Quanto mais se aprende sobre o mundo das criptomoedas, mas se descobre novos termos e vertentes que fazem parte desse mercado, já reparou nisso?
Cross-chain, por exemplo, você sabe o que é, para que serve e o que tem a ver com os ativos digitais? Se não, pegue o pote de pipoca e siga a leitura deste artigo agora para descobrir!
Cross-chain significa, literalmente, cadeia cruzada. Na prática, consiste em uma tecnologia que permite a conexão e a comunicação entre duas redes blockchain distintas.
Para essa explicação ficar mais clara, é essencial que você entenda que cada blockchain funciona de forma independente e isolada. Isso significa, por exemplo, que a blockchain do Bitcoin não conversa com a blockchain da Ethereum, e vice-versa.
Essa característica impede o compartilhamento de informações entre as redes de uma maneira simplificada — sem a implementação do cross-chain é preciso um terceiro para concluir esse tipo de transação. Além de encarecer os processos, a não utilização desse recurso também inviabiliza a transferência de valores entre essas redes, afetando a dinâmica das partes envolvidas no processo.
Pense assim: imagine que você tem conta no Banco X, e um amigo para o qual precisa transferir o dinheiro da pizza do final de semana tem conta no Banco Y. No sistema financeiro tradicional, essa operação é feita tranquilamente, sem nenhum obstáculo — a não ser que você não tenha saldo suficiente.
Já entre redes blockchain diferentes isso não funciona dessa forma. Por conta disso, o cross-chain é considerado uma solução para resolver problemas como esse.
Achou isso interessante? Então continue com a sua pipoca para conferir tudo sobre esse tema!
O que é cross-chain?
Cross-chain, cadeia cruzada ou troca entre cadeias, é uma tecnologia que tem como objetivo melhorar a interoperabilidade entre redes blockchain distintas. Explicando de uma maneira mais simples, consiste em uma solução que viabiliza a comunicação entre blockchains diferentes.
Como dissemos logo na abertura deste artigo, essas redes trabalham de forma autônoma, isolada e independente. Isso significa que, ainda que façam a mesma coisa — por exemplo, desenvolvimento de token e criptomoeda — elas não se conversam.
“Tá, mas por que elas precisam conversar se várias delas podem, inclusive, ser consideradas concorrentes?” Um dos principais motivos é permitir que seus usuários transmitam dados e valores entre essas redes sem a necessidade de intermediação de um terceiro.
Isso se torna possível porque a troca entre cadeias capacita um sistema a se comunicar com outro, sem interferir na sua essência ou comprometer a sua segurança. Assim, essa tecnologia resolve os problemas que impedem as redes blockchain de se cruzarem.
Para expandir o seu conhecimento sobre esse assunto, saiba também que o primeiro whitepaper sobre troca entre cadeias é o “Atomic cross-chain swaps“, escrito em maio de 2018 por Maurice Herlihy, cientista da computação do Departamento de Ciência da Computação da Brown University Providence.
No documento em questão, Herlihy explica em detalhes como deve funcionar uma cadeia cruzada, inclusive destacando os desafios e as possibilidades dessa ferramenta.
Quais são as vantagens e desvantagens das trocas entre cadeias?
E por falar em possibilidades, quais seriam as vantagens e as desvantagens da tecnologia da troca entre cadeias? Começando pelos pontos positivos, os que mais se destacam são:
- dispensa da atuação de terceiros: como dissemos, essa solução permite que as operações feitas entre redes blockchain distintas dispensem a intermediação de terceiros. Isso, por sua vez, tende a tornar os processos mais rápidos e menos burocráticos, já que dependem apenas das partes envolvidas;
- redução de custos operacionais: e visto que não há terceiros, outra vantagem é que não há cobrança de taxas, já que esse serviço não será realizado, gerando menos gastos operacionais para os participantes da operação;
- conversão automática das criptomoedas: outro benefício dessa tecnologia é que ela faz a troca de valor de tokens e criptos automaticamente, otimizando processos de pagamento e de transferências.
Quanto às desvantagens, as duas mais evidentes que podemos citar são:
- risco de perda financeira: ainda que a troca entre cadeias conte com aprimoradas camadas de segurança, perdas financeiras podem acontecer se quem estiver participando da transação esteja utilizando uma carteira de armazenamento de criptomoedas deficiente, ou seja, com brechas para ataques cibernéticos;
- complexidade: por ser bastante complexa, a tecnologia de cadeia cruzada acaba sendo um tanto complicada de ser utilizada por quem está iniciando no mundo das criptomoedas.
Como você pode se beneficiar com o cross-chain?
Tudo isso é muito interessante, mas você deve estar se perguntando quanto isso pode afetar a sua atuação nesse universo e até mesmo qual impacto pode causar na sua estratégia de compra e venda de criptomoedas, não é mesmo?
Pois bem, a interoperabilidade da blockchain contribui para que você envie e acesse informações entre redes diferentes de forma muito mais fácil. Isso significa que transações como transferências e pagamentos com ativos digitais são feitas de forma muito mais dinâmica, o que pode ajudar você a aproveitar boas oportunidades de negócio.
Por fim, vale destacar um ponto que já citamos, que é a redução de custos operacionais, visto que não é necessária a atuação de intermediários nos processos.
Como você pôde ver, se a blockchain já é uma tecnologia repleta de possibilidades, que está abrindo caminho para o avanço e aprimoramento dos mais diversos setores, com as trocas entre cadeias então ela se torna ainda mais poderosa.
Aqui, precisamos relembrar que a tecnologia blockchain vai muito além do mercado de criptoativos. Moda, saúde, logística, direito, construção civil, educação são apenas alguns exemplos de setores que estão se beneficiando, e muito, com esse recurso.
Isso sem falarmos da DeFi, que são as finanças descentralizadas, as quais podem ter a sua eficácia maximizada com a interoperabilidade das redes blockchain.
Viu como tudo isso era realmente muito interessante? Então se gostou e quer conhecer mais sobre esse tema, suas potenciais abrangências e possibilidades, continue conferindo os artigos do blog da Bitso que falam sobre esse assunto e fique por dentro de tudo!