“Mente sã em corpo são”. Isso é mesmo muito importante, mas o seu bolso e a sua conta bancária também estão saudáveis? É hora de falar sobre saúde financeira pessoal.
A saúde financeira é um suporte para manter o seu físico, o mental e o social em dia, de modo que você consiga viver o mais livre possível de preocupações relacionadas a dinheiro.
O conceito de saúde financeira compreende saber lidar adequadamente com seus recursos e economias, criando um equilíbrio satisfatório entre o que você ganha e o que você gasta.
Falando de uma maneira mais simples, é aprender a não gastar mais do que você recebe. Dessa forma, além de conseguir não se endividar, você também pode ter uma reserva monetária para imprevistos. Para isso, ter educação financeira é essencial nesse processo.
Se você tem problemas para evitar que o seu saldo bancário fique no vermelho, saiba que não é, nem de longe, a única pessoa a lidar com isso.
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada parcialmente no site G1, mais de 74% das famílias brasileiras estão endividadas.
Segundo o levantamento, são mais de 12 milhões de famílias com dívidas a vencer em cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado, empréstimo pessoal, entre outros serviços financeiros.
Como não fazer parte dessa estatística ou sair dela?
Neste artigo, você vai conferir o que é saúde financeira pessoal, quais as consequências de negligenciar esse setor da sua vida e sete dicas para manter uma relação saudável com o seu dinheiro.
O que é saúde financeira pessoal?
Saúde financeira pessoal é conseguir equilibrar as suas finanças. Destrinchando, isso significa organizar o seu dinheiro e os seus recursos financeiros para garantir o pagamento das suas despesas, podendo lidar com imprevistos sem desbalancear as contas mensais.
Além disso, ao entender como cuidar melhor da saúde financeira pessoal, você também:
- consegue arcar com bons momentos de lazer;
- se alimenta e cuida da saúde física e mental adequadamente;
- zela pela sua família;
- tem uma reserva de dinheiro para lidar com situações não programadas.
Para isso, é preciso adotar hábitos e comportamentos adequados — por exemplo, identificar quais são as suas despesas essenciais e direcionar dinheiro para elas. Também é importante reconhecer as despesas não essenciais, para assim verificar quais podem ser cortadas e evitar gastos extras.
Dados essenciais sobre a saúde financeira pessoal do brasileiro
Para te ajudar a entender a relevância da conversa sobre saúde financeira pessoal, listamos alguns dados que retratam a situação dos brasileiros no que diz respeito ao assunto.
As informações a seguir foram retiradas do Índice de Saúde Financeira da Febraban, um relatório periódico que apresenta os resultados dos diagnósticos financeiros realizados.
- 34,2% disseram que o orçamento está mais curto e gastam mais do que ganham (o número aponta um aumento 5,1 pontos porcentuais em relação à pesquisa anterior);
- para apenas 31% dos respondentes sobra dinheiro no fim do mês com alguma regular;
- 48,6% afirmam que passam por apertos financeiros de algum nível;
- apenas 19,8% dos respondentes têm preparo financeiro para lidar com uma despesa grande e inesperada;
- somente 31% dos respondentes encerram o mês com alguma sobra de dinheiro de forma regular;
- 56,4% dos respondentes dizem que as finanças são motivo de estresse na família;
- 66,6% não conseguem aproveitar a vida devido à maneira como cuidam das finanças;
- 39,4% dos respondentes não têm segurança sobre o seu futuro financeiro.
Se você tem dificuldades de balancear sua saúde financeira pessoal, entenda: esta situação é comum a grande parte dos cidadãos no país. Entretanto, se sua intenção é reverter o quadro, continue a leitura.
A seguir, destacamos alguns dos pontos-chave de equilibrar as contas e alcançar a tranquilidade financeira.
Qual a importância da saúde financeira?
Cuidar da saúde financeira não se resume a evitar dívidas e encontrar meios de “não se enrolar” com elas para ter dinheiro sobrando no final do mês.
É bem importante que você tenha em mente que isso afeta a sua vida de diversas outras maneiras, incluindo sua saúde física e mental em curto, médio e longo prazo.
