Afinal de contas, a análise gráfica funciona ou não? A pergunta que não quer calar entre os traders, tem como um dos principais motivos de ser feita o fato de os movimentos dos mercados de ativos serem aleatórios.
Por conta disso, muitas pessoas ainda entendem que seria praticamente impossível prever algo utilizando essa ferramenta.
Ok, mas o que essa ferramenta faz, na prática? A análise gráfica, que também pode ser chamada de análise técnica, é um recurso utilizado para estudar, por meio de gráficos, as movimentações de um determinado mercado financeiro, a fim de descobrir quais seriam suas tendências.
Explicando de outra maneira, consiste no uso de um instrumento visual para tentar prever se um determinado ativo operará em alta, em baixa ou em posição lateralizada a partir de
comportamentos passados.
Com isso, traders e investidores têm nas mãos diretrizes que podem ajudar nas tomadas de decisão referente à compra e/ou venda do ativo que está sendo analisado.
A análise técnica pode ser usada para acompanhar a movimentação de diversos mercados, a exemplo de ações na Bolsa de Valores, e também das criptomoedas.
Mas considerando a volatilidade característica dessas moedas digitais, será que a análise gráfica funciona para esse setor? Siga a leitura deste artigo e descubra!
O que é análise gráfica?
A análise técnica, como também pode ser chamada, é uma ferramenta que permite acompanhar, durante um determinado período, as mudanças de preço de um ativo.
Por meio da elaboração de gráficos representativos, cria-se um recurso visual de movimentos e tendências referentes aos valores atribuídos e praticados do ativo em questão.
Isso permite que, com base nas movimentações passadas, seja possível prever para qual lado o preço do bem analisado se direcionará.
Sobre isso, temos uma curiosidade para você! Essa análise foi originada a partir da Teoria de Dow, princípio criado por Charles Dow, um dos inventores do Índice Dow Jones, que é amplamente usado no mercado de ações.
A Teoria de Dow, no caso, usa o movimento dos preços das ações como base para analisar esse segmento e tomar decisões.
Dow entendia que as repetições históricas de movimentações eram uma boa maneira de verificar como fatores externos, a exemplo dos políticos, afetavam o mercado de ações.
Desse modo, se no passado uma certa condição gerava determinado reflexo, a tendência era que, no futuro, situações idênticas ou similares resultariam na mesma resposta de preço. Interessante, não?
Dica! Não deixe de ler este artigo: “O que é uma análise fundamentalista e quanto afeta na compra de ações?“
Como fazer análise gráfica?
Bem, mas a explicação anterior ainda não respondeu se a análise gráfica funciona ou não, especialmente no universo das criptomoedas, concorda?
Para chegarmos a essa resposta, é preciso explorarmos um pouco mais o tema. Por isso, falaremos agora sobre como essa análise pode ser feita.
Coleta de dados e transformação em elementos visuais
A análise técnica se inicia com a coleta de dados sobre o histórico de preço de um ativo. A obtenção dessa informação pode ser feita a partir de várias fontes, dependendo do bem que está sendo analisado.
Em seguida, esses dados devem ser transformados em elementos gráficos. Para isso, geralmente são usados estes modelos:
- gráfico de linhas: aponta a união de preços dentro de um determinado período analisado;
- gráfico de barras: mais completo que o tipo anterior, considera também preço de fechamento, abertura, topo e fundo do ativo;
- gráfico de candlesticks: figuras gráficas em forma de velas que reúnem diferentes informações em um mesmo desenho. Na prática, uma única candle pode trazer diversos dados sobre o preço do ativo. Comumente, as velas verdade indicam alta e as vermelhas queda de valores.
Tendências que podem ser identificadas
Um dos principais objetivos da análise gráfica é identificar tendências de variações de preços. Seguindo essa linha, as que podem ser encontradas e analisadas são:
- tendência altista ou bullish: aponta alta de procura e, como reflexo, de preço;
- tendência baixista ou bearish: indicativo de baixa procura, resultando na queda do preço;
- tendência lateralizada ou sem tendência: refere-se a um equilíbrio entre interesse de compradores e vendedores.
Este artigo pode ajudar você a entender melhor esses conceitos: “Bull Market e Bear Market: que bichos são esses?
Traçados de linha de tendências
A partir da identificação anterior é possível traçar as chamadas linhas de tendência, que consiste na interligação de todos os históricos, resultando em um traçado que viabiliza a análise do movimento de preços.
Os quatro conceitos que são usados nesta etapa são:
- topo: aponto o preço mais alto que o ativo atingiu no período analisado;
- fundo: é o inverso, ou seja, revela o preço mais baixo do ativo;
- resistência: resultado de uma sequência de topo, revela que o mercado não está disposto a pagar mais do que o preço já determinado para o ativo;
- suporte: movimento contrário, ou seja, decorrente de uma série de fundos, apontando que o mercado não está interessado em pagar menos do que o valor do bem.
Indicadores a serem usados
Os indicadores facilitam o entendimento das tendências. Por isso, são ferramentas essenciais na análise gráfica.
São vários os indicadores que podem ser usados para esse fim. Alguns exemplos são:
- indicador de momento: demonstra quão rápido os preços podem mudar;
- indicador de volume: revela se as oscilações dos valores são relevantes;
- indicador de tendência: apontam tendências de alta ou de baixa
Afinal, a análise gráfica funciona?
E a pergunta que ainda está no ar é: a análise gráfica funciona? A resposta é: depende da sua estratégia. Isso acontece porque um dos maiores riscos da análise técnica são as perdas que ela pode causar.
Na prática, isso quer dizer que, se seu foco de investimento é de longo prazo, ela não é a mais indicada. Porém, se tem por objetivo buscar ganhos em curto ou curtíssimo prazo, essa ferramenta pode ser de grande ajuda.
Outra forma de descobrir se a análise gráfica funciona, ou não, é ponderando sobre suas vantagens. Quanto a isso, os pontos positivos que mais se destacam são:
- é um recurso que funciona bem em mercados de renda variável, como o de criptomoedas;
- ajuda na tomada de decisões rápidas, contribuindo para aproveitar oportunidades de compra ou venda que acontecem de maneira veloz e sem aviso;
- evita que as decisões sejam feitas com base em critérios pouco sólidos, tais como opções alheias, efeito manada, ou mesmo pela emoção;
- é bastante útil, e até mesmo indicada, para day trade, que são operações que acontecem no mesmo dia.
Achou tudo isso interessante e quer saber outras maneiras de avaliar os preços das criptomoedas e quando é o melhor momento para negociá-las? Então aproveite que está aqui, no blog da Bitso, e leia também: