Vamos fazer um jogo de adivinhação? O que poderá ser usado no nosso país para pagamento de compras e transferência de valores, que parece ser uma criptomoeda, mas não é? Se respondeu o Drex, ou real digital, acertou!
Espera! Você ainda não ouviu falar sobre a futura moeda digital brasileira? Tudo bem! Explicamos tudo agora!
O Real Digital é uma moeda alternativa — ou seja, você pode escolher usá-la ou não — com o mesmo valor do real em espécie, mas que só existe em ambiente virtual.
A grande diferença entre um meio monetário e outro é que o formato digital não é conversível em dinheiro físico, enquanto o contrário é possível (depositando valores em uma conta-corrente, por exemplo).
Agora, você deve estar se perguntando: “Por que transformar o real em uma moeda virtual?”. Bom, se pararmos para pensar, concorda que a maioria de nós praticamente não usa mais cédulas no dia a dia?
Basicamente, boa parte das operações financeiras e pagamentos que realizamos ocorre digitalmente — o Pix é um ótimo exemplo disso, sem falar nas compras on-line via cartão de crédito, e muitas outras opções.
De acordo com dados do Banco Central, divulgados no site do Senado Federal, apenas 3% do dinheiro disponível para uso está realmente em formato de papel-moeda. Além disso, R$ 9 trilhões são negociados e depositados de maneira digital.
Em complemento a essas informações, outros números do Banco Central, apresentados em um relatório da Zoop, fintech que oferece tecnologia para serviços financeiros, apontaram que R$ 40 bilhões em espécie deixaram de circular no país entre os meses de janeiro e outubro de 2021.
Dessa forma, podemos concluir que a digitalização do dinheiro e das transações financeiras já está acontecendo. Assim, é possível entender que o Drex é uma solução que vai ao encontro dessa nova realidade.
Então, como funcionará a moeda digital brasileira? O real digital vai substituir o dinheiro físico? Como você poderá usá-la no seu dia a dia? Ela é vantajosa ou não? Quando o real digital será lançado? Leia o artigo até o fim e fique por dentro do assunto.
O que é o real digital (Drex)?
O real digital, agora rebatizado como Drex, é a versão on-line do real em espécie que já usamos. Na prática, quer dizer que essa moeda digital terá o mesmo valor e função que o dinheiro que conhecemos, com a diferença que o ativo não existe no mundo físico.
Com previsão de lançamento oficial até 2024, segundo a assessoria do Banco Central, a moeda será uma CBDC, ou seja, uma Central Bank Digital Currency — o que, em tradução livre, significa ‘moeda digital de banco central’.
Em termos práticos, significa que a moeda digital também será emitida pelo Banco Central do Brasil e distribuída por bancos, instituições financeiras, instituições de pagamento e demais players participantes do sistema de pagamentos nacional.
Outros países também já estão desenvolvendo suas moedas virtuais, alguns até em estágio bastante avançado nesse processo.
Segundo dados do Banco de Compensações Internacionais (BIS), citados no site do Senado que mencionamos acima, 80% dos bancos centrais do mundo já estão trabalhando para este objetivo.
Alguns exemplos são: China (país mais adiantado na implementação), Suécia, Japão, Rússia e Turquia.
Confira abaixo, no video do Banco Central, as mudanças práticas do Drex na economia brasileira:
Quem criou o real digital?
A moeda digital brasileira é uma iniciativa criada pelo Banco Central, órgão regulador e fiscalizador do real, a moeda oficial do país.
O projeto começou oficialmente em maio de 2021, com a publicação das ‘Diretrizes do Real Digital’, resultado das atividades de um grupo de trabalho realizado em agosto de 2020.
No segundo semestre de 2021, as discussões foram ampliadas, incluindo a sociedade em geral. Foram realizados sete webinários sobre diversos temas com representantes de provedores de serviços financeiros do país.
As diretrizes e a regulamentação da moeda digital são feitas pelo Banco Central, que continuará à frente das operações quando Drex estiver disponível.
Como vai funcionar o real digital?
O real digital vai funcionar em uma rede blockchain permissionada, criada e gerenciada pelo Banco Central, na qual ocorrerão as transações. O acesso à rede será disponibilizado apenas para empresas cadastradas, como fintechs, bancos e instituições de pagamento.
Dessa forma, o real digital poderá interagir na rede com outros ativos tokenizados, ou seja, com a representação virtual de ativos do mercado financeiro tradicional, por exemplo: investimentos, contratos de crédito, carros, imóveis e mais.
