Uma das inovações mais presentes na vida de quem vive no Brasil quando o assunto é dinheiro é o PIX: a transação caiu no gosto popular e virou um meio bastante direto de transferir dinheiro.
Mas, será que existiria alguma interação possível entre o meio de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central e as criptomoedas?
É disso que falaremos nesse artigo!
Banco Central, as diversas inovações recentes e o PIX
Se você pensa que a autoridade monetária – o termo técnico para o Banco Central – é algo distante, sem relação nenhuma com as pessoas e mero papo de economista, ao menos no que se refere aos últimos anos, você não estará acertando no palpite.
Nas gestões mais recentes, de Ilan Goldfajn e Roberto Campos Neto como presidentes, muitas mudanças foram colocadas em prática.
Primeiramente com Ilan, aconteceu logo de cara uma melhoria na comunicação, o modo como as ações tomadas pelo Banco Central são apresentadas. Mas, logo em seguida, duas agendas (a agenda BC+ e a agenda BC#) vieram para tornar a atuação da instituição ainda mais direta.
O objetivo principal dessas duas agendas era o de reduzir o spread bancário, mas algumas inovações que facilitaram outros aspectos também surgiram. Dentre elas, temos o PIX, plataforma que permite pagamentos instantâneos liberada para todas as instituições financeiras que se interessassem.
E olha, interesse não faltou de jeito nenhum: até julho de 2022, 478,3 milhões de chaves foram cadastradas, sendo 457,4 milhões de pessoas físicas e 20,9 milhões de pessoas jurídicas. Inclusive, em agosto do mesmo ano, o volume movimentado apenas com esse tipo de transação se aproximou de um trilhão de reais. Caiu no gosto de nós brasileiros!
Como cripto e PIX poderiam se integrar?
Nem tudo é apenas positivo ou totalmente negativo. Com o PIX, o mar de facilidades vem com uma questão problemática: os golpes que o envolvem, que ficam a cada dia, infelizmente, mais e mais criativos. Isso sem contar outro aspecto: por funcionar ininterruptamente, em alguma perda do meio pelo qual você os realiza (ou mesmo em um furto ou assalto), há uma fragilidade razoável de se perder os recursos em um piscar de olhos.
Sim, o Banco Central já pensou e desenvolveu melhorias para que possamos lidar com essas situações infelizes, mas tudo poderia ficar ainda mais fácil caso uma integração pudesse acontecer: a da instantaneidade do PIX com a rastreabilidade e os registros permanentes que a tecnologia blockchain permite.
A partir do momento em que essa integração fosse colocada em prática, não é que os golpes e eventuais infortúnios deixariam de existir, mas pelo menos seria possível um acompanhamento mais rápido e uma resolução mais direta das questões.
Até porque, com a tecnologia blockchain, questões como “o sumiço” da identificação da conta de uma pessoa que aplica golpes ou a não disponibilização dos registros daquela pessoa pela instituição financeira teriam muito menos possibilidade de acontecer.
Quais as possibilidades e limitações da integração entre PIX e criptomoedas?
Essa ideia como um todo é bastante positiva, como você pode perceber, mas é preciso analisar de maneira mais direta o que acontece quando nos deparamos com uma tentativa prática de integração. Existe pelo menos um grande lado positivo que demonstra que ela seria possível e outro complexo que sinaliza que a ideia não é tão executável quanto parece à primeira vista.
Pelo lado positivo, temos que existe um conjunto de direcionamentos do Banco Central para com as instituições financeiras que vai na direção de uma abertura de dados entre elas, o chamado Open Banking. No fim das contas, com a efetivação dessas práticas, justamente essa identificação de perfil (para além de diversas outras tendências das pessoas que utilizam o sistema bancário) poderia ficar mais fácil.
Quase como uma enorme rede blockchain.
Porém, como grande limitação, podemos verificar que estão os aspectos regulatórios relacionados à proteção dos dados de cada pessoa. Não que a gente precise entrar em todos os detalhes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), mas uma questão que é bastante direta é que ela deixa os dados das pessoas de maneira muito menos visível e acessível do que podemos encontrar em uma wallet.
Em todo caso, levando em conta que o próprio Banco Central já sinalizou diretamente que pretende atuar na regulação das criptomoedas e, como já te contamos, foi o próprio BC que teve a iniciativa de criar o PIX, não podemos descartar que alguma integração real venha a acontecer no futuro.
Aguardando essa inteligente integração entre PIX e criptomoedas
Melhor que uma ideia criativa é a união de mais de uma delas. Já pensou que interessante seria poder utilizar toda a estrutura do universo cripto em diferentes projetos para realizar pagamentos instantâneos com o PIX dentro do sistema bancário tradicional que você já conhece?
É possível que você conheça pessoas que apenas não utilizam ferramentas disponibilizadas por projetos cripto porque acreditam que não exista tanta proximidade com o “mundo real”. Mas seria uma inovação e tanto colocar em contato essas duas esferas que, aparentemente, são tão diferentes em um primeiro olhar – mas poderiam trazer muitos resultados positivos em termos de integração, como comentamos nesse artigo.
Enquanto ainda não acontece essa integração, existem projetos como Litecoin e Ripple podem servir, por suas baixas taxas e rápida execução de transações, como “dinheiro virtual” e “base de integração” com o PIX de alguma maneira.
Para outros inúmeros aspectos do universo cripto, conte conosco aqui no Blog da Bitso para ficar por dentro do que importa!