Uma pesquisa realizada pela ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), em 2019, divulgada no portal Viver Bem, do UOL, revelou que o estresse causado por problemas financeiros pode desencadear prejuízos na memória, na atenção e no aprendizado.
Além disso, quadros de depressão, ansiedade e o aumento do consumo de álcool, medicamentos, tabaco e drogas também podem acontecer em decorrência de dificuldades financeiras.
Ainda segundo este estudo, 78% dos entrevistados disseram que a incerteza financeira era a razão da sua preocupação e ansiedade.
Ou seja, a saúde financeira é importante para manter outros aspectos da sua vida alinhados, evitar doenças e diversos outros transtornos que podem até ter consequências graves. Ela vai além do bolso.
Quais as vantagens e desvantagens desse cuidado?
Toda mudança de hábito demanda a compreensão das vantagens e dos pontos de atenção atrelados à nova prática.
Da mesma forma que a saúde financeira pessoal pode ajudar a tornar a vida mais leve, o excesso de preocupação pode desencadear questões mentais e até físicas, como pontuamos acima.
Confira, a seguir, o que deve ser considerado por você no processo de adaptação da sua rotina financeira.
Vantagens de cuidar da saúde financeira pessoal
Seguindo essa linha de raciocínio, as principais vantagens de prezar pela sua saúde financeira são:
- ter condições de cuidar melhor de você e da sua família;
- zelar por sua saúde física, mental e emocional;
- conseguir lidar com imprevistos que envolvam dinheiro;
- poder planejar melhor e com mais segurança o seu futuro;
- realizar os seus sonhos;
- ter uma vida social mais agradável e satisfatória;
- voltar a sua atenção e dedicação a outras responsabilidades do seu dia, como trabalho, estudos e relacionamentos.
Pontos de atenção ao cuidar da saúde financeira pessoal
Por outro lado, o cuidado desequilibrado do tema (em excesso ou falta) pode resultar em vários pontos insatisfatórios, tais como:
- desencadear doenças físicas e mentais como estresse, depressão, ansiedade e insônia;
- desenvolver vícios;
- se afastar socialmente das pessoas que gosta;
- ter problemas de relacionamento;
- apresentar perda da produtividade no serviço e/ou estudos;
- se frustrar por não conseguir realizar os seus sonhos e projetos;
- depender de familiares e amigos para arcar com compromissos financeiros e até necessidades básicas;
- ter um futuro indefinido;
- gerar problemas judiciais decorrentes das dívidas.
Nesse sentido, lembre-se sempre de estruturar uma rotina de cuidados com a saúde financeira. Respeite seus horários de descanso, organize as informações para que nada fuja do seu controle. Se notar que a falta de equilíbrio financeiro está desencadeando doenças físicas ou mentais, procure ajuda médica.
Como medir a sua saúde financeira?
Para medir a sua saúde financeira, você pode considerar pontos como:
- o seu faturamento mensal bruto e líquido;
- despesas que não podem ser excluídas;
- despesas que podem ser eliminadas;
- possíveis variáveis no seu orçamento mensal.
Na prática, seria mais ou menos assim:
- considerar como valor base para as suas contas e despesas o seu salário e demais rendimentos líquidos, visto que sobre as quantias brutas há descontos legais;
- anotar todos os seus gastos, tais como despesa com água, luz, transporte, alimentação, roupa, lazer, comunicação, entre outros e identificar o que realmente é essencial e o que pode ser cortado da lista ou ter o valor diminuído, como planos de TV a cabo, telefonia e internet.
Feito isso, você basicamente precisa fazer uma conta, que é subtrair o que tem que pagar da quantia que tem disponível para isso. O ideal é que o resultado seja positivo, ou seja, que tenha menos despesas e mais dinheiro sobrando ao final.
O que fazer quando se gasta mais do que ganha?
Se você perceber que o saldo da conta realizada anteriormente não foi positivo, é hora de rever seus hábitos de consumo e de reestruturar as finanças.
O primeiro passo para reverter o quadro é entender quais são as despesas não-essenciais da sua lista de gastos. Estes são os primeiros custos que devem ser eliminados da rotina.