A proposta do órgão regulador é que as pessoas tenham uma carteira digital própria para armazenamento da moeda virtual brasileira, ferramenta que será fornecida e terá a custódia de um agente autorizado do BC, a exemplo de uma instituição de pagamento.
Aqui, vale destacar que o Drex é um “token” do real em espécie. Por conta disso, você precisará “comprar” a versão digital, entregando reais tradicionais ao Banco Central.
O órgão regulador, por sua vez, liberará códigos indicando os valores adquiridos — lembrando que ambas as versões têm a mesma cotação.
A moeda digital brasileira continua em fase de desenvolvimento. Por conta disso, em novembro de 2021, o Banco Central anunciou a criação do LIFT Challenge, Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas, que aconteceu ao longo de 2022.
O objetivo é que os atuantes do sistema financeiro nacional (bancos, cooperativas, fintechs, entre outros) participem com ideias para que a moeda virtual brasileira se torne uma realidade.
Em 2023, a partir das percepções do LIFT, o BC atualizou as diretrizes de desenvolvimento do Drex em fevereiro. Em março, começaram os testes na plataforma-piloto, chamada de ‘Piloto Drex’. Essa etapa tem duração prevista até o fim de 2024.
Leia mais >>> Tokenização: o que é, como funciona + principais tipos.
Como e onde o real digital poderá ser utilizado?
Um dos principais objetivos da implementação da moeda virtual brasileira é que ela sirva como meio de pagamento on-line a ser utilizado no dia a dia. Dessa forma, ela poderá ser usada para as mesmas atividades que você já realiza hoje, por exemplo:
- pagamento de compras;
- pagamento de contas;
- transferência de valores entre pessoas;
- transações de depósito;
- investimentos.
Mas o Banco Central planeja ir além, possibilitando o uso do Drex em aplicações financeiras realizadas por meio do chamado “dinheiro programável”, tais como contratos inteligentes, finanças descentralizadas, entre outras opções relacionadas.
Por conta disso, o órgão regulador estabelece algumas categorias para a criação da versão digital do real, que são:
- entrega contra pagamento: transações por meio de contratos inteligentes, cujo valor só sairá da carteira virtual de quem está comprando algo quando todo o processo de venda estiver efetivamente finalizado;
- pagamento contra pagamento: categoria para transações de câmbio, a qual permitirá a quem tem o Drex pagar e receber valores em outras moedas e fazer a conversão necessária;
- aspectos da IoT: o Banco Central determina que a moeda virtual brasileira tenha parâmetros de uso para a Internet das Coisas, possibilitando que as pessoas usem máquinas inteligentes para realização de funções que envolvem pagamentos;
- validação de finanças descentralizadas: permissão para realização de transações financeiras virtuais, sem a intermediação de bancos tradicionais.
Quais são as principais vantagens e desvantagens?
Entre as vantagens do real digital estão:
- possibilidade de usar o recurso de qualquer lugar do mundo, bastando ter acesso à internet e uma carteira virtual própria para conseguir pagar e/ou receber de qualquer pessoa ou empresa em real;
- otimização do processo de pagamento e recebimento, tornando as aquisições mais rápidas e práticas;
- potencial para reduzir os custos operacionais das transações financeiras;
- diminuição do volume de dinheiro em espécie emitido e em circulação.
O Banco Central também acredita que a moeda digital brasileira contribuirá para fomentar a concorrência entre as instituições participantes do sistema financeiro, além de tender a dificultar ações que visam a lavagem de dinheiro.
Quanto às desvantagens, uma delas pode ser o (ainda) alto número de pessoas que não têm acesso à internet — mais de 33 milhões de brasileiros, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva e a consultoria PwC.
Esse quadro dificulta o uso de soluções digitais e, consequentemente, a utilização mais disseminada da moeda virtual.
Quando o real digital será lançado?
O lançamento do real virtual está previsto para o fim de 2024, podendo se estender até o início de 2025, caso haja necessidade de realizar mais testes na plataforma.
O objetivo do BC é simular o máximo de transações com a mediação do órgão e instituições do mercado para que os resultados dos testes atendam aos objetivos programados e, assim, a plataforma do Drex seja liberada para a população.
Quando o real digital vai substituir o dinheiro físico?
O Drex, a moeda digital brasileira, não vai substituir as cédulas físicas. O real digital é apenas uma apresentação alternativa ao dinheiro oficial em circulação do país.
Como destacamos acima, uma grande parcela da população do país não tem acesso à internet. Portanto, em curto prazo, o papel-moeda continuará existindo e tendo o mesmo valor. Uma substituição total é uma iniciativa para o futuro, segundo o BC.
