Dentre todas as criptomoedas existentes, temos dois grandes grupos que se relacionam com a variação de suas cotações: as stablecoins de um lado e as altcoins do outro. Apesar de serem diferentes, as duas coisas podem estar ligadas a um mesmo projeto. No artigo de hoje você ficará por dentro de como Maker (do token MKR, do MakerDAO e do Maker Protocol) tem tudo a ver com a stablecoin DAI.
Em primeiro lugar, vale conhecer um pouco mais sobre a stablecoin DAI para saber como esse criptoativo funciona. Isso porque aqui neste artigo você enfim será capaz de compreender como funciona o mecanismo que permite que DAI seja de fato uma moeda digital estável.
Vamos então compreender esse mecanismo que também é criptomoeda!
O que é a criptomoeda MKR?
Antes mesmo de falar da criptomoeda é importante apresentarmos o ecossistema em que ela existe. Ethereum é a rede blockchain que dá base a um conjunto de tokens, que seguem o protocolo do tipo ERC-20. Nesse protocolo uma série de critérios de programação e gestão do criptoativo são definidos para que possam ser utilizados dentro do blockchain da Ethereum.
Dentro dessa rede, temos a organização descentralizada MakerDAO e a plataforma Maker Protocol, ambas existentes para gerenciar a stablecoin DAI. O entorno do Maker é bastante frutífero para a criação de soluções dentro das Finanças Descentralizadas (DeFi), sendo essa uma das primeiras iniciativas do tipo.
MKR é, então, o token de governança utilizado no Maker para estabelecer como funcionarão as tomadas de decisão. Esse tipo de token serve para administrar a gestão da plataforma Maker, dando algo como um direito a voto a quem o detém – e, portanto, quanto mais unidades de MKR, maior será esse poder de decisão.
As decisões tomadas por quem detém MKR em suas carteiras são em relação ao futuro da DAI. Apesar dessa criptomoeda não pagar dividendos, sua cotação está diretamente relacionada ao sucesso na adoção da DAI: quanto maior for esse sucesso, maior tende a ser a cotação do MKR.
A idealização dessa criptomoeda se deu em 2015, por Rune Christensen, empresário dinamarquês que havia estudado bioquímica na Universidade de Copenhagen, negócios internacionais nessa mesma universidade e, antes de ter empreendido no campo das criptomoedas co-fundou e gerenciou a Try China, empresa de recrutamento internacional.
O lançamento oficial como criptomoeda, o token MKR, aconteceu em dezembro de 2017.
Qual o funcionamento da MKR?
Em toda stablecoin, além de saber a qual moeda fiduciária ela buscará equiparar-se, outro aspecto muito importante precisa de atenção: como ela fará para buscar essa equiparação, em termos práticos.
Relembrando um pouco a história da moeda: até poucas décadas atrás, tínhamos a emissão de moeda baseada no estoque de algum metal precioso (geralmente o ouro) de um país. Quando falamos em stablecoins o mecanismo é muito parecido: para que aquela moeda tenha valor real, precisa de um “lastro” em moeda real.
Sim, a stablecoin aqui falada, gerenciada pelo Maker, é a DAI, mas o funcionamento leva em consideração diretamente a MKR. Além de servir como token de gestão, a criptomoeda MKR serve como auxiliar na liquidação e geração de novas unidades de DAI.
Funciona da seguinte maneira: para gerar DAI, os usuários depositam em cofres dentro da rede Ethereum (tudo isso sob a tutela de contratos inteligentes) suas criptomoedas que servirão de lastro. Diante de mudanças de preço, mais moedas podem ser necessárias e é justamente aí que entra em operação a MKR.
Temos então que a MKR é emitida de acordo com a saúde da DAI: quando a oferta de DAI acaba gerando valor superior ao necessário (ao de equiparação a moeda fiduciária que busca perseguir, o dólar), MKR entra em ação “comprando e queimando” esse excesso e, quando o contrário acontece (numa oscilação forte para baixo), caso a liquidação dos recursos cripto dentro dos cofres não seja suficiente, novos tokens MKR são cunhados para suprir essa oferta.
Em função desse complexo mecanismo, temos que não é possível termos a determinação do limite de unidades da criptomoeda MKR, já que essas unidades têm relação direta com o andamento da DAI e servem exatamente para buscar manter aquele valor na estabilidade buscada.
Caso tenha ficado muito complicado, voltemos ao padrão-ouro: no período em que ele valia, só podiam ser impressos dólares caso a reserva de ouro aumentasse e, se essa reserva diminuísse, os dólares em circulação precisariam diminuir em oferta. Isso é algo muito complicado de se fazer em termos de moedas tradicionais, mas com os mecanismos de automação presentes nas Finanças Descentralizadas isso fica muito mais fácil de operacionalizar.
E, no caso do DAI, conforme foi mencionado, o MKR é esse instrumento.
Quem tem MKR na carteira pode decidir o que?
Até então te apresentamos que MKR é um token de gestão dos caminhos futuros da stablecoin DAI. Mas como isso acontece na prática? Quanto mais unidades de MKR você possuir, maior será seu poder de voto direto sobre as decisões que envolvem o futuro da DAI. Em uma analogia com o mundo das ações, MKR são como as ações ordinárias da DAI.
