Algo inevitável com que nos deparamos na vida é ter de fazer escolhas. Toda vez que fazemos isso, acabamos renunciando não apenas ao lado ruim, mas também ao lado bom do que não foi escolhido. Porém, se fosse possível testar soluções híbridas? É nessa direção que vai a criptomoeda Loopring (LRC) e seu protocolo que são os assuntos deste artigo.
Dentro do enorme campo de possibilidades das finanças descentralizadas, verificamos basicamente dois grandes caminhos: os que levam em consideração ter algum nível de centralização e intermediação e os projetos que permitem trocas mais diretas e não intermediadas. Esse segundo tipo é conhecido como exchange descentralizada (ou DEX).
Toda DEX funciona com base em um aspecto muito importante: a automação das relações e a existência de um pool de liquidez. Nesse tipo de exchange, qualquer pessoa lida diretamente com essa liquidez e não com uma outra parte, seja para pegar algum empréstimo ou obter um rendimento depositando suas criptos na solução.
Essa ideia é interessante porque permite que essas relações aconteçam de maneira mais rápida e com taxas menores, já que não é preciso intermediação e nem outra parte como ponta da operação. Porém, o campo de possibilidades de quem lida com DEX é apenas aquela liquidez, o que limita o modelo.
É exatamente nesse ponto que o protocolo Loopring entra para mudar as coisas: o foco está em oferecer soluções híbridas que envolvam tanto os benefícios de uma DEX quanto os encontrados em uma exchange de criptomoedas comum.
Continue lendo o artigo e entenda como a solução funciona.
O que é e quem criou o Loopring?
O Loopring é um projeto desenvolvido pela Fundação Loopring, com sede em Xangai, na China, e surgiu no início das atividades da instituição, em 2017. O criador e CEO é Daniel Wang, bacharel em ciência da computação pela Universidade da Ciência e Tecnologia da China e mestre pela Arizona State University nessa mesma área.
A ideia do Protocolo Loopring é unir soluções de maneira híbrida, buscando os benefícios de quem deixa seus recursos em uma exchange comum com as praticidades existentes em uma DEX.
Os tokens LRC vieram primeiro. A disponibilização das primeiras unidades foi em agosto de 2017. A implantação do Protocolo Loopring, em si, na rede Ethereum, aconteceu pouco mais de dois anos depois, em dezembro de 2019.
O histórico profissional de Wang inclui diversas posições em empresas de tecnologia: trabalhou na Boston Scientific (fabricante de dispositivos médicos) como engenheiro de software líder, esteve em áreas de engenharia, pesquisa e posicionamento de anúncios da JD.com (empresa chinesa de e-commerce) e foi líder de tecnologia e engenheiro de software sênior da Google.
Antes de participar da criação da Fundação Loopring, Wang contribuiu para a co-fundação de outras empresas, como, por exemplo, a Yintang Information Technology (de Pequim) e a Coinport Technology Ltda. de serviços para criptomoedas.
Diversas atualizações já foram realizadas desde o surgimento do protocolo original da Loopring (2017), das quais vale destacar as seguintes:
- Em 2018, pessoas que tinham mais de 100 unidades de LRC participaram de lançamentos dos tokens LRN (usado na rede Neo) e LRQ (presente na rede Quantum). Esses projetos depois foram descontinuados;
- No fim de 2019, ocorreu o lançamento do Loopring 3.0, que foi a primeira vez em que apareceu a figura do zkRollup (que será explicado mais adiante neste texto);
- Em dezembro de 2020, surgiu a versão Loopring Exchange v2 e foi lançada a Loopring Wallet;
- No último trimestre de 2021, a grande novidade foi o oferecimento no protocolo Loopring de suporte a criação e diversos tipos de negociações com NFTs, além da implantação da Loopring Smart Wallet nas redes Ethereum e Arbitrum.
Como você pode observar, trata-se de um projeto que passa por atualizações periódicas e que realmente trazem novidades, fazendo a diferença entre uma versão e outra. O objetivo central é buscar os melhores benefícios dos dois tipos de exchanges existentes, as regulares e as descentralizadas.
Como funciona o protocolo e o token LRC?
O protocolo Loopring funciona com base na rede Ethereum e, portanto, o token LRC também está nessa mesma rede, sendo todos do tipo ERC-20. Trata-se de um protocolo aberto que tem como objetivo a construção de meios que possibilitem a troca descentralizada de criptomoedas e faz isso por meio de um algoritmo Proof of Work (PoW).
A criptomoeda LRC é gerada a partir do momento em que, em contato com essa plataforma, as pessoas depositam suas criptomoedas e são remuneradas justamente por meio do token LRC.
Esse tipo de remuneração é comum em exchanges descentralizadas: a “mineração de liquidez”, que dá origem a uma criptomoeda específica.
Mas o diferencial deste protocolo é o fato de que ele funciona não apenas com base em contratos inteligentes, mas o faz com base nos chamados zkRollups, que fornecem maior fluidez e escalabilidade para as transações realizadas nessa plataforma.
Em termos práticos funciona da seguinte maneira: o Loopring é uma rede off-chain da Ethereum que utiliza os zkRollups para realizar as transações externamente, mas com conexão o suficiente com a rede Ethereum para que a validação das transações seja feita por ela.