Outro ponto-chave para uma saúde financeira pessoal positiva é eliminar as dívidas. Se você tem compras a prazo, financiamentos, empréstimos e outros gastos com tomadores de crédito, concentre-se em eliminar o máximo possível de parcelas ou mesmo quitar as dívidas quando os valores forem acessíveis.
Além disso, há algumas práticas que podem ajudar a enxugar as contas quando a saúde financeira acende o alerta vermelho, tais como:
- economizar energia elétrica para reduzir os custos da conta de luz;
- dar preferência ao transporte público ou mesmo a caminhadas (no caso de percursos de curta distância) para poupar gasolina;
- optar por versões econômicas dos produtos adquiridos em supermercados.
Em geral, as medidas de contenção citadas anteriormente podem ser mantidas em caráter provisório. Tão logo as finanças se restabeleçam, hábitos confortáveis podem ser retomados aos poucos.
7 dicas sobre como cuidar da sua saúde financeira
Independente do saldo da sua conta de despesas e ganhos, há algumas boas práticas que você pode adotar para ter e manter a saúde financeira em dia.
A seguir, você conhece as 7 principais.
1- Adote ferramentas de controle de finanças
Use alguma ferramenta que permita controlar as suas finanças, a exemplo de agendas, planilhas e aplicativos, e anote tudo — vários cafezinhos ao longo do mês podem gerar um gasto que você nem imagina. Também vale pensar em cortar os gastos que você faz pelos outros e não por você, como aqueles almoços em restaurantes com primos distantes, sabe?
2- Controle suas compras parceladas
Busque, sempre que possível, não fazer compras parcelas, e se fizer, tenha um bom controle do número de parcelas para não acumular com outras despesas e estourar seu orçamento
3- Gerencie seu padrão de vida
Reavalie o seu padrão de vida e quais “luxos” está se dando que podem ser trocados por outros mais em conta financeiramente
4- Crie metas de curto, médio e longo prazo
Foque naquilo que você deseja conquistar nos próximos meses e/ou anos, como comprar uma casa ou trocar de carro. Ter um propósito bem definido pode ajudar a direcionar os gastos
5- Planeje o futuro
Pense no seu futuro: por exemplo, fazer a aquisição de um plano de aposentadoria privada para aumentar a sua renda quando não estiver mais trabalhando
6- Invista em bons seguros
seguros de vida, de carro, de imóveis, por exemplo, apesar de serem vistos por muitos como uma despesa mensal fixa desnecessária, porém, podem ser de grande ajuda em casos de imprevistos
7- Estude sobre saúde financeira pessoal
Aprenda mais sobre o tema, estude e fique por dentro de assuntos, novidades e tendências que fazem parte do mercado financeiro
Aproveite que está aqui e leia agora mesmo como fazer seu planejamento financeiro dentre outros artigos que podem te ajudar.
Dica extra: como cuidar melhor da saúde financeira pessoal?
Se você já aplica nossas dicas de saúde financeira pessoal, mas busca alternativas para garantir tranquilidade e equilíbrio no longo prazo, aqui vai uma sugestão-bônus: que tal começar a investir?
Não basta apenas juntar um alto volume de dinheiro e armazená-lo ‘debaixo do colchão’. A melhor maneira de fazer o dinheiro render e garantir a segurança no longo prazo é aplicá-lo em opções de investimentos.
E se você acha que investir dinheiro é sinônimo de perdê-lo de vista, não se preocupe. Existem opções com boa liquidez, que permitem que o aporte seja rapidamente transformado em dinheiro vivo em casos de emergência.
Essas opções englobam desde uma conta remunerada no banco, até um CDB com liquidez diária, ou títulos do tesouro vinculados à taxa SELIC.
Lembre-se apenas de que investimentos com o objetivo de construir reserva de emergência não devem ser arriscados. Destinar recursos para o mercado de ações ou mesmo de criptomoedas, nestas circunstâncias, não é recomendado. Isso porque são movimentações de grande oscilação e consequente potencial de perda. Quer saber mais sobre finanças, investimentos e tendências econômicas? Então acompanhe o blog da Bitso e não perca nada!