O universo das criptomoedas é vasto e cheio de possibilidades. Contendo literalmente milhares de opções, é importante que você fique por dentro do que alguns projetos delas querem dizer e quais riscos você tem na hora da compra e venda.
Neste artigo, vamos falar sobre o que é Ripple e todo o seu entorno: a moeda digital, a rede, para que serve, qual sua intenção e o que você temde vantajoso com seu uso.
Nunca é demais lembrar que entender o projeto de uma criptomoeda (ou mesmo da rede que a envolve) serve para que, neste amplo mar de caminhos, você possa escolher com maior segurança por onde velejar.
Quer comprar uma criptomoeda para ter consigo um meio de transação? Ou seu objetivo é o de autenticar transações dentro de uma rede? Seria o seu foco mandar recursos (ou outros itens eletrônicos) de uma ponta a outra? Para saber direito o que fazer antes de comprar e vender algo vale ficar por dentro de quais são os objetivos daquilo tudo.
O objetivo da criação dessa rede que veremos aqui, em um código aberto, foi o de facilitar transações eletrônicas entre duas partes (o que é possível encontrar por aí também como p2p, peer-to-peer). Você pode trocar de tudo lá dentro, desde moedas fiduciárias (aquelas emitidas por bancos centrais, como dólar, euro, libra, real), passando por criptomoedas e até mesmo passagens aéreas, tudo isso com um custo baixo e considerável rapidez. Vem com a gente aprender sobre tudo isso!
Primeiramente, o que é Ripple?
Como já vimos anteriormente no artigo sobre a rede Ethereum, para além das criptomoedas em si, temos “redes” específicas em que determinados processos acontecem, com objetivos esperados. Neste caso aqui, Ripple (ou RippleNet) é uma rede na qual temos a criptomoeda XRP, sendo o meio de transação dentro dela e temos também a conexão com várias moedas fiduciárias (real, dólar, euro, aquelas que você já conhece, emitidas por bancos centrais).
Originalmente tivemos a criação da empresa RipplePay, por Ryan Fugger, em 2004, que servia para viabilizar pagamentos entre duas partes (o P2P ou peer-to-peer que já comentamos).
Já em 2012, derivado dessa nave mãe, veio a Ripple Labs (que antes se chamava Opencoin), uma derivação daquele projeto original que tinha na equipe nomes como Chris Larsen, David Schwartz e Arthur Birtto.
Dessa iniciativa, veio a criação da rede em 2012 e, no ano seguinte, a da criptomoeda XRP. Cabe apontar que foi graças a tecnologia de consenso distribuído, criada por Jed McCaleb em 2011, que tivemos a possibilidade de ver a XRP sair de uma ideia para virar uma realidade.
Então, afinal, o que é XRP?
Até agora, você ficou por dentro do que é Ripple (a empresa originária) e RippleNet (a rede de transações). Agora é hora de falarmos um pouco mais sobre a criptomoeda XRP. Essa é a moeda digital nativa desta rede, aquela na qual você poderá efetuar o maior conjunto de possibilidades de transações.
Um ponto diferente que temos neste caso é o fato de que, aqui, mais importante do que a própria moeda digital é a rede de compensações na qual ela se coloca disponível. É possível transacionar com XRP? Sim, mas a ideia maior aqui – e que atrai grandes empresas para seu uso – é de ser uma grande rede de compensação ao redor do mundo.
Por rede de compensação, entenda o seguinte: quando a gente fala das moedas emitidas pelos bancos centrais, qualquer transação entre um país e outro envolve a troca de moedas e, seja por custo ou por demora, isso complica a transação.
Quando você vai comprar algo em dólar, por exemplo, manda reais para o banco central, que vai ao mercado buscar dólares onde estiverem disponíveis para fechar a transação, que é finalizada quando a outra parte recebe aqueles dólares.
Se for comprar algo do Reino Unido, a mesma situação acontece, mas com o banco central procurando libras – também na União Europeia com o euro, e assim por diante com todas as moedas.
O grande diferencial de ter uma rede para isso é que, na prática, fazendo a transação dentro dela, há a diminuição de uma etapa adicional de buscar uma autoridade monetária daquela outra moeda. Assim sendo, por exemplo, você manda dinheiro do Brasil para a Espanha sem precisar trocar reais por euros, mas apenas enviando diretamente por essa rede.
