Há muitas empresas que passaram por transformação digital nos últimos anos. Mas você sabe de fato o que isso quer dizer? O conceito de transformação digital pode ser complexo, mas está cada vez mais presente no mundo corporativo – e não só!
A transformação digital vai muito além de usar ferramentas tecnológicas para realizar alguma tarefa ou atividade. Ela pode ser definida como uma forma das empresas mudarem a execução de tarefas e a mentalidade das equipes, para melhorar os resultados e o desempenho de forma geral.
Quando é implementada em empresas, serviços ou produtos, a transformação digital acaba mudando padrões de consumo e comportamento, principalmente das pessoas mais envolvidas com a marca.
Embora já esteja sendo praticado há algum tempo, esse tipo de transformação continua avançando e indica que, em algum momento, pode atingir todas as empresas e profissionais. Por isso, é importante analisar exemplos de companhias que são referências neste processo. Vamos lá?
Cases de sucesso: empresas que passaram por transformação digital
Conhecer cases de transformação digital é essencial para entender a importância da introdução desse conceito na sociedade como um todo. Afinal, esses exemplos vêm de empresas muito presentes no dia a dia de consumidores e que inovaram na forma de executar determinadas ações.
Algumas empresas que passaram por transformação digital (ou entraram no mercado já nesse contexto e são consideradas inovadoras) são:
- Uber
- Netflix
- Magazine Luiza
- New York Times
- MRV
- Spotify
- iFood
Vale destacar ainda que Magazine Luiza, MRV e iFood são empresas brasileiras.
Confira cases dessas empresas que podem inspirar você, pois servem como exemplo de como transformar o mundo através de serviços e produtos que impactam pessoas:
Uber
A Uber é uma empresa que foi criada em 2009, no estado da Califórnia, EUA, e revolucionou a maneira como as pessoas se locomovem.
No início, o serviço era oferecido para que as pessoas se conectassem com motoristas de carros de luxo particulares. Aos poucos, se espalhou pelo mundo e, em 2012, foi lançado o Uber X, que permitia viagens mais baratas para o dia a dia.
A empresa é um exemplo de transformação e inovação em relação à mobilidade urbana, principalmente porque foi uma das primeiras a utilizar o conceito de e-hailing, processo de solicitar um serviço de transporte por meio de um aplicativo. Dessa forma, passou a atrair clientes a um custo reduzido.
Em 2020, quando completou 6 anos de operação no Brasil, a Uber informou, em seu relatório de Fatos e Dados, que possuía 1 milhão de motoristas e entregadores cadastrados e 22 milhões de pessoas utilizando a plataforma no país.
Netflix
Pioneira na transformação digital quando falamos em conteúdo e entretenimento, a Netflix começou sua trajetória com um serviço de delivery para aluguel de DVDs. A ideia era que as pessoas pudessem escolher os filmes online, receber em casa, assistir e, depois, ter os filmes retirados em casa, poupando tempo.
No entanto, ao longo do tempo a empresa notou que era necessário acompanhar a evolução tecnológica do mercado para melhorar a experiência oferecida.
Foi então que a Netflix lançou o programa de streaming (que é a reprodução contínua de conteúdos digitais – neste caso, vídeos), com planos de assinatura, facilitando ainda mais o processo de locação.
O sucesso foi tão grande que a empresa alcançou mais de 200 milhões de assinantes em 2021, espalhados no mundo todo. Somado a essa inovação tecnológica, a Netflix passou também a produzir obras autorais, além de oferecer conteúdos de outras produtoras.
Magazine Luiza
A empresa brasileira Magazine Luiza deu seu primeiro passo em direção à transformação digital em 2011, quando criou o LuizaLabs. O objetivo era promover a inovação tecnológica geral da empresa – tanto em produtos, quanto em serviços e, principalmente, na experiência dos clientes.
