Saber como fazer a reserva de emergência é uma forma de se resguardar financeiramente em caso de imprevistos. Isso porque, como o próprio nome sugere, trata-se de uma quantia guardada com o objetivo de ser utilizada somente se alguma eventualidade surgir.
Cano estourado, eletrodoméstico com defeito, problema com o veículo que não é coberto pelo seguro ou ainda questões de saúde pessoais ou da família são alguns bons exemplos de situações que podem acontecer com qualquer pessoa, concorda?
No seu caso, se um desses contratempos for com você, sua conta bancária tem dinheiro suficiente para resolver sem comprometer as contas fixas, ter que usar o cartão de crédito, ou fazer dívidas?
Se a resposta for não, então este é o momento ideal para você aprender como fazer a reserva de emergência, afinal, ninguém sabe o que o futuro nos reserva, não é mesmo?
O fato é que nem todo mundo pensa que algo pode sair do seu controle e afetar a sua vida financeira.
Para se ter uma ideia, o “Mapa da inadimplência e renegociação de dívida no Brasil”, elaborado mensalmente pelo Serasa, revelou que o número de inadimplentes no Brasil chegou a 63,4 milhões de pessoas em outubro de 2021.
Esse é o maior índice registrado desde junho do mesmo ano que, na época, foi de 63,5 milhões, possivelmente decorrente da crise econômica gerada pela pandemia.
Com relação às dívidas, o relatório constatou a marca de mais de 213,2 milhões de dívidas em aberto, totalizando R$ 253,65 bilhões em débitos. Ou seja, o valor médio por dívida fica próximo de R$1.000.
Temos quase certeza que você não quer fazer parte dessa estatística no futuro, acertamos? Então siga com a leitura deste artigo e confira como fazer a reserva de emergência que pode salvar você em imprevistos!
O que é uma reserva de emergência e qual a sua importância?
Começaremos esclarecendo o que é reserva de emergência, tudo bem? Reserva de emergência, que também pode ser chamada de fundo de emergência, consiste na guarda de um valor com o propósito de ser usado posteriormente para solucionar uma situação não prevista.
Ou seja, não se trata de uma quantia que você está poupando para comprar ou trocar de veículo, fazer uma viagem, pagar a faculdade, ou outras despesas de valores elevados.
Fazer uma reserva de emergência é justamente ter dinheiro disponível, que possa ser obtido rapidamente, para resolver problemas inesperados sem comprometer o seu orçamento mensal e sua saúde financeira como um todo.
Em outras palavras, esse montante não tem um destino certo. Ele pode ser usado logo, ou passar anos guardado — o que seria ideal, não acha?
Por conta dessa característica, o produto financeiro escolhido para guardar esse dinheiro deve ter liquidez, baixa volatilidade e segurança.
O que quer dizer que a solução precisa permitir que você consiga “sacar” rapidamente a quantia necessária, sem ter perdas financeiras. Ao mesmo tempo, enquanto esse dia não chega, gerar uma lucratividade interessante e, se possível, previsível — falaremos sobre isso, em detalhes, mais adiante.
Como fazer a reserva de emergência?
Agora que o conceito ficou claro, confira como fazer a reserva financeira. Os cinco passos sugeridos para isso são:
- Organize a sua vida financeira
- Faça um bom planejamento
- Defina quanto vai guardar por mês
- Escolha o local onde deixará o seu dinheiro aplicado
- Mantenha o seu objetivo
1. Organize a sua vida financeira
O primeiro passo para montar um fundo de reserva é organizar a sua vida financeira. “Mas por que isso?” A resposta é um tanto óbvia: fica um pouco complicado guardar um valor todos os meses se você não tiver uma sobra para isso, certo?
Essa organização consiste em equilibrar os seus recursos e as suas despesas. Aqui, cabe levantar, pontualmente, quais são os seus gastos fixos e essenciais, os supérfluos e quais contas podem ser reduzidas.
Isso ajuda a identificar as suas dívidas e a procurar formas de quitá-las antes de começar a sua reserva de emergência, afinal, os juros tendem a “engolir” uma boa parte do orçamento das pessoas.
