Para tirar o melhor proveito do mercado de criptomoedas, é bem importante conhecer todos os termos, siglas e contextos que o envolve, concorda? Por isso, neste artigo falaremos sobre o que é IFRS — nunca havia visto essa abreviação? Então você está no lugar certo. Vem com a gente!
IFRS significa International Financial Reporting Standards, que em tradução livre para o português quer dizer Normas Internacionais de Relatório Financeiro.
Essa nomenclatura se refere ao conjunto de regras internacionais que têm por objetivo padronizar os procedimentos contábeis adotados pelas empresas.
Explicando de outra forma, é uma determinação que visa igualar a maneira como a contabilidade é feita em todo o mundo, independentemente do país de origem da companhia.
Pensando em negócios que atuam em diferentes países, como é o caso de várias exchanges, essa é uma prática bastante relevante que pode facilitar a rotina contábil. Assim, o mesmo princípio pode ser aplicado para os ativos internacionais, como é o caso das criptomoedas.
E falando pontualmente sobre as criptos, quanto essa forma de contabilização afeta o repasse contábil de informações relativas às movimentações realizadas?
Para chegar a essa resposta, antes é preciso entender mais a fundo o que é IFRS, quais são as regras, como funciona essa padronização aqui no Brasil, entre outros pontos relacionados ao tema.
Então siga a leitura deste artigo e confira tudo isso agora mesmo!
O que é IFRS? Quando surgiu?
Assim como dissemos na explicação inicial sobre o que é IFRS, consiste em um padrão de normas internacionais voltadas para a contabilidade.
A proposta do International Financial Reporting Standards é que os países adotassem essas diretrizes, a fim de que os documentos e relatórios contábeis gerados seguissem uma padronização, independentemente do país originário da empresa emissora.
A criação das Normas Internacionais de Relatório Financeiro passou por diversas fases, sendo a primeira em 1973, com a criação do International Accounting Standards Committee, IASC.
Essa entidade inicial reuniu profissionais contábeis de 10 países, sendo eles (por ordem alfabética):
- Alemanha;
- Austrália;
- Canadá;
- Estados Unidos;
- França;
- Irlanda;
- Japão;
- México;
- Países baixos;
- Reino Unido.
Com isso, as primeiras normas internacionais definidas por esse grupo receberam o nome de International Accounting Standard (IAS), ou Norma Internacional de Contabilidade, abrindo caminho para que outros países, além dos citados, também aderissem ao projeto.
Já em 2001, o IASC teve suas funções substituídas pelo IASB, International Accounting Standards Board, em português, Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade. Ativo até hoje, o IASB é o responsável pelo IFRS, cuja primeira normativa nesse formato foi publicada em 2004.
Apenas para o conceito sobre o que é IFRS ficar mais claro, tenha em mente que todas as diretrizes contábeis emitidas antes de 2004 recebem o nome de “Norma Internacional de Contabilidade”, ou simplesmente IAS.
Já as posteriores a essa data são chamadas de “Normas Internacionais de Relatório Financeiro”, cuja sigla é IFRS. Aqui, vale destacar que, aos poucos, as IAS estão sendo revisadas e substituídas definitivamente por IFRS.
Qual o objetivo do International Financial Reporting Standards?
Para saber de maneira realmente completa o que é IFRS, é preciso conhecer também seus objetivos, concorda?
Assim como explicamos, a proposta do IFRS é padronizar, de forma internacional, os procedimentos contábeis obrigatórios das empresas.
Quanto a isso, vale salientar que são as normas de contabilidade que definem quais critérios de análise serão utilizados para classificar os eventos econômicos e financeiros das companhias, bem como a forma de classificar e realizar esses registros.
Considerando isso, a padronização é uma maneira de facilitar a compreensão dessas ocorrências contábeis, especialmente as originárias de organizações que visam, ou já atuam, no mercado internacional.
Quais as vantagens das Normas Internacionais de Relatório Financeiro?
Essa explicação complementar sobre o que é IFRS nos remete às suas vantagens. Uma das maiores é que os países que adotam o International Financial Reporting Standards, a exemplo do Brasil, fomentam o interesse de investidores estrangeiros, o que pode contribuir bastante para que as empresas conquistem bons aportes.
Isso acontece porque quando os balanços financeiros que precisam ser apresentados aos potenciais investidores, bem como outros documentos contábeis, seguem padrões internacionais, a interpretação dos dados se torna mais simples.
Explicando a grosso modo, é como ter pessoas de várias nações diferentes reunidas, cada uma falando o seu próprio idioma, mas para se entenderem, todos optam por falar uma língua só, como o inglês, que é conhecido mundialmente.
Quais são as regras do IFRS?
Uma das principais regras do IFRS é a não obrigatoriedade de adesão. Isso significa que os países são livres para decidirem se aderem a essas normas ou não.
O Brasil, por exemplo, adotou as Normas Internacionais de Contabilidade. Com isso, os padrões de registros e apresentação de demonstrativos financeiros exigidos das empresas estabelecidas aqui seguem essas diretrizes.
Além disso, o IFRS é aprovado pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), entidade que recomenda que os pronunciamentos técnicos contábeis sejam endossados pelas outros órgãos reguladores nacionais, a exemplo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
Qual a relação entre IFRS e o mercado de criptos?
A esta altura do artigo você deve estar se perguntando: “Mas o que tudo isso tem a ver com o mercado de criptomoedas?”. A relação entre IFRS e as criptos surge no momento que essas moedas digitais precisam ser citadas em relatórios financeiros.
A questão, no entanto, é o entendimento que o International Financial Reporting Standards tem sobre o que são ativos digitais.
Em linhas gerais, as criptomoedas não se ajustam às definições do IFRS. Por conta disso, geram divergência de qual é a forma correta e padronizada de serem relacionadas em documentos contábeis.
Por exemplo, de acordo com as Normas Internacionais de Relatório Financeiro, um ativo é um “recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e dos quais se espera que os benefícios econômicos futuros fluam para a entidade“.
Quanto a isso é preciso considerar a volatilidade das criptos, característica que não permite dar nenhuma garantia de vantagens econômicas futuras para os seus detentores, sejam pessoas jurídicas ou físicas.
Assim, para evitar falhas e problemas contábeis, o primeiro passo é analisar o motivo da obtenção da moeda digital, ou seja, se sua compra visa ou não venda futura com o propósito de lucros com a diferença de valor da transação de compra e venda.
Como você pôde ver, há muitos conceitos, regras e objetivos que envolvem e formam o mundo das criptomoedas. Para conhecer mais sobre esse imenso universo, acompanhe de pertinho todos os conteúdos do blog da Bitso e fique por dentro de tudo!