Criptografia simétrica e assimétrica: quais as diferenças entre elas, vantagens e desvantagens?

criptografia simétrica e assimétrica

Sempre que se fala sobre como funcionam as criptomoedas, o conceito de criptografia está presente, já reparou? E não é para menos! Esse é um processo no qual dados se tornam ilegíveis para terceiros não autorizados, o que é essencial para o universo dos ativos digitais.

Explicando isso de uma maneira mais simples, trata-se de um recurso utilizado para evitar que criminosos acessem informações que circulavam pela web.

Isso você já deve saber bem, não é mesmo? O que talvez ainda não saiba é que essa camada de segurança tem duas versões, digamos assim, que são a criptografia simétrica e assimétrica.

A criptografia simétrica é composta por uma única chave, usada tanto para criptografar quanto para descriptografar os dados. A criptografia assimétrica, por sua vez, precisa de duas chaves distintas, sendo uma usada para criptografar e outra para descriptografar.

Apesar da diferença, basicamente, ambas fazem a mesma função. Mas será que uma é mais segura que a outra? E quais seriam as vantagens e desvantagens dessas duas técnicas criptográficas?

Continue a leitura deste artigo e confira o que é criptografia simétrica e assimétrica em detalhes!

O que são criptografia simétrica e assimétrica? 

Criptografia simétrica e assimétrica são mecanismos de segurança que tornam dados indecifráveis para pessoas que não têm a chave certa para decodificá-los, o que significa que é impossível ler o que está registrado, ainda que se tenha acesso.

Apenas relembrando, a criptografia é uma técnica que “embaralha” as informações, transformando qualquer tipo de dado que navega pela internet em um monte de letras, números e códigos impossíveis de serem lidos. Isso garante a confidencialidade, o sigilo e a segurança de tudo o que está sendo tramitado via web.

Por conta disso, essa camada de segurança é utilizada nos mais variados setores, incluindo o mercado de criptomoedas

E assim como dissemos, existem duas formas distintas de fazer isso, por meio da criptografia simétrica e assimétrica.

Criptografia simétrica

A criptografia simétrica, que também costuma ser chamada de criptografia de chave secreta, tem como característica principal o fato de utilizar apenas uma chave tanto para criptografar quanto para descriptografar uma informação.

Na prática, isso significa que a mesma chave precisa ser compartilhada entre quem envia e quem recebe a mensagem. Por conta disso, é preciso muito cuidado ao utilizá-la, visto que, praticamente, estará sendo entregue a outro a senha que decifra todos esses dados que estão sendo transmitidos.

Criptografia assimétrica

Já a criptografia assimétrica requer duas chaves distintas, uma é a chave pública e a outra a chave privada — e é essa a utilizada no mundo das criptomoedas.

A chave pública é utilizada para cifrar, ou seja, encriptar os dados que serão transmitidos ou armazenados. E como o próprio nome sugere, é ela que pode ser compartilhada com o recebedor para esse conseguir visualizar as informações.

A chave privada, por sua vez, é a usada para decifrar (desencriptar) os dados. Desse modo, quem tem acesso a ela consegue fazer modificações nas informações que antes estavam protegidas, e até mesmo apagá-las. Só essa possibilidade já deixa claro que a chave privada nunca deve ser compartilhada, concorda?

Em um processo de compra e venda de criptomoedas, por exemplo, é a chave pública que é utilizada. Lembrando que se, por engano, você divulgar a sua chave privada, estará dando a outra pessoa total acesso aos seus ativos digitais, o que, certamente, trará muitos prejuízos e dores de cabeça. 

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Quais as vantagens e desvantagens desses dois tipos de criptografia?

Você já deve ter ouvido falar, mais de uma vez, que tudo na vida tem dois lados, não é mesmo? 

Partindo desse princípio, no que se refere à criptografia simétrica e assimétrica, essa percepção não seria diferente. Por conta disso, destacaremos agora os prós e contras de cada uma dessas técnicas.

Vantagens e desvantagens da criptografia simétrica

Uma das vantagens da criptografia simétrica que mais se destaca é o fato de ser uma camada de segurança fácil de ser configurada, cujo processo tende a ser rápido. 

Por outro lado, o fato de ser realizada com apenas uma chave é visto por muitos como uma técnica menos segura, considerando que a mesma chave precisa ser compartilhada entre emissor e receptor.

Vantagens e desvantagens da criptografia assimétrica

A grande vantagem da criptografia assimétrica é que, por exigir duas chaves, a que dá acesso aos dados (no sentido de permitir alterações) nunca precisa ser divulgada. Por essa razão, essa técnica de segurança criptográfica é considerada mais segura.

Entretanto, o uso da criptografia assimétrica requer mais poder computacional e é mais lento que a criptografia simétrica.

Algumas curiosidades sobre criptografia!

Criptografia é uma palavra de origem grega, formada pela junção dos termos “kryptós” e “gráphein”, que na tradução para o português significam, respectivamente, “oculto” e “escrever”.

Essa técnica, utilizada para tornar dados e informações ilegíveis para pessoas não autorizadas, vem de muito, mas de muito tempo mesmo!

Há relatos que na Idade Média esse recurso já era bastante utilizado para troca de mensagens confidenciais entre governos. O mesmo propósito foi usado na Segunda Guerra Mundial pelos alemães, a fim de evitar que inimigos entendessem ordens e estratégias que estavam sendo divididas com as tropas.

Uma das técnicas de criptografia mais conhecida se chama “Cifra de César”, que substitui as letras do alfabeto umas pelas outras, considerando um deslocamento de posição de três letras para frente, ou três para trás — por exemplo, considerando o deslocamento para frente, a letra A passa a ser representada pelo D, o B pelo E, e assim por diante.

A possibilidade de criptografar dados foi justamente o que tornou a criação dos ativos digitais possível. 

Se você voltar um pouco no tempo e navegar pela história das criptomoedas, verá que Satoshi Nakamoto (seja lá quem for essa ou essas pessoas) tomou como base para a criação do Bitcoin o debate promovido pelos Cypherpunks, o qual defendiam o uso da criptografia como única maneira de garantir a privacidade das pessoas em processos realizados virtualmente, a exemplo da criação de um dinheiro eletrônico.

Viu quanta coisa ajuda a formar o imenso universo dos criptoativos? Bateu a curiosidade de saber mais sobre ele? Então confira agora mesmo os outros artigos do blog da Bitso que trazem temas tão interessantes quanto este que acabamos de abordar! 

Edevar Bastreghi Filho é Software Engineer na Bitso, tem conhecimento em Desenvolvimento de Software de maneira geral e vem estudando renda variável há um tempinho. Gosta de jogar futebol e caminhar.