  • uso das moedas digitais para investimentos especulativos, armazenamento em fundos e/ou envio de remessas de valores internacionais;
  • engajamento em jogos em blockchain que usam criptos como recompensa;
  • crescimento das startups de criptoativos;
  • aplicações em finanças descentralizadas, DeFi, a exemplo de empréstimos baseados em criptoativos;
  • número crescente de empresas que passaram a aceitar as moedas digitais como meio de pagamento.

Colapso da Terra e de sua cripto LUNA 

Mais um acontecimento que não poderia faltar na nossa retrospectiva cripto 2022 foi o colapso da Terra e da sua stablecoin LUNA.

Ocorrido no início de maio, esse evento apagou o equivalente a US$ 60 bilhões em um único dia, gerando um forte e considerável impacto no mercado de ativos digitais.

Mas por quais motivos isso aconteceu? A blockchain Terra era a responsável pela UST LUNA e por seu rastro, a qual mantinha paridade com o dólar americano.

Em 7 de maio, a rede retirou 150 milhões de UST de um dos pools de liquidez (3pool) para transferir para outro. Por conta disso, o pool do qual foram retiradas as unidades dessa stablecoin ficou mais suscetível à volatilidade do seu preço. Isso fez com que dois grandes investidores trocassem mais de 185 milhões de LUNA/USD. 

A fim de tentar manter um equilíbrio entre o valor da LUNA e outras moedas digitais, a blockchain Terra retirou mais 100 milhões de unidades do mesmo pool. Mas o “tiro saiu pela culatra”.

O que tudo isso causou?

Com receio de perder “dinheiro”, os detentores da LUNA começaram a queimar seus fundos, o que gerou a hiperinflação e a desvalorização dessa stablecoin — em apenas sete dias a UST despencou mais de 99%, indo de US$ 116 para apenas US$ 0,01.

Todo esse movimento resultou no chamado Bear Market, que pode ser definido como o momento em que os investidores repensam suas estratégias, visto que o mercado e seu futuro estão bastante incertos. 

Conflito Rússia-Ucrânia

Fechando a nossa lista de acontecimentos que compõem a retrospectiva cripto 2022, infelizmente, precisamos citar o triste conflito entre Rússia e Ucrânia.

Iniciado em fevereiro deste ano, desde então essa guerra tem gerado forte impacto negativo na vida de milhares de pessoas, tanto direta quanto indiretamente.

No que se refere ao mercado financeiro, as bolsas globais também responderam negativamente a essa guerra. 

Especificamente sobre as criptomoedas, ainda que esse comportamento tenha levado a várias oscilações de preços, as moedas digitais têm se mostrado uma boa opção para proteger o patrimônio das pessoas durante esse período.

De que forma as criptos podem ser usadas na guerra?

De acordo com uma reportagem da CNN Brasil, os ativos digitais estão sendo vistos por cidadãos e governos como uma boa opção de investimento e de transação de valores durante esse período de confronto.

Por operarem fora do domínio de qualquer país, as criptos não podem ser consideradas caso as economias dos povos sejam confiscadas por causa da guerra, como há o risco de acontecer no conflito entre Rússia e Ucrânia.

Por conta disso, as criptomoedas podem ser usadas como uma maneira de proteger os patrimônios de pessoas que estão conseguindo sair desses países.

A matéria da CNN Brasil também cita que os ativos digitais ajudam a proteger o dinheiro dos cidadãos da inflação e da desvalorização de suas moedas fiduciárias, pontos que são consideravelmente afetados em períodos de guerra.

Do lado da Ucrânia, mais de US$ 54,7 milhões em criptomoedas já foram recebidos desde que o conflito começou, segundo dados da Elliptic, especialista em análise mundial de ativos digitais, citados na reportagem. 

Já na Rússia, elas estão sendo usadas para a realização de transações financeiras sem o reflexo das sanções econômicas impostas pelos países ocidentais.

Inverno cripto

O inverno cripto é o nome dado a longos períodos no qual o preço das criptomoedas caem vertiginosamente. No ano de 2022, isso aconteceu entre os meses de abril e junho. 

Essa época, também chamada de bear market, geralmente acontece decorrente das consequências de um cenário macroeconômico negativo. 

Pelo fato de as criptomoedas serem um tipo de investimento de renda variável, essa “mudança de estação”, digamos assim, gera ansiedade e receio nos investidores. 

Isso acontece porque é um período em que pode haver significativas perdas financeiras. Por conta disso, repensar estratégias de compra ou venda é fundamental.

Qual foi o impacto do inverno cripto?