Com isso, obtém-se a rapidez e a redução de custos de uma DEX com a segurança de operação de uma rede comum.
Para se ter uma ideia do tamanho dessa rapidez, estima-se que uma transação realizada através do Loopring seja de 100 a 200 vezes mais ágil do que aquelas realizadas no on-chain Ethereum. Isso significa que o protocolo tem a capacidade de realizar mais de 2.000 transações por segundo.
O que são os zkRollups Layer 2?
O grande segredo que permite que o protocolo da criptomoeda Loopring faça a união com o melhor dos dois mundos entre exchanges regulares e as DEXs está justamente nessa tecnologia.
O Rollup Zero-knowledge (nome completo dessa tecnologia) é um contrato inteligente que faz a ponte entre as transações realizadas fora da rede e o sistema de confirmações e validações da rede Ethereum.
Ele funciona atualizando todas as transações realizadas fora da cadeia e, por meio de pacotes que são enviados para a rede, busca essas confirmações.
Os pacotes “trocados” entre os zkRollups podem passar por mudanças que simplificam o tamanho de cada um para que as transações sejam otimizadas e fiquem ainda mais rápidas do que o normal, por exemplo, reduzindo o número de informações necessárias a serem confirmadas. Um dos meios para isso envolve o registro apenas dos índices e não dos endereços completos.
É graças a essa novidade tecnológica que o fator híbrido acontece porque as transações ocorrem de maneira mais rápida (off-chain) e são verificadas no instante em que as provas são enviadas para a rede principal.
Ao mesmo tempo, os fatores de segurança seguem existindo, já que as transações ficam registradas na rede principal, assim como a descentralização por meio da DEX.
Então sim, existem outros projetos e protocolos que funcionam como exchanges descentralizadas. Porém, o ponto que diferencia o protocolo Loopring é o fato de que ele busca alcançar constantemente a interligação entre o que você consegue encontrar em uma exchange descentralizada e o que encontra com mais facilidade em uma exchange comum.
Quais são as vantagens e desvantagens da criptomoeda Loopring?
Apesar de termos mencionado que a criptomoeda Loopring considera a otimização das transações olhando apenas os aspectos positivos de duas estruturas que já existem, nem tudo são flores para o protocolo. Antes de tomar a decisão de ter ou não em sua carteira, vale sempre observar quais são as vantagens e desvantagens.
Vantagens
Vamos começar com as vantagens. Basicamente, elas estão todas interligadas e isso acontece justamente pela característica híbrida do projeto que é oferecer o melhor de dois mundos.
De um lado a segurança da Ethereum e de outro a rapidez de transações de uma DEX e, melhor ainda, sem taxas envolvidas, sendo um combo bastante atraente para quem pensa em utilizar a plataforma.
Desvantagens
Agora, sobre os pontos de atenção da criptomoeda Loopring e seu protocolo:
- Uso de Proof of Work (PoW) e não Proof of Stake (PoS): essa segunda forma de validar as transações utiliza menor capacidade computacional e de energia e, apesar da plataforma funcionar de forma fluída, algum dia pode ser substituída por outra que faça a mesma coisa, mas precise de equipamentos menos potentes para funcionar;
- A existência de duas redes pode ser um complicador: apesar de executar as transações com maior rapidez, por utilizar duas redes “em paralelo” (o on-chain Ethereum e o off-chain Loopring), os riscos acabam, no mínimo, sendo “somados” (uma instabilidade em qualquer uma das duas pode travar todos os processos);
- Segurança do protocolo que transmite as informações entre as duas redes é um código fechado cuja operação é realizada pelos criadores do projeto. Qualquer falha neste ponto pode significar, no limite, até mesmo a perda de recursos “empenhados” em uma transação.
É sempre válido se atentar para os pontos negativos de qualquer projeto de criptomoeda porque, no fim das contas, é justamente em alguma dessas vulnerabilidades que um grande problema pode ocorrer e prejudicar tanto a utilização da plataforma quanto a cotação da criptomoeda associada a ela, o LRC.
Como comprar LRC na Bitso?
Se você leu este artigo e pensou: “Uma criptomoeda com a segurança do Ethereum e a rapidez de uma DEX? Quero ter na minha carteira!”.
Essa é a sua hora de receber uma boa notícia: você pode comprar unidades da criptomoeda Loopring (LRC) aqui na Bitso e fazer parte dessa solução inovadora. E como fazer isso? Basta seguir o passo a passo abaixo:
- Abra sua conta na Bitso;
- Depois da conta aberta, envie seus recursos fiduciários (em reais) para a conta na Bitso;
- Assim que o dinheiro estiver disponível na plataforma, vá até a área de criptomoedas e procure por Loopring (LRC);
- Coloque a quantidade de reais que deseja transformar em LRC e faça a conversão!
Concluindo esse tutorial rápido, você terá em sua carteira digital uma criptomoeda que representa uma grande inovação quando o assunto são as corretoras descentralizadas.
Ah, e não se esqueça: conte conosco aqui no Blog da Bitso para acompanhar diversos outros aspectos, projetos e assuntos do universo cripto!