Em uma era de conteúdos amplamente disponíveis , a dificuldade em encontrar plataformas que valham a pena o esforço está do lado de quem produz.
A rede TRON é uma tentativa direta de encurtar essa distância para quem está do lado da produção, por meio da criptomoeda nativa TRX.
Você verá com mais detalhes durante o artigo, mas a ideia central de TRON é servir como plataforma na qual produtores de conteúdos diversos, de jogos a obras de arte digital, consigam receber pelo que produzem de maneira direta.
O que é a rede TRON?
Criada e lançada em 2017 pela Tron Foundation (empresa que dá base a sua existência), TRON é um sistema descentralizado de blockchain que tem como objetivo principal fornecer direitos autorais a quem produz conteúdo digital.
Não é que esses direitos inexistam, mas com plataformas tradicionais de jogos e streaming elas costumam ficar “pelo caminho”, nas letras miúdas de contratos complicados que, no fim das contas, reduzem o acesso de quem teve o trabalho de produzir aquilo tudo. A rede Tronbusca deixar a relação mais direta entre as pessoas que produzem de um lado e todas que querem consumir do outro.
O token nativo desta rede é o TRX. Quando da época do lançamento ainda em 2017, TRX era um token do tipo ERC-20 – pertencente a rede Ethereum -, mas logo em 2018 já passou a ser desenvolvido em sua rede própria.
Como funciona a rede TRON?
Tendo iniciado na rede Ethereum, este projeto se utiliza de uma estrutura bastante comum encontrada por lá: os contratos inteligentes. É através desses mecanismos que todas as transações acontecem internamente nessa rede, sem precisar de um intermediário para que as coisas aconteçam.
Buscando-se como uma alternativa a rede na qual esteve quando nasceu, Tron apresenta diversas opções de compatibilidade e criação de DApps, para além do que acontece também com conteúdos. Na prática, qualquer pessoa que utiliza a rede é capaz de criar novos DApps e também conteúdos – e a remuneração acontece justamente com TRX, a criptomoeda nativa.
Aliás, sobre TRX, o número total de unidades de tokens é 100 bilhões, que são distribuídas pela Tron Foundation. Atualmente foram distribuídas cerca de 70% das unidades totais, sendo que 55% delas estão com a empresa que define essa distribuição. A cotação ao final de agosto de 2022, quando este artigo está sendo escrito, encontra-se na faixa entre US$0,06~0,07 por unidade, tendo tido desde o começo cotação mínima inferior a US$0,01 e, na máxima, ocorrida em janeiro de 2018, chegou a US$0,22.
Seu criador (e CEO da empresa) se chama Justin Sun que consta na lista de empreendedores “30 under 30” da Forbes Asia e teve envolvimento com o desenvolvimento de Ripple anteriormente.
Sistema de camadas da Tron
Outro aspecto bastante importante de Tron é o fato de que funciona em um sistema de camadas, que separa basicamente as funções que acontecem dentro da rede. Essa arquitetura está dividida em três níveis:
- Camada de Armazenamento: neste nível a missão é a de arquivar e manter guardados todos os dados gerados na rede; seria esse o “coração” desse blockchain;
- Camada de Aplicação: é aqui que as pessoas que atuam no desenvolvimento de DApps e conteúdos digitais nessa rede trabalham e, além disso, nesse nível aparece a figura do TRX trabalhando diretamente na remuneração desses trabalhos;
- Camada Core: o processamento de todos os contratos inteligentes acontece nesse nível, ou seja, essa é a parte da estrutura em que o operacional desenvolvido na Aplicação acontece e gera os dados para a Armazenamento.
Como funciona o mecanismo de validação da Tron?
Esse funcionamento tem como base um mecanismo de validação chamado Proof-of-Stake Delegado (ou dPoS), que serve como alternativa ao Proof-of-Stake tradicional (PoS) e também ao Proof-of-Work (PoW).
A diferença aqui é que as pessoas que utilizam a rede podem “segurar” suas unidades de TRX para ter mais poder de voto em decisões da rede. Assim, além de funcionar como criptomoeda, a TRX também possui características de um token de governança. Quanto mais unidades de TRX você possuir naquela rede, maior será a quantidade de votos disponíveis nas decisões de melhorias e desenvolvimento daquela rede.
Enquanto no PoS tradicional ter mais unidades de uma criptomoeda significa ter mais poder de voto “o tempo todo”, no dPoS a diferença é que as pessoas podem congelar suas unidades para gerar maior poder de decisão e então votarem para escolher as partes que serão geradoras de novos blocos. A cada novo bloco gerado, tanto a parte que gerou quanto todas as pontas que votaram são recompensadas com unidades de TRX.
