Os desenvolvedores envolvidos com projetos para a Web 3.0 precisam entender de aspectos técnicos para executar as soluções criadas. Um dos principais conceitos é a Ethereum Virtual Machine (EVM), um recurso considerado o coração da blockchain Ethereum.
A máquina virtual Ethereum tem um papel fundamental na tradução da linguagem operacional criada pelos programadores, facilitando a leitura dentro do sistema e validando as operações dos smart contracts criados.
É por meio dessa estrutura computacional que várias soluções podem ser criadas, indo de aplicativos descentralizados (DApps) a projetos de tokens.
Quer entender o que é e como funciona esse mecanismo? Continue lendo e confira!
O que é Ethereum Virtual Machine (EVM)?
A Ethereum Virtual Machine ou EVM é um computador virtual especializado em processar transações de smart contracts e executar aplicativos descentralizados (DApps) no sistema da rede Ethereum.
Essa máquina virtual Ethereum calcula o estado da rede após cada bloco novo ser adicionado à cadeia. Por isso, a EVM é considerada o ponto central do hardware Ethereum e da camada de nós da rede também.
O principal objetivo é calcular o ‘estado’ da rede, além de executar e compilar vários tipos de código de contrato inteligente que são escritos usando a linguagem Solidity em um formato legível para a Ethereum Virtual Machine chamado ‘Bytecode’.
Isso permite que contratos inteligentes implementados em blockchains compatíveis com EVM, como Polygon ou Avalanche, sejam reconhecidos pelos nós da rede Ethereum.
Essa configuração dá a possibilidade aos desenvolvedores que transfiram seus DApps ou tokens do Ethereum para outras cadeias compatíveis com EVM com bastante facilidade.
O que a EVM faz?
A EVM faz ao mesmo tempo o papel de um grande banco de dados que armazena transações e informações dos usuários e também o de máquina virtual que trabalha para manter a blockchain ativa.
Simplificando, ela tem o mesmo papel da CPU dos computadores tradicionais. A diferença é que é um computador virtual.
Isso dá à máquina virtual Ethereum a capacidade de ser o mecanismo de processamento e a plataforma de software que propicia suporte para que os projetos escritos na linguagem Solidity e, portanto, compatíveis com a tecnologia blockchain da Ethereum, sejam executados corretamente.
Por isso, os profissionais que pretendem trabalhar na criação de DApps baseados na blockchain Ethereum precisam estar por dentro do funcionamento da EVM.
Saiba mais sobre os DApps no vídeo abaixo e entenda a função dos aplicativos descentralizados e como eles usam a tecnologia blockchain para operar:
Como funciona uma EVM?
A Ethereum Virtual Machine funciona como as máquinas físicas com CPUs, memória e armazenamento, mas toda operação é baseada na leitura de códigos.
Teoricamente, qualquer pessoa pode fazer seu download e executar uma máquina virtual, dando ao sistema a flexibilidade e a movimentação de que as redes descentralizadas precisam.
Como explicamos anteriormente, a EVM faz a leitura do código dos smart contracts e processa as operações para executá-los, certo?
Esse trabalho funciona da seguinte forma: os programadores utilizam a linguagem de código Solidity para criar um DAapp com os comandos que ele deve executar.
Porém, Solidity não é o código que a EVM lê e processa e sim a linguagem bytecode, que é formada pela combinação de vários números 1 e 0. Para isso, o programador faz a compilação que é o processo de “tradução” de Solidity em bytecode, permitindo que a EVM leia o conteúdo.
Opcodes vs. gas prince
Outro ponto importante para entender o funcionamento da Ethereum Virtual Machine é que o processamento dos smart contracts tem um custo, chamado de “gas price”.
O que permite que a EVM consiga identificar o valor da operação são os opcodes, uma linguagem intermediária que mostra códigos operacionais, ou melhor, instruções. São essas diretrizes que a EVM utiliza para fazer a transação definida em um contrato inteligente.
Existem, aproximadamente, 150 opcodes diferentes que um EVM pode executar, mas ela não lê os opcodes diretamente. Então, o caminho do programador é programar em Solidity, transformar em opcodes e, finalmente, converter a programação para bytecode.
Cada opcode adicionado a um smart contract tem um custo e, para saber o total do custo de executá-lo (gas price), basta multiplicar o respectivo valor pela quantidade incluída de cada opcode.
Assim, quanto mais complexo for um smart contract, mais caro é executá-lo porque a EVM terá mais trabalho para realizar.
Quais os usos da máquina virtual Ethereum?
A Ethereum Virtual Machine é utilizada para a criação de diversas soluções como:
Tokens ERC-20
Os tokens ERC-20 são aqueles criados baseados na blockchain Ethereum. Esse tipo de criptoativo possui smart contact com uma estrutura de dados definida que distribui e monitora as movimentações dos tokens. A maioria dos jogos de metaverso possuem tokens criados no modelo ERC-20.
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Criação de NFT
O modelo ERC-721 não fungível é o utilizado para criar os tokens não fungíveis, mais conhecidos como NFT. Esse tipo de token tem seu valor atrelado diretamente a rede Ethereum.
O Axie Infinity é um exemplo de jogo do metaverso em que os jogadores podem ganhar e/ou comprar NFTs colecionáveis e muito valiosos.
Organização autônoma descentralizada (DAO)
A Ethereum Virtual Machine em si é gerida por uma organização autônoma descentralizada ou DAO. Isso significa que não existe uma autoridade central gerenciando as operações (como o Banco Central faz no mercado tradicional, por exemplo).
Além de autonomia, as DAOs são totalmente transparentes. Os smart contracts possuem as regras estabelecidas para o seu funcionamento, mas a comunidade que compõe a organização pode votar propostas por consenso e fazer mudanças na rede.
Gostou de saber o que é a Ethereum Virtual Machine (EMV) e como ela funciona na prática? Se você já faz parte do universo cripto, seja comprando criptomoedas ou participando do metaverso por meio dos jogos, consegue ver a EVM atuando na prática.
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