Saber como funciona o Pix não é importante apenas para executar esse tipo de transação, mas também para entender melhor a relação entre transformação digital, os bancos e as diferentes inovações do mercado financeiro.
A implementação do sistema do Pix veio para democratizar o acesso a meios de pagamentos eletrônicos e para aumentar a competitividade e a eficiência do mercado. No entanto, ao mesmo tempo em que se trata de um processo versátil e prático, que desperta o interesse da população brasileira, o Pix ainda causa muita desconfiança quanto à sua segurança.
A partir deste artigo, você entenderá o que envolve essa transformação digital do sistema financeiro, como funciona o Pix e seu sistema de segurança, além de descobrir qual a relação dele com as criptomoedas. Vamos lá!
Como funciona o Pix
Das empresas de alta tecnologia a vendedores ambulantes, o uso do Pix como forma de transação inovadora cresceu e se disseminou no país. A facilidade no pagamento é grande: basta que o portador da chave Pix insira o código do recebedor e o valor a ser enviado para que a operação aconteça em questão de segundos. Simples assim.
Vale dizer que as chaves de transação (ou chaves Pix) podem apresentar quatro formatos diferentes: CPF ou CNPJ, número de telefone celular, e-mail e/ou chave aleatória, que é uma sequência de letras e números gerada aleatoriamente, usada quando não se quer passar nenhum dado pessoal ou de contato para quem irá fazer a transferência. Essa última possibilidade é parecida com a chave pública relacionada às carteiras de criptomoedas.
O Banco Central do Brasil (BACEN) apresentou o sistema Pix de pagamento em fevereiro de 2020 e testes e ajustes fizeram com que o serviço estivesse plenamente em operação em meados de novembro do mesmo ano.
Há pelo menos 10 anos, o BACEN vinha considerando uma nova forma de transferência de dinheiro. Os requisitos básicos eram que ela fosse instantânea e funcionasse no chamado “24/7”, ou seja, 24 horas por dia, durante os 7 dias da semana – a ideia era que, mesmo em feriados ou fora do horário comercial, você pudesse pagar contas ou receber um dinheiro em poucos segundos.
A nova forma de transferência teria ainda que representar inovação; a transformação digital e os bancos precisariam estar juntos na solução. A praticidade no mercado de pagamentos sempre foi um desafio, diante da existência das tradicionais TED e DOC, que são operações feitas em dias e horários restritos e pelas quais as pessoas pagam taxas.
Hoje, tanto pessoas físicas quanto MEIs (Microempreendedores Individuais) têm acesso ao serviço de Pix de forma gratuita, sem restrição de dias ou horários e com muita praticidade. Para empresas maiores, normalmente é cobrado um valor para transferência; ainda assim, são valores menores do que formas tradicionais como TED e DOC.
Pix: mudança no sistema convencional de pagamento
Resumidamente, o Pix representa uma oportunidade de substituição dos formatos convencionais de pagamento, como é o caso do dinheiro em espécie. Isso porque esses formatos se mostram cada dia mais caros para os bancos centrais mundiais, e cada vez menos práticos para as pessoas que os utilizam.
O Pix é gerenciado pelo Banco Central, órgão governamental que estabelece as regras de funcionamento e que é responsável pela infraestrutura tecnológica do sistema. Essa infraestrutura inclui, por exemplo, o Diretório de Contas Transacionais (DICT), local onde são armazenadas as chaves Pix.
Há ainda o Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), plataforma que possibilita fazer operações instantâneas entre as instituições participantes do Pix, um sistema que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, todos os dias do ano.
É importante destacar ainda que o Pix pode ser usado nas seguintes transações:
- Entre pessoas (transações P2P);
- Entre pessoas e estabelecimentos comerciais (transações P2B);
- Entre estabelecimentos comerciais (transações B2B);
- E para pagar taxas e impostos com governos (transações P2G e B2G).
Além disso, a chave Pix pode se integrar a outro sistema, o QR Code, que ganhou força com a transformação digital.
O QR Code Pix armazena os dados da conta e as chaves de quem vai receber, a partir da leitura do código pela câmera do celular. A transferência nessa modalidade pode ocorrer sem os dados bancários de quem envia ou recebe o dinheiro e o recebedor ainda tem a opção de deixar em aberto o valor da transação.
Em resumo, as principais vantagens do Pix são:
- A diminuição de custos de transação e o número ilimitado de transações que podem ser feitas gratuitamente;
- A possibilidade de realizar transferências ou pagamentos a qualquer hora do dia, durante os 7 dias da semana;
- A ausência de um valor mínimo para fazer a transação;
- A agilidade, a instantaneidade e a facilidade no processo.
O que garante a segurança do Pix
Segundo o Banco Central, a segurança das informações pessoais do sistema PIX segue as mesmas normas presentes na Lei Complementar 105, que regulamenta o sigilo bancário já adotado em outras práticas financeiras.