E fica ainda melhor a situação quando você pensar na rapidez: em poucos segundos você pode concluir uma transação que, sem brincadeira, pode levar dias (ou até mesmo semanas) para fazer pelo meio comum de moedas fiduciárias. De novo, só pra você não esquecer: esse envio de uma ponta a outra pode ser por meio do que é XRP ou do que for possível efetuar eletronicamente pela RippleNet.
Com uma emissão razoavelmente centralizada (quem controla isso é a empresa Ripple), o que se sabe é que a quantidade de moedas digitais existentes é de 100 bilhões de unidades e, diferentemente de outras criptomoedas, não há como minerar, justamente porque quem controla a oferta existente é a empresa.
Temos até então praticamente a metade dessas unidades já disponíveis e circulando, sendo a oferta de novos tokens anunciada pela Ripple de tempos em tempos.
Como funciona o Ripple (XRP)?
Tudo bem, você já entendeu que RippleNet é a rede criada pela empresa Ripple e por onde circulam as moedas digitais XRP. Mas como isso funciona na prática e, afinal, o que é a moeda Ripple?
O funcionamento do XRP se dá como uma moeda ponte entre uma parte da transação e outra. Lembra que falamos sobre o que acontece quando você compra algo em dólar? Então: a diferença aqui é que, de maneira mais rápida e direta, nesse caso há a conversão do real em XRP e, em seguida, a conversão do XRP em dólar.
Nesse meio do caminho, não há interação com os bancos centrais (apenas a RippleNet é utilizada), e tudo acontece de maneira ainda mais direta. Para se ter uma ideia, por essa rede a capacidade é de serem executadas 1500 transações por segundo.
A validação dessas transações ocorre por meio de votações: diferentemente da utilização de uma blockchain (em que a autenticação se dá por blocos), aqui cada transação é verificada pelos participantes da rede (novamente lembramos que estão todos na estrutura da própria Ripple) de maneira independente, e, se 80% dos nós ali presentes que visualizaram a transação confirmarem a validade, ela seguirá adiante.
A descentralização desta etapa é o que permite que mais transações sejam realizadas em um mesmo espaço de tempo.
Bitcoin e Ripple: quais as diferenças?
Levando em conta que temos no Bitcoin a pioneira criptomoeda, não será difícil encontrar a pergunta “e quais são as diferenças dessa criptomoeda e aquela que abriu esse verdadeiro portal digital?”. Reforçamos aqui que cabe ficar de olho justamente nesse ponto para entender, entre as duas, qual terá uso mais adequado para você. Vamos então a essas diferenças!
Quando o assunto é a validação das transações, o Bitcoin faz isso em blocos (a famigerada blockchain), que necessita da atividade de membros da rede distribuída de maneira descentralizada para acontecer e uma capacidade computacional espalhada.
Quando falamos do que é Ripple/XRP, essa confirmação se dá por meio de verificações feitas com votações que levam em conta aquela transação em si e não um conjunto delas, o que demanda menor tempo e capacidade de análise – e permite que tudo ocorra mais rapidamente.
Por falar em rapidez das transações, a diferença entre os dois casos é impressionante: no Bitcoin, uma transação é confirmada em cerca de dez minutos (com uma capacidade dentro da rede de sete validações por segundo), enquanto quando o assunto é o que é o XRP, em apenas cinco segundos a mesma confirmação pode ocorrer (levando em consideração que, na Ripple, 1500 transações podem ser validadas por segundo).
A oferta de moedas é sensivelmente diferente: no caso do Bitcoin são 21 milhões de unidades disponíveis e temos 100 bilhões de unidades de XRP.
O meio para criar as moedas digitais também muda: as de Bitcoin são mineradas pela rede (devem ser “encontradas” por computadores que atuam matematicamente e há remuneração a quem participa dessa missão), enquanto as XRP são colocadas em disposição pela própria Ripple em um ritmo definido pela empresa e não pela vontade ou ação dos usuários da rede.
Quando falamos da cotação das duas, outra diferença impressionante: Bitcoin chegou a quase US$70 mil de máxima até 2021 e, mesmo diante de uma voraz volatilidade, vemos há um tempo razoável sua cotação na cada das dezenas de milhares de dólares.
Já quando falamos do que é a moeda Ripple (XRP), a maior cotação já atingida foi de cerca de US$2, em dezembro de 2017, estando hoje nas proximidades de US$1 – tendo também passado por momentos de forte volatilidade, mas ficando em uma faixa de valor muito mais reduzida que o Bitcoin.
A grande “aparição” do que é Ripple nesse cenário foi quando, de uma cotação inferior a US$0,01 em janeiro de 2016, viu sua cotação aumentar mais de 32.000% e se aproximar de US$1,97 em 2017, o que chamou muita atenção de quem acompanhava o setor naquela época.