De acordo com a parte de desenvolvimento da Tron Foundation, isso estimula que as pessoas utilizem cada vez mais a rede, seja pelo aspecto de participarem mais ativamente das transações como também por serem recompensadas mais diretamente por isso (não apenas na geração de novos blocos como também nessa própria escolha de lideranças que geram os blocos).
A stablecoin USDD e a rede Tron
Observamos no segundo trimestre de 2022 a ideia, por parte do criador e atual CEO da Tron Foundation Justin Sun, de criar uma stablecoin que teria como base a TRX. O funcionamento dessa moeda digital estável tem como base a “queima” do equivalente a US$1 em TRX para cada nova unidade da chamada Descentralized USD (ou semplesmente USDD).
Atualmente outras criptomoedas também servem como garantia para o protocolo USDD, como por exemplo Bitcoin e até mesmo as também stablecoins USDC e Tether.
O equilíbrio dessa stablecoin então tem relação direta com a criptomoeda TRX, uma vez que, para que ocorra a busca de equidade de valor com US$1 ao longo do tempo, ou são queimadas unidades de TRX equivalentes ao valor que ficar acima dessa marca ou então entram em jogo as garantias em outras criptomoedas quando esse valor fica abaixo do esperado.
Inclusive já tivemos um grande evento em que essa garantia em outras moedas precisou ser utilizada: em junho de 2022, diante de uma queda de quase 10% no USDD, entraram em operação US$650 milhões em USDC para garantir que o valor de USD retornasse para as proximidades de US$1.
Vantagens e desvantagens da Tron
Antes de decidir ter em sua carteira, para além de saber aspectos sobre a história e as intenções de um projeto cripto, vale sempre olhar quais aspectos são vantajosos e o que é preciso manter a atenção por representar eventual fragilidade. Vamos a esses pontos então!
Começando pelas vantagens:
- Prevê uma relação direta entre criadores de DApps e conteúdos digitais de todo tipo. Há a conexão com a ponta consumidora de seus produtos, sem a existência de qualquer tipo de intermediação uma e(já que ela é descentralizada);
- Equipe de desenvolvimento bastante capacitada: o acompanhamento das novas ideias é feita por pessoas que já estiveram no Ripple Labs, o que traz certa credibilidade de quem tem mais experiência nesse campo cripto;
- Capacidade de transações: estando em uma rede própria e tendo uma definição acertada da arquitetura dessa rede, apresenta um limite de 2000 transações por segundo (TPS) – enquanto por exemplo o Bitcoin consegue lidar com até seis.
Agora vamos olhar para alguns pontos de atenção:
- Concentração elevada do token TRX: mais da metade de todos as unidades de TRX já distribuídas estão entre a empresa, as pessoas que desenvolvem os projetos e o CEO Sun;
- Dependência da empresa para a continuidade das atividades e desenvolvimentos: sim, te contamos que são pessoas capacitadas e com experiência, mas ainda assim há certa centralização dessas tomadas de decisões em torno da empresa (que, além disso, como sinalizamos, é detentora de mais da metade das unidades de criptomoedas);
- Concorrência que pode surgir: observando esses pontos de melhoria, projetos que também buscam realizar essa ponte entre pessoas que desenvolvem conteúdo digital de todo tipo e as que querem consumir esses produtos e serviços podem surgir – possivelmente até em redes mais amplas, como a Ethereum; se isso ocorrer, a utilização da Tron pode cair bastante, impactando também o preço da criptomoeda TRX e de outros tokens que usam a mesma infra proporcionada pela blockchain.
Como comprar TRX na Bitso
Levando em conta que você leu todo este artigo e pensou “gostei disso, quero ter esse projeto na minha carteira”, então a boa notícia que temos para te dar é que dá pra fazer isso aqui na Bitso, com os seguintes passos:
- Tendo a conta aberta, envie reais brasileiros;
- Assim que os recursos caírem na conta, vá para a parte de criptomoedas e procure por TRX, que é a cripto nativa da rede Tron;
- Encontrando, coloque o valor que você quer fazer a conversão e toque em “converter”
Cumprindo estes simples passos você já passará a ter TRX em sua carteira Bitso e passará a acompanhar essa revolução que acontece em termos de unir quem produz conteúdo digital a quem consome – de maneira a remunerar ainda mais adequadamente, sem letras miúdas ou plataformas enormes que ‘comem’ boa parte dos ganhos.
Ah, e claro, nunca é demais relembrar: para saber sobre mais aspectos relevantes do universo cripto, não deixe de olhar os outros conteúdos aqui do Blog da Bitso!