Já reparou que o tamanho do blockchain do Bitcoin é um assunto que está sempre em pauta? Quanto maior o número de interessados e detentores dessa criptomoeda, maior é a polêmica em torno do tamanho e da capacidade do bloco da rede do bitcoin em processar as transações.
Mas você sabe por que o tamanho de cada bloco individual do blockchain do bitcoin é tão importante? Por que ele limita o número de transações que podem ser verificadas em cada um deles. Com uma limitação desse tipo, a tendência é a rede ficar saturada, visto que o número de transações pendentes aumenta.
Consequentemente, uma fila de espera maior eleva os custos da mineração, o que pode deixar as operações com a criptomoeda criada por Satoshi Nakamoto desinteressantes para algumas pessoas.
Neste momento você deve estar pensando: “Ah, fácil resolver esse problema. É só aumentar o tamanho do blockchain do Bitcoin que está tudo certo!“. Bem, na prática, não é bem assim.
O motivo é que blocos maiores requerem poder computacional também maior, além de levarem mais tempo para que novas unidades de bitcoin possam serminerados. Um dos resultados disso pode ser a rejeição das transações, por parte da rede, dos blocos que excederem o limite de tempo de mineração.
E o que foi, ou está sendo feito, para resolver todas essas questões? Isso você descobrirá neste artigo!
Qual o tamanho do blockchain do Bitcoin?
Desde julho de 2010, o tamanho do bloco do Bitcoin é de 1MB. Na verdade, esse espaço, digamos assim, foi reduzido. Lá nos primórdios da rede, cada um dos seus blocos tinha o limite de 36MB de informações.
No entanto, foi preciso fazer essa redução, um tanto que drástica, com o objetivo de diminuir uma potencial ameaça de spam transacional, situação que poderia obstruir a rede.
A questão é que, ainda que houvesse um motivo concreto para reduzir o tamanho do blockchain do Bitcoin, até hoje sua comunidade não chegou a um consenso sobre qual seria o limite ideal de informações que podem ser armazenadas em cada bloco da rede.
Alguns desenvolvedores defenderam, logo após o estabelecimento do limite de 1MB, que essa capacidade não seria suficiente, levando as informações inseridas a extrapolarem essa limitação devido ao aumento do número de transações que estão sendo realizadas na rede.
Quais problemas o tamanho do blockchain do Bitcoin gera?
Como dissemos logo no início deste artigo, o tamanho do blockchain do Bitcoin afeta a capacidade operacional dessa rede.
Isso acontece porque o tamanho do bloco está diretamente relacionado ao número de transações que a rede é capaz de processar por segundo. Na prática, quer dizer que tão logo os blocos são preenchidos, há uma diminuição do potencial da rede, deixando-a congestionada e, consequentemente, com taxas de transação mais elevadas.
Somado a isso, o tamanho do bloco afeta o mercado de Bitcoin porque dificulta a expansão dessa rede blockchain. A saturação da rede pode causar uma série de problemas de operacionalidade da rede, o que torna as transações mais lentas e mais caras. Além de aumentar a possibilidade de slippages (diferença entre o valor do preço no momento do início da compra e aquele efetivamente pago).
O que foi pensado para resolver esse problema?
Nesse longo trajeto para tentar resolver o tamanho do bloco do Bitcoin, algumas ideias surgiram, entre elas:
- BIP 101;
- SegWit;
- Bitcoin Cash.
BIP 101
Uma das tentativas de resolver esse problema foi o BIP 101, sigla para Bitcoin Improvement Proposal, em português, Proposta de Melhoria do Bitcoin.
Essa alternativa propôs aumentar o tamanho do bloco do Bitcoin de 1MB para 8MB em 11 de janeiro de 2016, antecedendo um aumento linear para o dobro a cada 730 dias, finalizando todo o processo de expansão da capacidade até janeiro de 2036.
Com essa alteração, a ideia é que fossem realizadas 24 transações por segundo, em cada bloco.
Acontece que a comunidade não entrou em consenso, ainda que a proposta de melhoria tenha sido bem recebida por muitos. Por conta disso, ela foi incorporada ao código do Bitcoin XT. Entretanto, essa integração resultou na queixa de ataques coordenados à rede por diversos usuários, levando à sua remoção em janeiro de 2016.
SegWit
SegWit, sigla para Segregated Witness, consiste em um processo que aumenta a capacidade de armazenamento dos blocos por meio da separação das assinaturas digitais, chamadas de dados de testemunho.
Com essas partes retiradas, há uma boa liberação de espaço nos blocos, contribuindo para melhorar a escalabilidade da rede.
Além disso, adotar a SegWit no código base do Bitcoin também contribui para tornar as transações na rede mais baratas, visto que não há a necessidade de processar essas informações.
Com isso, os mineradores têm a chance de atender mais demandas, aumentando a eficiência das validações.
Bitcoin Cash
O Bitcoin Cash (BCH) é resultado de um processo chamado hard fork pelo qual o Bitcoin (BTC) passou, o qual, resumidamente, consiste em uma atualização da criptomoeda original.
Inicialmente, a ideia era resolver o problema do número de transações realizadas na rede blockchain do Bitcoin, aumentando-o por meio da expansão da capacidade dos blocos.
Como a comunidade não chegou a um acordo, mas a proposta era bastante válida e interessante, originou-se uma nova cripto. Assim, o BCH foi criado em 2017.
Apesar de seguir o mesmo protocolo, o BCH é independente do BTC e tem características próprias. Inclusive, uma das maiores diferenças entre o Bitcoin e o Bitcoin Cash é o tamanho do bloco.
Enquanto o Bitcoin segue com 1MB de capacidade, o Bitcoin Cash foi criado com 8MB, mas, após uma atualização em 2018, chegou a 32MB.
Quanto tudo isso afeta na compra e venda de criptomoedas?
Como dissemos, o problema do tamanho dos blocos do Bitcoin tende a tornar a rede mais lenta, afetando sua capacidade operacional. Com isso, o tempo de validação aumenta, bem como os valores das transações.
No entanto, isso não quer dizer que o Bitcoin deixou de ser interessante. Um dos motivos é que, certamente, a comunidade segue pensando em um meio de resolver essa questão e de deixar a blockchain mais escalável.
Até que isso seja sanado, você pode tanto adquirir frações de BTC para ter na sua carteira quanto de outras criptomoedas, como o Bitcoin Cash.
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