A empresa também foi uma das primeiras do mercado a criar uma loja virtual. Além disso, inventou a “Lu”, avatar de inteligência artificial que se tornou o rosto da varejista e principal responsável por aproximar as pessoas da marca, sobretudo nas redes sociais.
Em 2022, mesmo com alguns solavancos que todo o varejo nacional tem sofrido, a Magazine Luiza é considerada uma das marcas mais valiosas do Brasil e um dos grandes exemplos de como cuidar da experiência de compra.
New York Times
Um dos cases mais interessantes é o do jornal New York Times. Com o avanço da transformação digital, o jornal impresso viu as vendas de anúncios caírem de maneira significativa. A partir disso, a empresa percebeu que precisava se reinventar.
A decisão foi investir em novos modelos de negócio e de notícias e lançar o modelo de assinatura digital.
O jornal modernizou o ambiente de dados, sofisticou as análises e renovou a equipe de TI (Tecnologia da Informação), para que fosse possível testar novas propostas e entender como a audiência fiel poderia concordar em migrar do impresso para o digital.
A transformação digital do New York Times foi também uma transformação de mindset, mas esses passos fizeram com que a empresa crescesse ainda mais. Segundo dados, em 2019, a receita online já representava 45% do faturamento da empresa.
MRV
Mais uma brasileira na lista, a MRV foi uma das empresas que viu a transformação digital como oportunidade de mudar e melhorar a experiência das pessoas, em um dos segmentos mais tradicionais que existem: a construção civil.
A empresa passou a ter uma visão orientada pela experiência em vias digitais e buscou extrapolar uma relação que, antes, tendia a se encerrar ao momento de entrega das chaves do imóvel. Neste sentido, a empresa inovou ao oferecer o desenvolvimento de projetos e soluções que acompanham as pessoas antes, durante e depois de fecharem contrato.
A MRV criou a Plataforma Habitacional Digital, em que um bot (como se fosse um robô na web) conduz a pessoa interessada durante toda a jornada de compra, desde a etapa de conhecer o imóvel até a assinatura digital, passando ainda pela negociação.
O objetivo é garantir uma experiência intuitiva e facilitar o processo de compra digital. A empresa garante suporte em todas as etapas, permitindo também o acompanhamento da obra, e depois da entrega das chaves ainda oferece acesso a produtos e serviços que podem ser necessários no dia a dia.
O sucesso foi tão grande que a MRV ficou entre as 100 Mais Inovadoras no Uso de TI 2020.
Spotify
Apostando na inovação do cenário musical, o Spotify lançou um aplicativo em que as pessoas podem encontrar diversas músicas, criar listas personalizadas e ainda compartilhá-las com outras pessoas, tudo isso em um único lugar. O streaming de música se tornou rapidamente um dos aplicativos mais amados.
Ele oferece opções de planos pagos e também uma versão gratuita. Para ter ideia do sucesso, em seu relatório operacional do terceiro trimestre de 2021, a empresa divulgou que tinha 172 milhões de assinaturas pagas.
iFood
O iFood, aplicativo de delivery de comida e outros serviços como supermercado, farmácias, etc, é outra empresa brasileira que ganhou destaque por saber aproveitar a transformação digital e desenvolver estratégias e ações que se tornaram referência.
A empresa surgiu em 1997, com um serviço de cardápio em formato de revista, com tiragem trimestral e uma seleção de restaurantes no Rio de Janeiro e em São Paulo. As pessoas faziam os pedidos por telefone, a empresa informava os restaurantes, coletava os pedidos e fazia a entrega.
Por volta de 2000, a possibilidade de pedidos pela internet passou a ser oferecida e os pedidos online começaram a ganhar relevância. Em 2012, o iFood lançou seu aplicativo e expandiu ainda mais o negócio, que recebeu mais investimentos e também mais clientes.
Com foco em facilitar os processos e torná-los mais humanos, a empresa chegou a um marco de entrega de 60 milhões de pedidos por mês em 2021.