Tendo retornado para a faixa de US$0,20~0,25 após isso, XRP tornou a ter enorme valorização em 2021, quando chegou a aproximadamente US$1,50.
Isso nos leva a uma diferença final importante entre as duas: a utilização. Enquanto o Bitcoin tem o objetivo final de ser como uma moeda, um meio direto de adquirir bens e serviços em troca de suas unidades ou frações, o projeto Ripple leva em consideração apenas ser uma rede de compensações (como já mencionado anteriormente).
Então, se por um lado o Bitcoin apresenta cotação muito mais elevada, por outro temos que o objetivo do XRP é servir como meio de transação dentro da rede e não como utilização de moeda digital – embora, reforçamos, isso também pode acontecer, pois existem locais que aceitam a criptomoeda nos pagamentos realizados.
Quais as vantagens e desvantagens da rede Ripple?
Pelo lado das vantagens, podemos apresentar:
– Permite transações instantâneas (que ocorrem em cerca de cinco segundos);
– A não necessidade de usar capacidade computacional para encontrar as moedas virtuais (já que não é preciso fazer mineração delas, pois a empresa as disponibiliza diretamente);
– Baixa taxa de transação (lembrando que o objetivo é justamente fazer essas transações acontecerem);
– Possibilidade de substituir outros meios de pagamento (sobretudo em nível internacional);
– E a facilidade de encontrar e comprar essas moedas digitais para utilizar nessas transações (uma vez que a cotação é muito mais baixa e a quantidade disponível de unidades é consideravelmente superior).
Já quando olhamos as desvantagens, temos:
– O fato de que há uma centralização grande que gera um risco a quem participa da rede (a empresa decide quantas serão colocadas em disponibilidade e a que ritmo);
– A impossibilidade de minerar (o que pode servir de desincentivo a participar da rede, porque quando há mineração existe juntamente uma recompensa aos participantes);
– Problemas que envolvem disputas judiciais entre quem participou do ICO anteriormente e se sentiu lesado (o que contribui até hoje para que a cotação fique em patamar mais baixo, pela desconfiança gerada);
– Já houve ação da SEC (a CVM dos Estados Unidos) em relação à moeda digital, por ser utilizada como meio de pagamento, e isso a tornar, na verdade, um título e não uma criptomoeda de fato (o que fez com que ela deixasse de ser disponibilizada em diversas exchanges);
– E também a existência de concorrentes que, como ela, com taxas baixas e relativa rapidez conseguem fazer a mesma coisa.
O que esperar da criptomoeda XRP?
Quando paramos para pensar na velocidade em que tudo que envolve as criptomoedas é alterado e a quantidade de projetos novos que chegam para o mercado é também elevada, podemos pontuar que, se por um lado a rapidez nas transações e o custo baixo fazem com que ela seja inclusive utilizada por grandes empresas hoje em dia, por outro temos já hoje casos como a criptomoeda Stellar, que tem capacidade parecida de entregar os mesmos resultados desejados.
Porém, cabe apontar que, em um mundo em que existem tantas e tão rápidas mudanças, os projetos que de alguma forma se colocam como mais longevos, resistentes e bem estabelecidos, tendem a não só atrair mais atenção (e pessoas para utilizarem) como também se tornarem referência naquela missão que se propõem a cumprir.
Assim sendo, imaginando um cenário em que os problemas legais sejam devidamente resolvidos e a desconfiança seja colocada de lado, há uma possibilidade de que a Ripple siga adiante por um tempo considerável, pelo menos até que alguma outra tecnologia consiga ser ainda mais eficiente e comprovadamente segura que ela nas mesmas funcionalidades.
Onde e como comprar XRP?
Primeiramente, você deve ter uma conta em uma corretora de cripto, que é o passo inicial para entrar nesse universo. Levando em conta que você já tem – e torcemos para ser a Bitso -, passam a ser então três simples passos:.
- Faça um depósito na sua conta Bitso;
- Escolha o valor que quer comprar em XRP;
- Clique em continuar, e você verá a quantidade a ser recebida na nova moeda;
- Estando tudo de acordo, confirme a transação!
Aqui no blog da Bitso, vamos discutir diversas criptomoedas, como funcionam e quais seriam as reais utilidades. Não deixe de acompanhar para ficar ligado nesse mundo que, se por um lado é complexo e novo, fica muito mais seguro quando você acompanha com quem sabe navegar!