Recentemente, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor e também veio para proteger ainda mais a privacidade dessas informações.
Em relação à tecnologia, o Banco Central adota também uma série de medidas para garantir a segurança das informações. Um exemplo é o fato de apenas os Provedores de Serviço de Pagamento (PSPs) autorizados por ele se conectarem ao SPI. Isso significa que as instituições financeiras responsáveis pelo pagamento ou recebimento dos valores do Pix devem passar por validação do BACEN para operarem.
Já a segurança dos clientes é de responsabilidade exclusiva das instituições financeiras. Por isso, é importante ter cuidado ao realizar transações, como no caso de envio incorreto de Pix – nesse caso, por exemplo, a reversão dependerá do julgamento feito pela instituição que gerencia a chave recebedora.
Processos de segurança do sistema Pix
Vamos entender mais sobre as etapas de segurança que garantem que o sistema Pix funcione e seja confiável:
Autenticação do pagador
Somente o pagador pode autorizar um Pix. O processo de comprovação de identidade é definido pela instituição escolhida pelo pagador, que usa mecanismos como senha, token, reconhecimento biométrico, entre outros.
Dados criptografados
A criptografia é uma das ferramentas fundamentais na segurança digital, porque codifica informações importantes, como dados pessoais e bancários. Deste modo, suas informações viram códigos alfanuméricos que são praticamente impossíveis de decifrar.
Motores antifraude
Os motores antifraude ajudam na identificação de transações atípicas, ou seja, que não condizem com o perfil da pessoa. Isso pode acontecer em casos de sequestro relâmpago e roubos de aparelho celular, por exemplo. Quando ocorre uma movimentação assim, os motores bloqueiam as transações suspeitas por um tempo determinado, como um mecanismo de segurança.
Marcadores de fraude
O Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT) tem a função original de guardar os dados das pessoas que fazem Pix, mas serve como marcador de fraude, identificando eventuais fraudes e confirmando ou não a identidade do recebedor da transferência suspeita.
Transações rastreáveis
O envio de um Pix é totalmente rastreável, porque segue práticas de segurança adotadas na maioria das transações realizadas por meio eletrônico. São operações diretas, de uma conta para outra. Por meio do rastreamento, a pessoa que recebe uma transferência Pix fraudulenta é identificada.
Limite máximo para transações
Bancos e instituições financeiras podem fixar limites máximos de valores e transações diárias nas operações usando Pix. Isso ajuda na redução de fraudes e previne que recursos abasteçam o crime de lavagem de dinheiro e sirvam para financiamento do terrorismo.
No caso de ações antifraudes, o BACEN limitou o Pix no período noturno a R$1 mil, em transações envolvendo chaves de pessoas físicas ou MEIs. Alterações de limites pedidas pelos detentores das chaves agora passam por análises que levam de 24 a 48 horas.
Dicas de segurança ao usar o PIX
Qualquer sistema financeiro está propenso a sofrer fraudes. Por isso, é importante colocar em prática alguns mecanismos de segurança para se proteger:
- Não deixe sua chave Pix pública, compartilhe apenas com quem você for fazer a transação;
- Se precisar compartilhar sua chave publicamente, opte por uma chave aleatória;
- Antes de realizar a transação, confira o nome e o CPF de quem vai receber o valor;
- Não clique em links recebidos em mensagem de texto e e-mails;
- Desconfie de ligações sobre falha no sistema do Pix;
- Faça a verificação em 2 etapas em aplicativos financeiros.
Pix, Banco Central e o Blockchain
O blockchain é o livro contábil público e uma tecnologia que tem a descentralização como uma de suas principais características. Mas, ao contrário das criptomoedas, o Banco Central não usa o blockchain, ele adota uma estrutura centralizada no gerenciamento Pix e é o próprio responsável por essa gestão do sistema.
Por outro lado, a funcionalidade trazida pelo Pix permite apontar semelhanças com as criptomoedas, a começar pelo fato de que ele permite realizar transações com moedas digitais.
Além disso, há outras semelhanças, como o uso da criptografia de dados, a possibilidade de realizar transferências de valores 24/7, o processo extremamente ágil, a ausência de restrição territorial para fazer transações, a possibilidade das transações financeiras serem realizadas por meio de um smartphone e o fato de que não há valores mínimos para operações.
Bitso: operações seguras e descomplicadas
Com todas essas informações, é possível ter conhecimento sobre os benefícios do Pix e certificar-se de que um dos principais é a agilidade nas operações.
O mesmo acontece com as transações que envolvem criptomoedas, que também vieram para descomplicar a nossa relação com o dinheiro e que estarão cada vez mais presentes no nosso dia a dia, da mesma forma que o Pix conquistou as carteiras digitais dos brasileiros.
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