A Suécia foi o primeiro país a lançar o seu próprio dinheiro digital. China, Estados Unidos e o Brasil são exemplos de outros que estão trilhando esse mesmo caminho. Mas, na prática, o que isso significa e quanto pode afetar o seu dia a dia e, indo mais além, a economia de maneira geral?
Para explicarmos essas questões precisamos, primeiro, definir o que é dinheiro digital, concorda? Então, vamos lá!
Resumidamente, consiste na digitalização da moeda fiduciária de um país. Ou seja, ao invés de usar notas impressas, as pessoas passam a utilizar uma versão on-line para pagar as suas compras, fazer pagamentos variados, entre outras aplicações.
“Mas não é a mesma coisa que fazer um Pix, por exemplo?” Não necessariamente. Ainda que soluções como o sistema de pagamentos instantâneo dispensem o uso de dinheiro impresso, a moeda física do país continua existindo.
Já no caso do dinheiro digital, o objetivo é substituir o papel-moeda e tirá-lo de circulação. Isso é possível por meio da digitalização da base monetária do país, com a criação de um token que tem o mesmo valor, função e utilização que a moeda impressa. Consegue entender a diferença?
Você deve estar se questionando agora: “E por quais razões tantos países estão visando essa mudança das moedas físicas para as virtuais?”
As duas principais são que a versão digital elimina os custos com impressão de dinheiro e contribui para o rastreamento de transações financeiras, se necessário — com moedas físicas isso é praticamente impossível de ser feito, o que pode colaborar com crimes de lavagem de dinheiro, por exemplo.
Mas se o dinheiro que conhecemos há tanto tempo migrará para o mundo digital, isso significa que eles entram no mesmo patamar das criptomoedas? Esses dois recursos poderão ser usados da mesma forma?
Essas e muitas outras respostas sobre o assunto você confere agora, neste artigo! Por isso, continue a leitura!
O que é dinheiro digital e como esse recurso funciona?
Dinheiro digital é uma versão digitalizada da moeda fiduciária de um país. Em outras palavras, o modelo monetário impresso (físico) deixa de existir, dando espaço para um totalmente virtual.
Nessa mudança de ambiente off-line para on-line, o valor do dinheiro não muda, apenas a sua forma de apresentação. Ou seja, uma nota de R$ 100 tem o mesmo peso que um token de R$ 100.
Sua utilização também segue sem alterações, o que significa que tudo o que é feito com dinheiro impresso pode ser feito também com o digital, sem perda da sua valorização.
Para criar uma moeda digital é preciso “transformar” a versão impressa em um token, que é uma representação virtual de algo físico. Comumente, esse processo tem como base a tecnologia blockchain, a mesma utilizada para a criação e movimentação das criptomoedas — mas elas não são iguais. Explicaremos isso um pouco mais adiante.
Enquanto isso, confira, em detalhes, o que é blockchain e como essa rede funciona:
O que é o Real Digital?
Uma boa maneira de tornar esse entendimento mais fácil é falarmos sobre o Real Digital — lembra que logo no início deste artigo dissemos que o Brasil também está trabalhando para digitalizar sua moeda local? Pois bem, é sobre isso!
O Real Digital é uma CBDC, Central Bank Digital Currency, moeda brasileira alternativa ao formato físico utilizado até então no nosso país. Mantendo o mesmo valor e forma de uso, ele é emitido e distribuído pelo Banco Central do Brasil às instituições financeiras e bancos, até chegar à população.
Entre as vantagens dessa moeda digital estão a redução da necessidade de emitir papel-moeda, o que, por sua vez, diminui gastos operacionais e de segurança para o país. Além disso, brasileiros que estão em outras partes do mundo podem usar o Real Digital para transações financeiras com essa moeda fiduciária, tudo on-line e sem precisar realizar conversões.
O crime de lavagem de dinheiro também tende a ser inibido, visto que a versão digital do real contribuiu para o rastreamento das operações.
De acordo com uma matéria do portal Cointelegraph, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou que o Real Digital terá um lançamento piloto ainda em 2022, possivelmente no segundo semestre deste ano, mas com suprimento fixo definido, a exemplo do que acontece com o Bitcoin.
Quais as diferenças entre criptomoedas e dinheiro digital?
E chegou a hora de respondermos a pergunta que não quer calar: dinheiro digital e criptomoedas são a mesma coisa? E a resposta é: não, não são a mesma coisa!
A principal diferença é que as criptos são descentralizadas, enquanto as moedas digitais de um país em especial não são.
O Real Digital, por exemplo, é distribuído e regulamentado pelo Banco Central. Por outro lado, Bitcoin, Ether e todas as outras altcoins não pertencem a um país, banco, governo, entidade ou órgão fiscalizador específico.
Também por essa razão é importante você entender que toda cripto é uma moeda digital, mas nem toda moeda digital é uma cripto.
Essa informação gerou confusão? Calma que a gente explica! Dentro do conceito de moedas digitais estão as criptomoedas e as moedas fiduciárias que foram digitalizadas. Essa definição é possível de ser dada visto que ambas são criadas e movimentadas em ambiente virtual.
Porém, uma moeda eletrônica, como também pode ser chamada, não é uma cripto, pois ela é centralizada, ou seja, pertencente a um banco central como acabamos de explicar. Ficou mais claro agora?
Qual o impacto do dinheiro digital na economia?
Tomando o Real Digital como exemplo para falarmos sobre o possível impacto dessa digitalização na economia, a ideia do Banco Central é facilitar as operações financeiras dos brasileiros e das empresas.
Assim, ao invés de utilizar cédulas, os pagamentos, compras, investimentos, e outras transações monetárias serão feitas on-line de maneira mais rápida, prática e segura.
Quanto ao potencial de compra do Real Digital, ele segue o mesmo da sua versão impressa, assim como mencionamos — no caso, sua valorização e desvalorização seriam afetadas por questões como a inflação.
E por mais que digitalizar uma moeda fiduciária seja vantajoso, é preciso considerar que alguns pontos bem importantes ainda precisam ser trabalhados, como o fato que nem todos os brasileiros têm acesso a uma boa internet e/ou a dispositivos necessários para essas operações, como os smartphones.
Ainda assim, não se pode fechar os olhos para essa nova realidade que, muito em breve, estará inserida na nossa rotina.
Quer ficar por dentro de tudo o que está por vir e que pode influenciar na maneira como você se relaciona com o seu dinheiro? Então confira agora mesmo os outros artigos do blog da Bitso!