Em todos esses casos de transformação digital, é possível notar o uso da tecnologia como prioridade de estratégia. Além disso, há alguns pilares-chave em todos esses exemplos: o foco na experiência do cliente, a automatização e integração da operação e a mudança de modelo de negócio para ampliar a oferta de serviço.
O que é a mentalidade ou “mindset” digital
A mentalidade digital é um conceito que surgiu junto com a transformação digital e está ligada à forma de se expressar diante de diferentes situações que surgem no dia a dia por conta da evolução tecnológica.
De modo geral, o “mindset” digital é a forma como aprendemos a lidar com a transformação digital e como temos atuado frente à grande quantidade de informações. O objetivo é alcançar um ambiente de trabalho mais agradável, em sinergia com a tecnologia, e, com isso, alcançar mais agilidade e produtividade.
Pilares da transformação digital
Os principais pilares da transformação são:
- Experiência do consumidor: orienta os processos e ações. O foco empresarial é no cliente, oferecendo produtos e experiências conforme a demanda — em muitos casos, diferente do modo como a gestão da empresa pensou inicialmente.
- Transformação dos processos operacionais: a atualização de ferramentas e técnicas para executar tarefas tornam as atividades mais eficientes. Com a era digital, o mundo se tornou dinâmico e passou a exigir a automação de processos, possibilitando rapidez e reduzindo possíveis erros humanos.
- Transformação dos modelos de negócios: com a transformação digital, as empresas precisaram adaptar sua forma de agir. As decisões são tomadas com agilidade, a competitividade é grande e demanda ajustes. Lançar novos produtos e testar novos canais de comunicação são exemplos de reformulações.
Outras práticas da transformação digital
Além de se inspirar nos pilares em busca de inovação, é importante compreender e implementar outras práticas para conseguir resultados ainda melhores, como os das empresas que passaram pela transformação digital. Entre as principais práticas estão:
- Foco no consumidor: é essencial entender quem são as pessoas que acompanham a sua marca e quais são as soluções que elas buscam para os problemas que sua empresa ajuda a resolver. O foco é quem consome, assim é possível desenvolver produtos e serviços que atendam a necessidades reais.
- Feedbacks constantes: feedbacks são fundamentais para reduzir erros e falhas da empresa. É essencial manter o diálogo aberto e a comunicação assertiva com as pessoas, clientes e colaboradores.
- Entregas ágeis: as entregas precisam ser cada vez mais ágeis e dinâmicas; para isso, são utilizadas ferramentas e técnicas de automação. Em um cenário tão competitivo, rapidez é um diferencial.
- Adaptação às mudanças: as mudanças acontecem todos os dias, estar preparado e saber como se adaptar a cada uma delas é indispensável. É necessário “aprender a desaprender” a todo momento.
- Visão analítica baseada em dados: saber observar e interpretar dados e informações de maneira estratégica faz com que as empresas se destaquem ainda mais diante da concorrência.
- Data science: é preciso saber transformar dados em informações relevantes, para então analisá-las e oferecer embasamento para novas estratégias e decisões.
O papel das criptomoedas e do blockchain na transformação digital
A transformação digital já é uma realidade e o blockchain é uma das tecnologias que fazem parte dela, já que possibilita que muitos recursos sejam amplamente usados no futuro — como as criptomoedas, por exemplo.
O blockchain é o livro contábil público das criptomoedas. Trata-se de uma cadeia de blocos que registra dados de forma permanente e impede que eles sejam deletados ou modificados. Além disso, ele é 100% transparente: qualquer pessoa pode verificar as informações registradas (não os dados pessoais, claro), sem necessidade de pedir permissão para alguma entidade central.
Com o blockchain, transações financeiras descentralizadas com moedas digitais, como Bitcoin e Chainlink, passam a ser cada vez mais comuns. Além disso, essa tecnologia possibilita também a existência de novas experiências sociais e comerciais no metaverso e a compra e venda de produtos digitais com NFTs (tokens não-fungíveis), como peças de roupas reais ou obras de arte, que só existem em formato digital.
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