Certamente, é a aplicação mais popular, a que ouvimos comentários antes mesmo de abrir nossa primeira conta em um banco. Mas será mesmo que a poupança é um bom investimento? — alerta de spoiler: não é!
Ela é quase uma tradição entre a maioria dos brasileiros: “Vou abrir uma poupança para o meu bebê. Assim, ajudo a garantir o futuro dele”, ou ainda: “Você precisa guardar um dinheiro na poupança. Nunca se sabe o dia da amanhã!”.
Seja qual for a motivação, esse tipo de aplicação acaba sendo a mais popular no nosso país. No entanto, isso não quer dizer que ela seja a mais rentável. Entre os principais motivos estão a corrosão da renda por conta da inflação e o fato de não ter rendimento diário, como acontece com vários outros tipos de investimentos.
Somente para ilustrar esse cenário, de acordo com uma reportagem do portal UOL, quem aplicou R$ 1 mil nesse produto, teve uma perda de rentabilidade de R$ 63,70 em 2021. Isso aconteceu decorrente da inflação que fechou o ano em questão em 10,06%, o que resultou na desvalorização do dinheiro.
Mas quais outros motivos geram uma resposta negativa para a pergunta: “A poupança é um bom investimento?”. Se você precisa saber essa resposta e quais aplicações são sugeridas para quem quer ter uma rentabilidade mais expressiva no futuro, basta continuar a leitura deste artigo!
Afinal, poupança é um bom investimento?
Se você tem dúvidas se a poupança é um bom investimento, já demos uma spoiler ali no comecinho dizendo que não.
Mas apesar da nossa resposta direta, o que deve estar passando na sua cabeça neste momento é por quais motivos esse modelo de aplicação financeira não é tão interessante quanto algumas pessoas pensam, acertamos?
Bem, entre as principais razões pelas quais a poupança não é considerada um bom investimento estão:
- é uma aplicação com baixa rentabilidade;
- sofre influência da inflação;
- não oferece rendimento diário.
É uma aplicação com baixa rentabilidade
Entre os tipos de investimentos disponíveis no mercado atualmente, a caderneta de poupança é a que tem menor rentabilidade. Isso quer dizer que o dinheiro que você aplicar hoje nesse produto não gerará o mesmo retorno financeiro que a mesma quantia aplicada no Tesouro Direto, CDB ou outras aplicações de renda fixa.
Para deixar essa percepção mais clara, usaremos a calculadora da valor investe para comparar o quanto uma aplicação de R$1 mil, pelo período de 12 meses (considerando a taxa Selic de 13,75% e a alíquota de IR 20% — explicaremos sobre isso mais adiante):
- Poupança R$ 1.061,68
- Fundos DI R$ 1.098,48
- CDB R$ 1.112,20
- LCI e LCA R$ 1.122,40
- Tesouro Selic R$ 1.104,71
A diferença de valores pode parecer pouca em um primeiro momento. No entanto, para quem busca um investimento de longo prazo, ou mesmo uma fonte de renda passiva para o futuro, o passar dos meses torna essa diferenciação bastante significativa.
Sofre influência da inflação
Saber como se proteger da inflação é essencial não apenas para as despesas do dia a dia, mas também na hora de decidir em qual produto de investimento aplicar o seu dinheiro. Quanto a isso, a poupança novamente não é a melhor alternativa.
A razão para essa definição é que, em alguns cenários econômicos, a caderneta de poupança pode ter percentual de rendimento inferior ao da inflação. Quando isso acontece, significa que a quantia que está lá (mesmo que já acrescida de juros) tem baixo poder de compra.
Em outras palavras, quer dizer que depois de descontada a inflação, o montante que você tem guardado na poupança representa uma perda financeira, visto que está valendo menos que no momento em que você fez a aplicação.
Não oferece rendimento diário
A caderneta de poupança tende a não ser uma “boa pedida” para pessoas que buscam investimentos de curto prazo. O fato é que essa aplicação tem rentabilidade mensal, o que quer dizer que é preciso aguardar o chamado “aniversário de rendimento” para conseguir ter alguma lucratividade.
Imagine que você depositou determinado valor na sua poupança no dia 30 deste mês. Se quiser se beneficiar com algum jurinho, precisará aguardar até o dia 30 do mês seguinte para poder sacar. Se fizer isso antes, não terá nenhum rendimento, ou seja, irá sacar exatamente o que depositou,
Por outro lado, há vários tipos de investimento que permitem essa estratégia, a exemplo do CDB e do Tesouro Direto.
Como calcular investimento em poupança?
“A poupança é um bom investimento?”. Considerando todas essas explicações, já deve ter ficado claro que não, concorda? Mas para esse entendimento ficar ainda mais completo, é bem importante que você entenda também como são calculados os juros da poupança.
Desde maio de 2012, por meio da Lei 12.703, ficou definido que:
- taxa Selic superior a 8,5% ao ano: rendimento de 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano;
- taxa Selic igual ou inferior a 8,5%: 70% sobre a taxa Selic mensal
Para investimentos anteriores a maio de 2012, é considerada a rentabilidade de 0,5% da Selic + TR, que é a Taxa Referencial, criada com o objetivo de servir como referência para outras taxas de juros praticadas no Brasil.
Já Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, e consiste em uma taxa básica de juros da economia nacional e um dos principais instrumentos de política monetária usada pelo Banco Central.
Qual o investimento é melhor que a poupança?
Agora você já sabe se a poupança é um bom investimento ou não, e até mesmo como seus juros são calculados, certo? Mas se essa aplicação não é tão rentável assim, quais seriam as suas opções?
Antes, vamos destacar que a poupança não é totalmente vilã nesse mercado. Como pontos positivos podemos citar:
- a facilidade de iniciar o investimento;
- não haver a exigência de um valor mínimo inicial a ser aplicado;
- a existência da conta poupança, através da qual é possível fazer transferências, pagar conta e receber dinheiro sem precisar transferir para a conta corrente;
- ter rendimento isento de cobrança de Imposto de Renda;
- ser uma aplicação relativamente segura e livre de grandes riscos financeiros.
Entretanto, há vários outros tipos de investimentos que contemplam várias dessas características e, o mais importante, são bem mais rentáveis. Alguns deles são:
- Tesouro Direto: você empresta o seu dinheiro para o governo que, entre troca, paga juros após determinado período;
- Certificado de Depósito Bancário (CDB): segue o mesmo princípio, mas, no caso, você estará emprestando o seu dinheiro para um banco;
- Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e/ou Letra de Crédito do Agronegócio (LCA): similar aos anteriores, porém, seu dinheiro será direcionado para esses dois setores especificamente.
Quer saber mais sobre esses investimentos e vários outros que podem ser bem interessantes para você? Então confira agora mesmo os artigos do Blog da Bitso que abordam esse tema e fique por dentro de tudo!