Como comprar real digital?
A compra da moeda digital nacional, segundo o Branco Central, será feita inicialmente pagando em real tradicional o equivalente ao montante do ativo digital que o usuário deseja adquirir. Lembrando que 1 real equivale a 1 Drex.
A partir da solicitação de compra, o órgão liberará códigos para o valor adquirido mediante o depósito e os ativos digitais ficarão armazenados em uma carteira digital.
Leia também >>> Tipos de carteiras de criptomoedas: entenda o que é hot, warm e cold wallet.
Onde comprar real digital?
Quando estiver em operação, a moeda digital poderá ser comprada pela plataforma oficial que está em fase de teste. A Plataforma Drex é classificada como um sistema de registro distribuído (em inglês Distributed Ledger Technology – DLT).
Nela, os intermediários financeiros regulados poderão converter saldos de depósitos realizados à vista e em Drex, a moeda eletrônica, para que clientes tenham acesso a diversos serviços financeiros inteligentes.
O aplicativo de varejo poderá ser baixado nos dispositivos móveis (smartphones e tablets) e os usuários terão acesso à compra de Drex e diversos serviços financeiros oferecidos de forma segura pelas instituições financeiras do país.
Todos os ativos digitais e contratos inteligentes realizados em Drex pela plataforma serão emitidos pelo Banco Central, assegurando a legitimidade das transações.
O Pix terá relação com o Drex?
O Pix e o Drex têm funções diferentes. O primeiro é uma forma de pagamento bastante popular e com grande adesão desde o seu lançamento. Já o segundo, será uma plataforma de tokens e contratos inteligentes para facilitar o acesso a serviços financeiros.
Segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em algum momento, os dois serviços poderão interagir, ampliando o movimento de Open Finance (Sistema Financeiro Aberto) no país.
A declaração foi dada no evento promovido pela Americas Society/Council of the Americas, em outubro de 2023, nos Estados Unidos. Porém, o presidente não detalhou como o BC planeja essa integração.
O Brasil é uma referência quando se trata de tecnologia e serviços financeiros. O Open Finance é uma iniciativa na qual o Banco Central está investindo para que o país consiga inovar no sistema financeiro, promovendo a concorrência e a criação de novas ofertas de produtos e serviços.
A proposta é que os brasileiros tenham acesso a soluções vantajosas e mais conhecimento sobre finanças e como usar e investir o próprio dinheiro.
Real digital e inclusão financeira
O trabalho de criação do Drex, o real digital, está sendo desenvolvido com a expectativa de que a plataforma tenha o mesmo impacto do Pix, aproximando a população e as empresas, especialmente as pequenas e médias, do mercado de capitais.
A aproximação é fundamental para a inclusão financeira, ampliando o conhecimento das pessoas sobre como movimentar o dinheiro de forma segura, o acesso a ofertas e produtos vantajosos com menor custo, além de trazer a inclusão tecnológica.
Nos próximos anos, com o lançamento do Drex, os testes das primeiras soluções negociadas via plataforma vão mostrar na prática como as soluções vão funcionar e o potencial da tecnologia blockchain para melhorar a vida financeira da população brasileira.
Leia também: O que é saúde financeira? Vantagens + 7 dicas de controle.
A moeda virtual brasileira é uma criptomoeda?
Como destacamos logo no início deste artigo, não, o real digital não é uma criptomoeda, uma stablecoin e nem um criptoativo. O motivo é bastante simples: as criptos são descentralizadas, ou seja, independem de um órgão regulador para serem emitidas e negociadas.
Já a moeda digital brasileira, por sua vez, é gerada e acompanhada pelo Banco Central, com regras e diretrizes definidas por ele.
Resumindo: é o real do dia a dia que todos os cidadãos brasileiros conhecem e utilizam, representado de uma nova forma, agora digital, que funcionará em uma rede blockchain.
Faça suas transações cripto com segurança
Agora você sabe quando o real digital será lançado, como vai funcionar e que a moeda digital não vai substituir o dinheiro físico. Se o seu objetivo é comprar criptomoedas, stablecoins e outros ativos digitais, use o aplicativo da Bitso para fazer suas transações.
Além da compra e venda, o sistema funciona como carteira digital, onde cada usuário pode armazenar seus ativos com total segurança.
Acesse agora mesmo o site da Bitso ou baixe o aplicativo, disponível para Android e iOS, crie sua conta e junte-se aos mais de 6 milhões de clientes da nossa plataforma.
Ótimo 👍