2. Faça um bom planejamento
O passo anterior de como fazer a reserva de emergência faz parte de um bom planejamento financeiro, acompanhamento que é bem interessante ter constantemente, e não apenas quando algum objetivo precisa ser alcançado.
Parte desse processo consiste em definir o que pode e o que não ser cortado das suas despesas. Uma forma de definir isso é ter como base o seu objetivo de vida e seus planos em curto, médio e longo prazo.
Para dividir os seus recursos, conseguir cumprir todas as suas obrigações financeiras, realizar sonhos e ainda montar uma reserva financeira você pode usar um dos diversos métodos existentes.
Todos se baseiam na divisão da renda líquida. Alguns exemplos são:
- 70 – 20 – 10:
- 70% para despesas essenciais;
- 20% para dívidas e/ou reserva financeira;
- 10% para investimentos.
- 50 – 30 – 20:
- 50% para gastos essenciais;
- 30% para despesas pessoais;
- 20% para pagamento de dívidas e reserva financeira.
- 50 – 10 – 10 – 10 – 10 – 10
- 50% para despesas básicas;
- 10% para doações;
- 10% para lazer;
- 10% para reserva e/ou despesas de longo prazo;
- 10% para investimentos;
- 10% para expandir o conhecimento.
3. Defina quanto vai guardar por mês
O passo anterior de como fazer a reserva de emergência já direciona você para este, pois se aplicar um dos métodos citados, já tem definida a quantia a ser guardada todos os meses com esse propósito.
Mas se atente a um ponto que acabamos de citar “quantia a ser guardada todos os meses”. Isso mesmo, a ideia é que o valor destinado para o fundo de reservas seja recolhido mensalmente, sem cair na tentação de usá-lo para outro fim, combinado?
Para que você consiga manter essa rotina, uma sugestão é definir um valor mais baixo e começar a poupar aos poucos, estabelecendo um montante do qual tenha certeza que conseguirá manter sem comprometer a sua vida financeira, nem tão pouco correr o risco de ter que usar para outras finalidades.
Assim, conforme se sentir confortável, pode ir aumentando o valor gradualmente, sempre tentando evitar diminuir a quantia.
4. Escolha o local onde deixará o seu dinheiro aplicado
E claro que esse dinheiro não merece ser guardado embaixo do chão, ou simplesmente deixado na conta corrente sob o risco de usar sem perceber, certo?
Sobre isso, lembra que falamos sobre liquidez, baixa volatilidade e segurança, e também que essa quantia pode ficar parada muito tempo, por isso, seria interessante gerar alguma lucratividade?
Pois bem, no caso, estávamos nos referindo à escolha de um produto financeiro para deixar a sua reserva — um investimento, se preferir chamar dessa forma.
Os de renda fixa tendem a ser os mais propícios para criação de um fundo de reserva, pois costumam gerar juros previsíveis e podem ser retirados, na maioria dos casos, sem perdas financeiras.
Algumas possibilidades nesse formato são a poupança, o CDB (Certificado de Depósito Bancário), os Fundos de Investimento, e o Tesouro Direto Selic.
Há quem utilize as criptomoedas como um fundo de reserva, comprando para revender em momentos oportunos. Porém, vale destacar que as moedas digitais são consideradas uma renda variável.
O motivo disso é que a sua volatilidade não permite dar ao seu detentor a garantia de rentabilidade, visto que elas podem ser compradas hoje por um determinado valor e, de acordo com o mercado, serem vendidas com preço superior, igual, ou até inferior amanhã.
5. Mantenha o seu objetivo
Por fim, uma reserva de emergência só estará disponível para ser usada dessa forma se você mantiver o seu propósito.
Como dissemos anteriormente, procure não cair na tentação de usar esse dinheiro para outras finalidades, já que ele não tem um destino certo. Seguir o que foi planejado é bem importante para manter a sua saúde financeira.
Sobre isso, leia o artigo “7 dicas sobre saúde financeira: o que é e por que é importante” e continue aqui no blog da Bitso.