Já pensou em receber lucros com as suas criptomoedas sem fazer quase nada? É justamente essa a proposta da Yield Farming, uma forma de renda passiva fomentada pelas finanças descentralizadas, DeFi.
Basicamente, funciona da seguinte maneira: você empresta as suas criptomoedas que estão paradas para uma exchange que funcione em um modelo descentralizado, as chamadas DEX, e, em troca, essa empresa paga um valor a você, ou seja, ela te recompensa pelo crédito.
Por que essa estratégia é interessante? Porque para as DEXs é um jeito de conseguir suprir a sua demanda de negociações. Já para quem tem criptomoedas que não pretende movimentar em médio e longo prazo, é uma forma de gerar rendimento.
Seria essa uma prática segura? Como ela funciona? Quais são as suas vantagens e riscos? Confira todas as respostas agora!
O que é Yield Farming?
Vamos por partes, começando pela explicação sobre o que é Yield Farming. Em tradução literal, esse termo significa “produção agrícola”. Ok, você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com o mundo das criptos.
Na verdade, a parte agrícola nada. Mas a questão é que no ecossistema das moedas digitais, Yield Farming quer dizer mineração de liquidez. Esse processo visa aumentar a liquidez de ativos digitais a partir do seu bloqueio.
De forma prática, os detentores de criptoativos interessados em participar dessa estratégia precisam depositar os seus ativos em um sistema de recompensa das DEXs. A partir desse momento, eles passam a ser chamados Provedores de Liquidez, representados pela sigla LP.
As exchanges, por sua vez, usam redes blockchain de variadas moedas digitais para conseguirem descentralizar seus serviços de trade. Para isso, criam o AMM, sigla em inglês para o termo Automated Market Maker — em português “criador de mercado automatizado”.
Ao bloquear as criptomoedas é possível aumentar a sua liquidez, ou seja, a velocidade e a facilidade de serem convertidos novamente em dinheiro.
Por essa participação nos processos de negociação das exchanges descentralizadas, os LPs são recompensados, isso quer dizer, recebem juros proporcionais à quantia depositada.
Como funciona essa estratégia?
Para entender como funciona a estratégia de Yield Farming é interessante, primeiro, compreender como é feito o processo de troca (trade) nas DEXs.
Uma das maneiras de uma pessoa conseguir comprar alguma criptomoeda é se tiver alguém interessado em vender, certo? As corretoras fazem a relação entre esses dois pontos, facilitando para que essa trade aconteça.
Para a segurança dessa transação, a exchange descentralizada precisa ter um fundo de criptomoedas, que funciona com uma reserva de ativos digitais, o qual é denominado pool de liquidez.
O pool de liquidez é criado pelos detentores de criptos que permitem o bloqueio de suas moedas virtuais nessa rede.
Por serem “camaradas, gente boa” e permitirem que a DEX bloqueie e utilize os ativos digitais, as exchanges recompensam os LPs, que recebem porcentagem de juros sobre as transações realizadas no pool de liquidez que ajudaram a formar.
Quais as diferenças entre staking e Yield Farming?
Quando se fala em Yield Farming, há outro conceito apontado como semelhante a ele, o staking. Porém, como entusiasta da área, é bem importante que você saiba que se tratam de métodos de renda passiva distintos.
Na Yield Farming os detentores das criptomoedas depositam seus ativos para que plataformas DeFi formem seus pools de liquidez.
Já o staking consiste em disponibilizar as criptos para dar suporte à blockchain da corretora e, com isso, colaborar para a validação dos seus blocos e transações.
Assim, as principais diferenças entre staking e Yield Farming são:
- percentual de lucro:
- stalking: costuma ter percentual de lucro predefinido, em torno de 5%, podendo variar para mais conforme o método utilizado;
- Yield Farming: pode chegar a 100%, ou mais, de lucro. Porém, é uma estratégia que requer planejamento e análise maior.
- forma de recompensa:
- stalking: incentivo dado pela ajuda na rede blockchain e seus processos;
- Yield Farming: definida pelo pool de liquidez, o que pode variar de acordo com a valorização da criptomoeda.
- risco de perda:
- stalking: geralmente não há;
- Yield Farming: decorrente da volatilidade das criptomoedas.
- segurança:
- stalking: atrelado ao consenso blockchain;
- Yield Farming: atribuído a contratos inteligentes e protocolo DeFi.
Como é calculado o lucro na Yield Farming?
Certamente, a esta altura do artigo, você deve estar querendo saber de dinheiro, bufunfa, grana, ou seja, quanto é possível lucrar com uma estratégia Yield Farming, acertamos? Então, vamos lá!
O valor que uma pessoa pode receber ao se tornar Provedor de Liquidez depende de quanto ela depositou em moedas digitais na DEX e das regras de protocolo do processo.
Ou seja, não há um percentual fixo de lucro a ser obtido com esse método de renda passiva. Porém, como dissemos, ele pode chegar, ou mesmo ultrapassar 100%.
Mas para que você tenha uma ideia das possibilidades de ganho, de modo geral, o cálculo da Yield Farming é feito considerando o APY, que é o Rendimento Percentual Anual, e o APR, que é a Taxa de Porcentagem Anual.
O APY, Annual Percentage Yield, é o valor dos juros simples recebidos proveniente de um depósito. Enquanto o APR, Annual Percentage Rate, significa taxa total a ser cobrada ao longo de um empréstimo.
Não é possível “bater o martelo” sobre quanto você pode receber, visto que o mercado de criptos é bastante volátil. Por conta disso, conforme os preços das criptomoedas sobem ou descem, o retorno dos juros segue o mesmo princípio.
Quais as vantagens e os riscos dessa abordagem?
“Quer dizer que, então, existem riscos em uma estratégia Yield Farming?”. Olha, se dissermos que não, estamos sendo pouco sinceros com você.
O principal gira justamente em torno do fato de as moedas digitais mudarem constantemente de valor, o que pode comprometer a sua liquidez. Outra ameaça pode ser decorrente de ataques cibernéticos, caso um hacker encontre alguma falha no contrato inteligente.
Mas é claro que essa forma de renda passiva também tem as suas vantagens. Uma que se destaca é a facilidade de participação, considerando que não há grandes exigências para quem está interessado em iniciar essa estratégia.
Geralmente, são exigidos ter uma carteira digital e fazer o depósito das criptos em pares correspondentes — por exemplo, se depositar o equivalente a R$ 1 mil em ETH, precisa disponibilizar a mesma quantia em LTC.
Achou este tema interessante? Quer saber mais sobre todas as possibilidades oferecidas no mundo das criptomoedas?
Então aproveite que está aqui, no blog da Bitso, e confira o artigo “Interesting-bearing Account: o que é e como funciona esse produto do mundo das criptos?” e entenda tudo sobre mais essa opção voltada para obtenção de possíveis rendimentos com criptomoedas.