Para ilustrarmos melhor o impacto do inverno cripto, veja os criptoativos que tiveram pior desempenho entre 1° e 11 de maio de 2022, segundo dados da gestora de recursos QR Asset Management, a pedido do CNN Brasil Business:

  • Terra (LUNA):
    • preço inicial: R$ 407,91
    • preço final: R$ 6,3
    • variação: -98,51
  • Avalanche (AVAX):
    • preço inicial: R$ 286,46
    • preço final: R$ 165,54
    • variação: -42,21
  • Decentraland (MANA):
    • preço inicial: R$ 7,48
    • preço final: R$ 4,38
    • variação: -41,42
  • Solana (SOL):
    • preço inicial: R$ 442,66
    • preço final: R$ 266,97
    • variação: -39,69
  • Polkadot (DOT):
    • preço inicial: R$ 75,68
    • preço final: R$ 46,79
    • variação: -38,18

No que se refere ao Bitcoin, uma reportagem do site Future of Money Exame, destacou que, por conta do inverno cripto, o número de milionários de BTC caiu 80%.

Essas oscilações fazem parte desse mercado, mas, como você pôde ver, ainda assim, causam um efeito bastante significativo aos detentores de moedas digitais e a esse mercado de maneira geral.

Quebra da FTX

A quebra da FTX, corretora de criptomoedas, aconteceu em 11 de novembro de 2022, quando o CEO e fundador Sam Bankman-Fried entrou com um pedido de falência nos Estados Unidos e renunciou ao cargo.

Essa situação causou uma grande crise em todo o mercado cripto, inclusive abalando a confiança de milhares de investidores quanto à segurança das exchanges e o futuro das negociações com criptomoedas.

Ainda assim, é possível tirar alguns ensinamentos positivos desse cenário. Os dois principais são:

  • a necessidade de uma regulação específica para esse setor — aqui, é importante destacarmos que, no caso do Brasil, isso já está bastante avançado. Inclusive, falaremos sobre isso, com mais detalhes, no tópico abaixo;
  • a saída de empresas com um histórico de práticas nocivas e ruins para o mercado dos criptoativos. 

É claro que o setor sentiu um enorme e inesquecível impacto. Entretanto, é possível dizer que as corretoras e investidores que ficaram, saíram muito mais fortalecidos dessa história.

Regulamentação das criptomoedas no Brasil

O Projeto de Lei 4401/21 (antigo PL 2303/15), que prevê a regulamentação das criptomoedas no Brasil, foi aprovado no dia 29 de novembro de 2022 pela Câmara dos Deputados, após ter o texto alterado e verificado pelo Senado.

Agora, o passo seguinte é o PL passar pela sanção presidencial, para entrar em vigor 180 dias após a publicação.

O projeto em questão contempla que as operações realizadas no mercado de criptos sejam fiscalizadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e disciplinadas pelo Banco Central, bem como passíveis das regras do Código de Defesa do Consumidor.

Um dos principais objetivos é combater práticas financeiras ilegais que contemplem as criptomoedas — a exemplo da lavagem de dinheiro —, por meio da criação de mecanismos adequados de proteção para os detentores desses ativos digitais. 

A expectativa é que o PL 4401/21 mude positivamente o cenário das moedas digitais no nosso país, especialmente no que se refere ao aumento da sensação de segurança por parte dos investidores, condição que também ajudará a atrair mais interessados, elevando o poder de atuação desse mercado.

O que esperar do mercado cripto 2023?

Gostou desta retrospectiva cripto 2022? Incrível, não é mesmo? Mas já pensando no ano novinho que está chegando, o que será que você pode esperar do mercado cripto 2023?

Certamente, há mais um ponto que merece muito a sua atenção, que é a consolidação das criptomoedas no setor financeiro.

Consolidação das criptomoedas no setor financeiro

Estima-se que 2023 será o ano de consolidação do setor de moedas digitais no Brasil. 

Um dos principais motivos é que os criptoativos estão se tornando mainstream nas transações financeiras, especialmente por estarem cada vez mais inseridos nos serviços e produtos oferecidos pelos bancos digitais.

Uma prova disso é que, para 2022, a solução “crypto as a service” foi considerada uma forte tendência do mercado financeiro, conforme citado por Bruno Diniz, especialista nesse segmento, em uma de suas matérias para o site Exame.

Considerando que algumas novidades demoram um tempo para se consolidarem, tudo indica que 2023 pode ser, sim, o ano das criptomoedas no setor financeiro nacional. Por exemplo, potencializando seu uso como meio de pagamento.

As 7 criptomoedas promissoras em 2023!

E já que estamos falando sobre o futuro, por que não fazermos uma espécie de “previsão” e citarmos as criptomoedas promissoras em 2023?

As mais cotadas para se destacar no próximo ano são:

  • Bitcoin (BTC): devido a expectativa de valorização no próximo ano;
  • Ether (ETH): especialmente por conta do The Merge;
  • Tether (USDT): por estar se posicionando como uma ótima alternativa para proteger da inflação e ser usada em transferência entre sistemas;
  • Avalanche (AVAX): visto oferecer as mesmas funcionalidades da Ether, mas com taxas menores e transações mais rápidas;
  • Ripple (XRP): devido ao fato de ser uma facilitadora de transações, aceitando outros ativos para executar suas operações;
  • Cardano (ADA): por ter como objetivo se tornar uma alternativa de pagamento em países com difícil acesso bancário.
  • Solana (SOL): principalmente por oferecer diferentes formas de retorno para seus investidores em finanças descentralizadas, aplicativos descentralizados (DApps) e contratos inteligentes

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