As decisões tomadas pelas pessoas que têm MKR em suas carteiras são nas seguintes direções:
- Autorizar novas criptomoedas que possam servir de colaterais para a geração de DAI (aquelas que podem ser depositadas em cofres na rede Ethereum e servirem como “lastro” para mais unidades dessa stablecoin);
- Alteração das taxas de pagamento de DAI: o estímulo existente a quem deixa suas criptomoedas em cofres que permitem a geração de DAI está em justamente receber certos dividendos com isso; quem detém o token MKR pode decidir sobre como isso funciona;
- Escolha dos oráculos: toda rede blockchain acaba escolhendo fontes confiáveis e externas a si mesma para caminhar dentro do próprio ecossistema; tendo a criptomoeda MKR você pode ajudar a decidir sobre quais seriam essas referências;
- Mudança sobre os níveis de risco das criptomoedas aceitas como “lastro”: além de poder decidir sobre quais criptomoedas são aceitas ou não nos cofres da rede Ethereum que permitem a emissão de DAI, aspectos relacionados a quais seriam os limites de risco de cada uma (por exemplo qual oscilação de preço seria aceitável e qual o valor mínimo de cotação) também são definidos por quem tem unidades de MKR.
É importante ressaltar que atualizações da plataforma em termos diversos também são decididas pelas pessoas que têm MKR em suas carteiras.
Olhe o preço de MKR e entenda a saúde de DAI
Uma dificuldade que pode existir quando falamos em stablecoins é saber se o projeto está tendo andamento maior ou não de maneira rápida e direta. Sempre será possível encontrar em fóruns de usuários que “é a moeda estável do futuro” e em locais em que pessoas que tiveram qualquer problema com elas que “é melhor nem chegar perto disso”.
Mas no caso de DAI, a grande vantagem é que existe uma aproximação bastante direta que você pode observar: o preço de MKR. Isso acontece porque conforme a cotação subir, isso quer dizer que a necessidade de MKR para dar sustentação a DAI é maior e, numa queda, o contrário também é verdadeiro.
Isso tudo é interessante porque, no fim das contas, você pode ter duas atuações diferentes com criptomoedas diferentes mas intimamente ligadas: pode participar da gestão da DAI tendo MKR e também pode se sentir mais confortável para utilizar a DAI como stablecoin a partir das decisões observadas no Maker (e da cotação em variação do token MKR).
Vantagens e desvantagens da Maker Criptomoeda
Pelo lado das vantagens, temos que a criptomoeda MKR permite que você não apenas tome decisões a respeito de uma stablecoin (a DAI) como de fato acompanhe de maneira muito rápida sobre a saúde dela. Além disso, temos também o fato de que, mesmo não sendo uma moeda digital estável, você pode se beneficiar dos benefícios daquela outra que ela dá base.
Sobre essa última vantagem cabe uma explicação: isso significa que onde DAI tiver vantagem – por exemplo em mercados de transações internacionais em que DAI tem taxas mais baixas e até mesmo mercados de jogos em que essa estabilidade interessa a quem participa -, indiretamente você terá vantagem também se tiver MKR. E com uma diferença: o preço dessa última varia, você pode “embolsar” os resultados desse avanço na saúde financeira da DAI.
Já pelo lado das desvantagens, temos a dificuldade no mecanismo de saber o número de unidades disponíveis – considerando que elas variam de acordo com a necessidade da DAI em se manter estável em relação ao dólar -, a necessidade de acompanhamento da rede e das decisões tomadas para entender os rumos daquele valor e, claro, como toda moeda digital não estável, a volatilidade.
Sobre essa volatilidade, por exemplo, apenas de quando a criptomoeda MKR foi criada (dezembro de 2017) até hoje, ela começou valendo algumas centenas dólares, chegou a quase US$1.700 logo no início de 2018, passou desse período até dezembro de 2020 na faixa entre US$200~1000, chegou a superar US$6.000 em maio de 2021 e no primeiro semestre de 2022 têm apresentado cotações inferiores à metade desse maior valor alcançado. Uma verdadeira montanha russa nos preços.
O histórico de cotações não tem a ver com o futuro delas, até porque, como te apresentamos, essa cotação tem relação direta com a adoção da criptomoeda DAI. Mas, lembre-se: enquanto essa criptomoeda buscou ficar o mais próximo possível de US$1 o tempo todo, a variação daquele token que realiza sua gestão, o MKR, foi de cerca de 20x dentro dos próprios preços.
Volatilidade, no caso da criptomoeda MKR, é algo que você deve prestar atenção antes de decidir ter em sua carteira, combinado?
Como faço para comprar?
Tendo observado com entusiasmo todos esses caminhos que forma apresentados nesse artigo, vem aquele momento importante: “como posso comprar essa criptomoeda?”. Com simples passos te mostramos que você pode fazer isso aqui pela Bitso. Vamos a esses passos:
- Abra sua conta na Bitso;
- Envie seu dinheiro fiduciário (reais) para sua conta na Bitso. Ah, com o PIX você faz isso rapidinho, tá?;
- Com esse saldo disponível em sua conta Bitso, vá para a aba de criptomoedas e procure o token Maker;
- Faça a conversão entre seus recursos fiduciários e a MKR.
Viu só como é simples fazer parte disso tudo?
Lembrando ainda que, sobre esses e tantos outros assuntos do universo das criptomoedas, o Blog da Bitso está aqui para te ajudar!